Capítulo 5
No primeiro exame de sangue Ana descobriu que estava um pouco abaixo do peso que deveria e também com uma certa anemia, o que a colocou numa dieta chata que ela não seguia nem a pau.
Então ela estava completando o primeiro trimestre de gestação naquele dia, e também estava ali, na cozinha da casa de Christian naquele sábado de manhã, abrindo o pote de batatinhas.
_ Bom dia, anjo - ele a cumprimentou, a assustando por um instante porque Ana estava concentrada em comer.
_ Bom dia - resmungou de boca cheia, se virando para ele e se surpreendo ao ver que o outro estava arrumado para sair.
Havia dormido ali na noite anterior porque os pais de Christian fizeram um jantar de despedida para Mia, a garota iria para Paris estudar por um semestre, e Ana foi convocada por todos. Acabaram saindo tarde de lá, e ela que não iria insistir em ir para casa.
Mas ainda eram 9h de um sábado, o que Christian estava fazendo acordado e arrumado?
_ Eu como batatinhas quando estava aqui uma vez, mas estava no pote e eu não consigo saber qual é - comentou, recebendo um beijo no topo da cabeça.
Christian deu uma olhada no pote que ela tinha nas mãos e seguiu para o armário, pegando o pacote que eram das tais batatinhas. Gail sempre abria e colocava nos potes porque ele mesmo não comia tudo, e acabava deixando os pacotes abertos por aí.
_ Toma - ele lhe entregou mais dois pacotes. - Isso tem muito glúten e pimenta - comentou, franzindo o cenho, só então percebendo como não devia ser uma boa ideia.
Ana assentiu freneticamente, arrancando os pacotes de sua mão enquanto tinha a boca cheia novamente de batatinhas.
_ Eu adoro essas duas coisas - respondeu.
Ele não falava nada, não achava que tinha direito e muito menos queria encher a cabeça de Ana com aquelas coisas, mas via como a garota não tinha um pingo de cuidado com a própria alimentação. Bebia litros de coca cola, sobrevivia de hambúrgueres e batata frita, e sempre tinha algum doce na bolsa.
Garotas de dezesseis anos tem o metabolismo rápido, e aquilo não atingia tanto Ana, mas agora ela tinha uma outra pessoinha em sua barriga, e aquela ali dependia dela para tudo.
Mas como alguém poderia convencer Ana daquilo? Como alguém teria coragem de dizer a ela que precisava mudar sua vida por causa do bebê quando ela sequer teve escolha de colocá-lo ali? Na cabeça de Ana ela já estava fazendo um bem maior em mantê-lo e não havia como dizer o contrário.
_ Voce vai sair? - ela perguntou.
_ É, vou ao shopping resolver uma coisa - respondeu, pegando uma xícara de café que já havia deixado a cafeteira programada para fazer. - Quer vir? Não vou demorar.
_ Podemos passar numa loja do Japão? - ela pediu, um sorriso já se fazendo.
Ana adorava aquelas lojas, e Christian descobriu que coisas do Japão eram caras e esquisitas quando acabou indo com Ana em uma naquela mesma semana. Mas quem resistia aquele sorriso fofo e os olhos piscando devagar só para convence-lo?
_ Vai ter tempo cronometrado lá dentro - ele avisou.
Ana concordou, já se levantando do banco.
Eles não levaram muito tempo para sair, Ana apenas trocou o pijama por um calça jeans e moletom, e logo estavam no enorme shopping do centro da cidade.
_ Estou com fome - ela comentou enquanto andavam e haviam chegado há menos de dez minutos.
_ Nao tomou café? - Christian perguntou.
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Você Me Trás Para Casa - 50 Tons
Fanfic"Voce me trás para casa" é uma coisa pesada. Casa não é uma casa em si, é quando voce está com alguém que ama e se sente confortável o suficiente para se desligar do mundo ali mesmo, até de pé, no meio do metrô. É alguém que te trás para realidade...