Vegas pegou o carro e levou dez minutos para chegar na casa de Pete, ao norte do centro de Bangkok. Não conversaram muito durante o trajeto. Não havia nada para dizer. Pete passou a maior parte do tempo rezando para o teste dar negativo.Como foi que se meteu nesta enrascada?
Seus pais conservadores e religiosos ainda acreditavam que fosse puro como a neve. E se o resultado do teste desse positivo, que explicação daria a eles? Bem, mamãe e papai, eu era puro, mas me deixei levar.
Eles o matariam ou o rejeitariam. Ou ambas as coisas. O que seria o suficiente para abreviar a vida da sua frágil e doente avó. E ele seria tachado de ovelha negra da família. Não importa se seus pais já o vinham censurando por não ter se casado ainda. Quando é que você vai encontrar um bom alfa para se casar? Quando é que você vai ter filhotes?
Que tal nunca?
E se o alfa com quem se casasse fosse Vegas, eles ficariam encantados. Apesar de ele não ser religioso, seus pais adorariam tê-lo como genro. Vegas os
conquistou desde a primeira vez em que ele o levou em casa para o jantar de Natal. Vegas conviveu com a loucura e o caos que era a sua família e adorou aquele burburinho que deixava Pete maluco.Portanto, se lhes telefonasse para comunicar que ele e Vegas se casariam, ele seria facilmente escolhido a filho do ano. Mas o fato de ter feito sexo antes do casamento ainda seria considerado um problema. Na visão deles, isso era pecado.
Pete apoiou a cabeça no encosto do banco e fechou os olhos. Talvez fosse apenas um sonho ruim. Quem sabe se ele se beliscasse não acordaria?
Ele se preparou para dar um beliscão na parte interna do braço, a parte onde os entendidos em autodefesa dizem ser a mais sensível, e apertou com força.
- Ai!
- O que foi? - Perguntou ele assustado.
Pete abriu os olhos e observou à sua volta. Continuava no carro de Vegas e ele o fitava, sério.
- Não foi nada. Estou bem - Respondeu. Depois, virou-se para a janela, mas nem reparou nas casas da sua rua passando.
- Não se desespere até sabermos ao certo - disse ele.
Mas Pete sabia tanto quanto ele qual seria o resultado. Fizeram sexo sem proteção e ele já deveria ter passado pelo cio a tempos. O teste daria positivo.
Ele estava esperando um filhote de Vegas.
Ao chegarem, pegou as chaves e abriu a porta. Ele já estivera ali um milhão de vezes, mas agora tudo parecia meio surreal. Era como se Pete estivesse entrando na cena de um filme. Um filme de terror. Vegas e ele eram os protagonistas, e a qualquer momento, um lunático surgiria da cozinha com um facão na mão para cortá-los em pedacinhos. Ele tirou o casaco e o jogou no encosto do sofá enquanto Vegas constatava a bagunça em que a sala se encontrava.
A louça do jantar da véspera ainda estava na mesinha de centro com visíveis marcas da passagem do gato Omen. Pilhas de revistas velhas se acumulavam do outro lado do sofá.
E devia fazer bastante tempo que não passava o aspirador de pó na casa, como denunciavam os tufos de pêlos de gato espalhados no tapete. Tanto a sua casa como a sua vida estavam em situação bem caótica no momento. Seu desleixo era um prenúncio para demonstrar que péssimo pai ele seria.
- Você precisa urgentemente de uma empregada. - Vegas disse.
- Não estou muito disposto a ouvir sermões sobre a minha inaptidão como dono de casa. - Retrucou ao deixar a bolsa na mesinha de centro.
- Me perdoe - Vegas se desculpou enquanto pegava a embalagem do teste no bolso da sua jaqueta de couro. - Acho melhor nós acabarmos logo com isto, concorda?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Descobrindo a Paixão - vegaspete ABO
RomansaPor dez anos, Pete trabalhou para Vegas Theerapanyakul. Porém, Pete era mais que um assistente. Ambos são os melhores amigos um do outro. Contudo, alguns drinks abrem caminho para uma noite escaldante que pode mudar as suas vidas. ═───...