Psiquiatra De Um Assassino- Adaptação Tankana

Eu Vou Te Mostrar

- O-o que? Mas que saudade que você tem de mim? Eu estou bem aqui. - Nervosa é a palavra perfeita para explicar a ansiedade que surgiu de repente. - E, além disso...

- Kanao, por favor. - Tanjiro suspirou talvez cansado de escutar minhas perguntas. - Eu vou te dizer tudo.

Pensei um pouco, não no que ele me diria, mas no que ele faria depois disso.

- Tudo bem. - Sussurrei somente, fazendo com que ele desse um sorriso de canto.

Já prevendo o que poderia vir, sentei-me na cama dele e Tanjiro ficou na minha frente.

- Há dezoito anos, nós nos conhecemos...

- Já ouvi essa história. - Interrompi, não o encarando. - O garotinho acha a menininha muito bonita, vai até ela e os dois conversam se dando bem de primeira.

- Douma te contou?

- Sim. E essas duas crianças éramos nós dois não é?

O Kamado confirmou com a cabeça.

- Você não precisa saber de todos os detalhes, só que graças a nossa proximidade nós começamos a namorar depois de um tempo. - Ele desviou os olhos de mim e cruzou os braços. - Mas nem tudo era um mar de rosas. - Riu com escárnio. - Nunca foi. Meu tio (Muzan) e o Douma eram e ainda são descontrolados, mais do que eu hoje em dia. Enquanto todos apoiavam e estavam felizes com nosso namoro, meu tio jurava que estava apaixonado por Kie, minha mãe e cunhada dele. Por um tempo, Muzan muitas vezes tentou fazer com que ela largasse meu pai e se casasse com ele, mas minha mãe sempre foi muito fiel a Tanjūro e quando mostrou com clareza que não ficaria com ele, Muzan e Douma então começaram a jogar sujo com todos. Douma só queria a desgraça da minha família, e não perderia a chance de ajudar meu tio. Desde então minha familia não vive em harmonia e conseguiu ficar pior depois da morte da minha mãe, mas ninguém sabe o que aconteceu com ela... - Voltou a olhar para mim. - Douma fez você perder a memória da pior maneira possível, para que as consequências caíssem não somente em cima da minha irmã como também em mim. Muzan sempre me odiou por eu ser filho de Tanjūro e não dele, tentou me manipular várias vezes, para ficar do lado dele. - Tanjiro parou um instante, pensando. - Graças a ele e por minha culpa, você teve traumatismo craniano e ficou em coma por duas semanas, acordando e não se lembrando do que aconteceu com você e consequentemente de mim e minha família. Somente seus amigos mais importantes e seus parentes foram salvos em sua memória. A partir desse momento, me afastei de todos sabendo que era o certo me manter longe, tendo a certeza que os culpados por tudo o que aconteceu com você, foram não somente Douma e Muzan, mas eu, Nezuko, Tanjūro e o resto de minha família, por deixarem eles fazerem tudo aquilo.

Eu estava de olhos arregalados e sem ter o que dizer.

- Foi por isso que eu decidi me vingar de todos, mas as coisas ficaram mais complexas do que eu gostaria e eu de alguma forma, escondi meus sentimentos e comecei a matar as pessoas para saciar minha raiva de tudo o que ocorreu. - Levantei-me andando de um lado para o outro, tentando processar tudo. - Uma das pessoas, como você sabe, que eu quase matei foi minha madrasta, mas sei que ela não tem nada haver com essa história, afinal ela entrou na família anos depois do incidente. Eu estava bêbado no dia e culpei todos, principalmente por se esqueceram da minha mãe e... Eu não sei por que eu estou falando isso.

Respirei fundo tentando reorganizar tudo na minha cabeça.

- Meu deus eu não sabia que isso era tão... Complicado. Como meus pais não me contaram isso? - Disse ainda indignada com tudo que Tanjiro me contou. Eu devia mesmo conversar com eles.

Massegeava minhas têmporas tentando me acalmar.

- Kanao, - O Kamado foi até mim segurando meus ombros. - sei que é muita coisa para assimilar, mas...