Ele Precisa De Você

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Kanao Tsuyuri

"Até agora não foi confirmado, mas temos uma média de mais ou menos seis pessoas mortas em bairros diferentes. Todos os repórteres estão trabalhando o quanto podem para descobrir quem é o mais novo assassino da cidade"

Suspirei, percebendo que mais uma vez, perderia algumas horas de sono. Era óbvio para mim que Tanjiro estava enrolado nisso. Ele havia acabado de sair do manicômio, mas isso não quer dizer que tenha ficado bom. Não, muito pelo contrário. Eu como psiquiatra sei bem do estado mental do Kamado e ele está tudo, menos saudável mentalmente. Mas ninguém enxerga isso.

Desliguei a televisão e tentei me concentrar em minhas anotações. Liguei para a clínica Fresh Start e eles me aceitaram de volta, me fazendo ficar feliz por conseguir resolver isso. Minha vida estava voltando aos eixos. Algumas horas depois de Tanjūro ter saído de minha casa, eu me senti muito culpada por algo que eu não sabia ao certo. Fiquei pensando no quanto sou idiota por ter me envolvido com Tanjiro, mas não é como que se me arrependesse. Só de ter dito a ele que estava me apaixonando. Não foi recíproco e eu devo me conformar com isso. Seguir em frente. O bom de tudo é que eu saí de toda a confusão onde estava submersa. Só falta conseguir dar um jeito em Muzan e Douma. Até agora não tive sinal dele, mas quando tiver tudo o que Nezuko, Tanjūro e eu resolvemos, entrarei em ação.

Levantei do sofá onde estava sentada. Convenhamos que tenha algo me incomodando, me deixando muito tonta por pensar tanto em algo que já não me interessa. Talvez esse plano que tenho com a família de Tanjiro me prejudique de certo modo. Ambos me lembram muito dele e ainda por cima, fazem questão de mostrar-me de forma indireta ou não, que estão desapontados comigo. Mas afinal, quem eles acham que eu sou? Uma máquina para aguentar a bipolaridade do Tanjiro? Aguentar ser menosprezada pelo mesmo, enquanto ele não liga?

Fui diretamente ao banheiro, me despi e entrei no box. Enquanto deixava com que a água caísse por todo o meu corpo, lembrei-me dos momentos difíceis que enfrentei durante o início de minha carreira, até o dia que o conheci. Também me lembrei dos momentos em que eu achava que Tanjiro começara a ter sentimentos por mim, no dia que achei que nos poderíamos dar certo. Lembrei-me também de como ele me tocou, como se eu fosse só dele e aquele fosse o nosso momento. Ele me beijava com paixão e desejo. Mas de repente, tudo veio a baixo. Como um alerta, meu subconsciente me lembrou do nosso último momento juntos. Quando ele me expulso, sem remorso, de sua vida, e do tanto que gritou comigo. E de repente me vi com raiva, raiva por não conseguir tirá-lo de minha cabeça, de meu coração. Enquanto ele tinha o feito tão rapidamente.

Saí do banheiro, sentindo-me leve por ter conseguido relaxar no banho, mas ao mesmo tempo pesada, por dentro. Algo em mim sempre me lembra que terá alguma coisa errada e eu estava começando a ficar sem paciência com isso.

Vesti uma lingerie preta, toda detalha. Como estava calor, resolvi colocar um short jeans e uma camiseta branca, combinando com minhas unhas pintadas. Penteei meus cabelos, calcei uma sapatilha e me olhei no espelho. Não estava tão mal. Como só iria ao mercado fazer algumas compras, resolvi não apelar para maquiagem. Não tinha nenhum ocasião especial para me maquiar. Dei uma última olhada no espelho e vendo que nada faltava, saí de casa, sem o carro, andando mesmo. O mercado não era longe e a compra não seria tão grande.

(...)

Após comprar todo o necessário, aproveitei para deixar as compras em minha casa. Vendo que o sol ainda iria se por, resolvi caminhar pelo bairro. Sim eu não deveria, pelas "mortes causadas sem explicação", mas eu não tinha medo.

Psiquiatra De Um Assassino- Adaptação TankanaOnde histórias criam vida. Descubra agora