•07.

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Sinto alguns feixes de luz atingirem o meu rosto, e foram eles que me fizeram acordar.

-Droga…- resmunguei enquanto me espreguiçava ao perceber que eu dormi sentada à mesa.

Sinto minhas costas estalarem e minha mente pesar. Nem lembro em que momento da madrugada eu apaguei.

Ouço um miado baixo e me viro para o gato que me olhava curiosa.

-Nada… estamos na mesma.- digo para ele que vem até mim e se esfrega nos meus pés em sinal de consolo.

Desde que eu vi a Agatha naquela foto, eu venho procurando incessantemente por uma maneira de me comunicar com ela, já que acha-lá estava sendo impossível, até para mim.

Se passou mais de uma semana e nada, toda noite era isso, procurava e procurava até cansar, parecia que por algum motivo ela não estava nesse plano espiritual. Se eu não achasse respostas logo eu teria que mexer com os espíritos, e digamos que eu não sou muito fã deles.

Me espreguiço novamente e me levanto pronta para começar o dia.

Como estava sem ânimo pra nada, acabei usando magia para fazer tudo. Um estalar de dedos e tudo que eu queria estava pronto.  Porém ainda me encontrava exausta, mas sabia muito bem o que me ajudaria.

-Chá preto, grande, sem açúcar e com pouco leite.- digo para a atendente da cafeteria que tinha um olhar entediado no rosto.

-Mais alguma coisa, senhora?- seu tom de desdém era quase palpável. Não iria julgá-la, sei pelo que os atendentes passam todos os dias.

-Duas rosquinhas açucaradas sem recheio.- Entrego meu cartão para ela para que cobre o valor nele.

-Seu nome?

-Margô.

Pego o cartão de volta e saio da frente do caixa para que a próxima pessoa seja atendida.

Solto um suspiro cansado e passo a olhar o movimento da rua que estava muito movimentada. Essa cafeteria ficava apenas a algumas quadras do museu, o bom era que eu poderia ir andando, e não estava atrasada, isso ajudaria a me manter calma já que Donna ultimamente gritava comigo por qualquer coisa.

-Agatha Harkness!

Imediatamente meu olhar se vira para a pessoa que grita esse nome. Era um atendente, ele segurava um copo e um saco marrom olhando para os lados, até que seu olhar pousou em mim.

-Agatha!- chama novamente me estendendo o copo.

Apesar de confusa e intrigada eu vou até ele.

-Você deve ter se enganado, meu nome…- paro de falar imediatamente ao notar que o nome no copo estava correto, quer dizer, estava escrito "Magô", mas não tinha nada a ver com Agatha.

Murmurei um rápido agradecimento enquanto pegava o meu pedido e saia da cafeteria.

-Sei que está tentando me dizer alguma coisa tia Agatha, mas preciso que seja mais clara.- Murmuro contrariada enquanto tirava uma rosquinha do saco.

Não era a melhor que já comi, mas estava muito boa.

Enquanto andava pelas ruas, acabei passando pelo bar no qual conheci o Jake, um sorriso involuntário surge no meu rosto. Porém me lembro de que o Mark ainda não veio até mim, quer dizer, depois daquele dia no ônibus nunca mais o vi, e ele sempre fica silencioso quando apareço, por isso não consigo nem ouvir sua voz na mente de Steven.

Talvez ele só não teve a oportunidade ainda. Tento me manter positiva a isso.

Quando cheguei de frente ao museu, joguei o saco onde estava as rosquinhas no lixo e dei meu último gole no chá, me preparando mentalmente para o dia de hoje.

Magia egípcia.- Cavaleiro Da Lua.Onde histórias criam vida. Descubra agora