Pete estava muito cansado no dia seguinte às 7h, quando Vegas tentou acordá-lo. Conseguiu abrir um olho e viu que ele, apesar da hora em que tinham dormido, estava bem acordado, de banho tomado e já vestido. E deve ter ficado bem óbvio que Pete não estava em condições de ir trabalhar naquela hora, porque ele o beijou, o cobriu até o pescoço e disse que o veria mais tarde.
Voltando a dormir, Pete teve sonhos estranhos e perturbadores. Sonhou que era o dia do seu casamento e que ele entrava pela nave da igreja de braço dado com seu pai. Em vez de usar uma roupa tradicional de casamento branca, ele vestia a mesma roupa com que fora aos dois casamentos de Vegas exatamente como estava agora, com os botões arrebentados, todo manchado de champanhe e tingido de vermelho, a cor do carro da Porsche.
Ninguém parecia estranhar aquilo.
Os convidados que lotavam a igreja estavam todos vestidos de branco e sorriam para ele. Rosas vermelhas decoravam todo o percurso da nave, dando aos presentes uma cor pálida e celestial.A sua mente dizia que tudo estava normal, mas ele sentia que alguma coisa não ia bem.
Vegas estava de pé no altar esperando por ele e usando o mesmo terno do seu último casamento. Sorria sem nenhuma naturalidade e parecia estar ali contra a sua vontade. Ele continuava a andar e tentava se convencer de que tudo acabaria bem, mas, em vez de se aproximar, cada vez ele se distanciava mais. O ambiente estava impregnado pelo forte cheiro das flores. Mas não era um perfume de rosas, o cheiro era acre como sangue. O odor ardia no seu nariz e provocava dores na barriga.
Alguma coisa estava muito errada.
Acelerou o passo, tentando desesperadamente alcançá-lo, mas a imagem de Vegas ia se desfazendo gradualmente da sua vista.
Desaparecendo. Chamou seu nome, mas ele parecia não ouvi-lo.
Tentou correr, mas suas pernas ficaram pesadas e fracas e ele começou a sentir fortes cólicas. A neblina ficou mais forte e se fechou em torno dele como se fosse papel molhado. Ele rasgou o papel com suas unhas, mas a neblina entrou em seus pulmões deixando-o sem ar. Não conseguia ver, nem respirar, só ouvia a batida acelerada do seu coração.
Chamou por Vegas de novo, mas não adiantou. Vegas, seu pai, os convidados sorridentes, todos tinham sumido. Ele estava sozinho com a estranha sensação de que havia se tornado o número três.
Vegas o tinha deixado no altar, como fizera com os outros dois.
Ouviu alguém chamar seu nome e sacudi-lo pelo ombro.
Pete deu um pulo na cama, desorientado e ofegante.
– Oi. Tudo bem? – Porsche estava ao lado da sua cama com um olhar preocupado.
– Tive um pesadelo – falou com uma voz muito fraca.
– Você chamou pelo Vegas. Mas ele já saiu para o trabalho. – Porsche colocou a mão na testa de Pete. – Você está todo suado.
Porsche tinha razão. Os lençóis pareciam estar colados ao seu corpo ensopado, seu cabelo estava úmido e ele suava frio.
Pete piscou várias vezes, fazendo força para acordar, mas permanecia no meio do caminho entre o sono e a consciência. Levou alguns minutos para se dar conta de que as fortes cólicas na barriga não tinham desaparecido junto com o sonho.
Então era apenas um sonho. Ele estava bem. Mas a dor era bem real e intensa.
De repente o medo o dominou e seu coração deu um pulo violento dentro do peito.Porsche olhou para ele e ficou com medo.
– Pete, o que houve? Você está branco como uma folha de papel.
Tudo estava bem. O bebê estava bem, ele se assegurou, mas as pontas dos dedos ficaram dormentes. Tinha dificuldade de respirar fundo. Foi quando Pete sentiu um esguicho quente escorrer entre as pernas.
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Descobrindo a Paixão - vegaspete ABO
RomancePor dez anos, Pete trabalhou para Vegas Theerapanyakul. Porém, Pete era mais que um assistente. Ambos são os melhores amigos um do outro. Contudo, alguns drinks abrem caminho para uma noite escaldante que pode mudar as suas vidas. ═───...