Capítulo 7

799 117 21
                                    

Quando Pete parou o carro na porta de casa naquela noite, já havia um carro estacionado lá.

– Droga!

Era nisso que dava ficar se esquivando das ligações do irmão. E por ter dado a ele uma cópia da chave.
No fundo ele sabia que se não se abrisse para contar seus problemas, Porsche apareceria de surpresa para investigar.
Provavelmente, no seu subconsciente, ele queria que o irmão viesse, pois assim teria alguém para dizer-lhe o que fazer.

Estacionou seu carro conservado ao lado do carro do irmão, um Miata vermelho, seu pequeno carro esporte.
Sempre tiveram gostos opostos. Pete era responsável, e Porsche, rebelde.
Quando eram garotos, Porsche insistia com o irmão mais velho para que se divertisse, que não fosse tão sério, mas Pete estava sempre preocupado em evitar que Porsche se metesse em encrenca. Seus pais nunca saberiam quantas vezes ele ajudara o irmão mais novo a sair de casa escondido, depois da meia-noite, para namorar ou ir a festas.

Pegou suas coisas no carro e encaminhou-se para a porta da frente.

– Cheguei – gritou Pete ao entrar em casa.

Porsche apareceu na cozinha com seu cabelo preto cortado bem curto e despojado, contrastando drasticamente com o cabelo comprido que tinha da última vez em que se viram. Vestia um jeans preto justo e um suéter verde.

Ele veio correndo pela sala para abraçar o irmão.

– Surpresa!

– O que está fazendo aqui? – perguntou Pete, sufocado pelo cheiro do perfume e do spray de cabelo do irmão.

– Não adianta fingir que não sabe por que estou aqui. Quando você não retorna as minhas ligações, é sinal de problema.

– Não estou com problemas, juro. – Deu um passo atrás para analisar o irmão de cima a baixo. Como sempre, estava perfeito. Usava a maquiagem na dose certa para valorizá-la, sem exageros.
Suas unhas estavam no tamanho certo, pintadas com uma base. Atraente sem ser vulgar. Porsche sempre foi o mais bonito dos irmãos. – Você está lindo! Adorei o seu novo corte de cabelo.

– E você parece exausto. Agora, não mude de assunto. Que cachorro enorme é esse na sua casa e de quem são aquelas roupas masculinas enormes no quarto de hóspedes?

– O cachorro e as roupas são de Vegas. – Pete olhou em volta procurando o cachorro e imaginando por que ele não tinha aparecido ainda para vê-lo. Já estava acostumado com seu hábito de cheirá-lo e babá-lo sempre que chegava em casa. – Onde está o cachorro?

– Eu abri a porta e o deixei sair. E por que Vegas está hospedado aqui? Por acaso está dedetizando o apartamento dele?

Antes que Pete pudesse explicar, Vegas entrou. Ele o via de um jeito diferente agora e ficou imaginando se seus sentimentos seriam muito óbvios para o resto do mundo. Mas ele sabia que não poderia mais esconder isso do irmão.

– Gorducho! – disse Vegas ao levantá-lo do chão com um abraço.

– Docinho! – Porsche chiou no abraço.

Pete sentiu uma pontinha de ciúme.
Porsche sempre fora tão extrovertido e amável. Tão cordial e afetuoso. Por que ele não podia ser assim também?
Vegas colocou Porsche no chão e olhou bem para ele.

– Nossa! Você está ótimo!

– Você também parece muito bem.
Acabei de perguntar a Pete o motivo de você estar aqui. Algum problema? O que houve com o seu apartamento?

– Nada, não – disse Vegas enquanto esperava que Pete lhe desse uma luz para saber o que dizer.

Era melhor dizer logo a verdade.

Descobrindo a Paixão - vegaspete ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora