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Depois de passar quase a noite toda estudando o livro, cheguei a três conclusões.

Primeiro, o poder do deus não estava no livro em si, mas sim em uma página.

Segundo, eu não conseguia acessar esse poder sem abrir o livro.

E terceiro, eu não sabia como abrir o livro.

O livro tinha um fecho que parecia um botão, porém quando apertei, um pequeno compartimento se abriu na tranca ao lado do botão, tinha que colocar uma chave ali.

Chave essa que eu não tinha.

Obviamente, eu tentei abrir de outros modos, mas parei de tentar quando o livro quase pegou fogo.

Pensei pelo lado positivo, com o que eu queria em mãos, eu podia finalmente largar o emprego e dedicar meu tempo no livro antes que Khonshu descobrisse que foi enganado.

E bem, nada me impedia de fazer isso. Então tendo em mente que hoje era meu último dia no trabalho, pensei em todas as desculpas que pude para dizer ao Steven que eu iria embora.

Eu não estava muito animada para isso, e meu coração parecia implorar para que eu desse uma chance ao possível romance que poderia acontecer entre nós.

Porém, somente as lembranças do nosso conflito de ontem me desanimam. Como contar para ele que sou a bruxa que quase o transformou em um sapo? Sem contar que no meio da história, tinha um objeto mágico, e uma dívida com uma deusa sangrenta na qual somente uma prova de amor poderia me libertar

Eu geralmente amava me arriscar e fazia de tudo por uma boa aventura. Porém, com tanto a perder, e depois de tudo que eu passei por amor, eu preferia ir pelo caminho mais fácil e mais doloroso. Me afastar.

Mesmo que isso estivesse me matando por dentro.

Soltei um bocejo alto, por conta da noite mal dormida, enquanto pegava a minha bolsa e deixava um carinho no meu gato.

Último dia de trabalho, lá vou eu.

Pego meu ônibus quase vazio, como sempre. Troco algumas mensagens com a tia Agatha no caminho, estava contando a ela que eu tinha conseguido o que queria, e ela comemorava esse fato.

Assim que desço do ônibus, noto a grande movimentação na entrada do museu.

Acabei franzindo as sobrancelhas, me lembrando sobre como eu e o cavaleiro da lua tínhamos destruído uma das salas. Não passamos despercebidos.

Cautelosamente, me aproximo da multidão, tinha alguns repórteres e policiais em volta.

Percebendo o diretor do museu entre essas pessoas, vou até ele rapidamente, antes que alguém chegue primeiro.

-Bom dia, o que é tudo isso?- franzi as minhas sobrancelhas, tentando parecer confusa e inocente.

Ele olha para mim, e suspira pesadamente.

-Roubaram um objeto valiosíssimo ontem, deixaram uma das salas toda detonada, destruíram as câmeras e derrubaram todos os guardas.

Arqueio as sobrancelhas, parecendo bastante espantada.

-Meu deus, alguém se machucou?- tentei parecer aflita. Eu tinha quase certeza que estava exagerando, sou péssima nisso.

-Não, ninguém foi ferido.- ele me tranquilizou.- porém estamos investigando se mais alguma coisa foi roubada. Estamos pedindo para que todos os funcionários aguardem até segunda ordem.

-Ah, claro.- olho para os lados, vendo vários funcionários espalhados no local.- espero que as coisas se resolvam logo…

-Eu também…- ele murmurou antes que alguém o chamasse, fazendo com que ele saísse apressado até essa pessoa.

Magia egípcia.- Cavaleiro Da Lua.Onde histórias criam vida. Descubra agora