Magia egípcia.- Cavaleiro Da Lua.

Prólogo.

A jovem Margô se olhava no espelho, decidindo se devia achar aquele vestido simples, bonito em seu corpo.

-Está linda querida.- Sua mãe lhe assegura pela décima vez naquela noite.

-Mas e se a lua não gostar, mãe?

A mulher mais velha sorri docemente para a filha e acaricia seus cachos volumosos e rebeldes, muito diferente de seu cabelo, que era naturalmente liso e ruivo.

-Qualquer divindade da lua se regozijaria em alegria por ter uma bruxa tão linda quanto você fazendo um ritual para eles.- diz com carinho, recebendo um sorriso tímido da filha.

-Fico insegura mãe, as meninas da minha escola ficam zombando do meu peso.- suspirou desviando o olhar em um gesto decepcionado. 

O coração da bruxa mais velha se enche de tristeza ao sentir os sentimentos da filha.

-Preste atenção no que eu vou te dizer, querida.- diz olhando nos olhos da filha.- O seu corpo é seu templo, você nasceu assim e isso é como uma marca, e é o templo de uma linda bruxinha.- diz acariciando o rosto da menina que a olhava atentamente.- Você tem direito de não gostar dele, assim como tem o direito e poder para mudar o que não gostar, mais isso filha, não vai trazer conforto, vai apenas virar uma busca frustrante por um padrão de beleza inexistente. O meu conselho pra você é se aceite! Se aceite e se ame, por que não existe nada mais lindo e impressionante do que uma mulher que sabe que é foda.

A mais nova ri da última palavra da mãe, e acena positivamente, erguendo a cabeça mostrando que entendeu cada palavra.

-Isso mesmo filha, de cabeça erguida.- diz também se pondo de cabeça erguida.- Tenho certeza que depois do nosso banho de lua, você vai se sentir muito mais confiante.- Estende sua mão para a filha que a segura com confiança.

De mãos dadas ambas se põem a andar para fora do chalé. Era quase meia noite e iriam para o lago mais próximo fazerem um ritual da lua, onde iriam pedir para as divindades dela lhe concederem a beleza e a paixão que a mesma exala.

A mais nova está anciosa para isso, ela óbviamente já tinha feito outros rituais antes, afinal tinha nascido bruxa e aprendido desde pequena sobre magia.

Uma vez tinha perguntado para sua mãe que tipo de bruxa elas eram, sua mãe apenas lhe respondeu que eram bruxas, simples assim. Não iriam escolher um lado sendo que tinham a disposição um poder infinito de todo o universo, usavam magia sendo ela vindo da natureza, do caos, de um deus ou até mesmo de um demônio, o importante é que sabiam dominar qualquer tipo de feitiço que desejassem fazer.

Assim que chegaram no pequeno lago que tinha perto de casa, notaram a imagem da lua cheia perfeitamente refletida nele, o que era perfeito para o banho.

-Lembra das palavras certo?-pergunta fazendo seus olhos brilharem em uma coloração roxa.

-Perfeitamente, mãe.- diz repetindo o gesto, fazendo com que seus próprios olhos brilhassem em roxo que insistia em oscilar em vermelho alaranjado às vezes.

Ambas dão a mão e proferem as duas únicas palavras em latim que faziam parte do feitiço.

Nada aconteceu, mas sentiam que tinha dado certo, era assim que o feitiço funcionava, trabalhando primeiro na confiança.

-Pronta querida?

Margô olha para sua mãe sorrindo, ela se sentia pronta, porém, antes que ela respondesse que sim, um som alto e ensurdecedor de tiro de espingarda foi ouvido perto de onde estavam.

-ALI! BRUXAS!

-BRUXAS! PEGUE ELAS!

Margô mal teve tempo de se desesperar completamente pois sua mãe já estava a puxando para o mais longe dali.