As nuvens ainda dançavam em volta da lua enquanto as estrelas brilhavam com ela. O menino apontava contando suas histórias, seus sinais eram como um guia para sonhar acordado. A atenção do moreno mais uma vez está direcionada ao garoto dos cabelos cacheados.
Ele sorria enquanto explicava os detalhes, até chegarem na rua do local. No final, a casa de Pedro estava vazia e ele recebeu uma mensagem da mãe dizendo que sua irmã cuidaria dele, era como poder ficar o fim de semana sozinho, pois ela sempre fugia com seu namorado.
– essa é a minha casa, um dia você vai poder conhecer meus pais de um jeito menos estranho – o moreno explicou apontando para os quadros de família.
João olhava ao seu redor, o condomínio e a casa de Pedro eram no mesmo lugar que a sua, mas a diferença era que sua família tinha o direito de pertencer a aquele espaço, porque sua mãe trabalhava para os pais de Luan.
– namorado… – João repetiu a palavra, ele ajustou seu aparelho enquanto as mangas do moletom estavam maiores que deveriam. – eu não sei se consigo ter uma resposta agora – o cacheado parecia nervoso, ele mordeu seu mindinho.
Pedro ouviu um barulho, era um carro chegando, ele impulsionou e puxou João para o andar de cima e correram. Chegando em seu quarto, trancou a porta e olhou da janela, sua mãe, irmã e o namorado da mesma. Fechou a varanda.
Pedro suspirou fundo, parecia assustado.
– desculpa, não queria ter que te esconder. – foi o que saiu de sua boca.
Sentiu os braços do outro em volta de seu corpo, ele descansou a cabeça em seu ombro.
– me conta sobre como foi parar em São Jorge? Não me contou nada sobre você ainda – Romania pediu, doce e sincero.
– é complicado – os olhos dele pareciam em choque.
João se sentou na cama, e encarou o moreno andar de lado para o outro, ele parecia nervoso enquanto se concentrava em ouvir algo do que vinha de baixo.
- Eu vou avisar minha mãe que estamos aqui tá? É… me espera tá? – o moreno avisou antes de desaparecer. Ele correu, desceu as escadas desesperado como se tivesse algo a dever.
Quando chegou no piso debaixo, encontrou quem não queria.
– Pedro, pedi ao motorista para te buscar, não sabia que já estava em casa querido. – A mulher se aproximou, o filho deu passos para trás recuando a aproximação.
– meu amigo tá aqui, e não vamos ficar, vamos embora.
– não sabia que você tinha amigo – a irmã riu, atrás de sua mãe. Ela se apoiava no namorado.
Revirou os olhos.
– trate ele bem e usem o que sabem de libras, se eu ouvir ou ver alguma piadinha vou embora no mesmo momento!
– esse é mais um dos meninos que você vai tentar inverter, Pedro? – a irmã o provocou com o olhar.
– ele vai ser padre, acho bom você respeitá-lo.
– isso se você não virar a cabeça do menino.
– Chega Camila! Pedro, seu amigo é bem-vindo aqui, trás ele pra baixo pedi, eu comida chinesa.
– Nós vamos ao cinema… pra um, trabalho do colégio.. Mas valeu.
Pedro percebeu o olhar do outro o encarando, o namorado de sua irmã. desviou e subiu correndo. Todas às vezes que o outro mantinha os olhos sobre si ele sentia algo estranho.
– você demorou e eu ouvi da escada – se assustou na ponta dela, quase caiu para trás quando viu João com seu cachorro no colo.
– porque, você quer que comida chinesa, anjinho? – coçou a cabeça, tentando afastar aquele olhar de seu pensamento.
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CORAJOSOS (PEJÃO)
Fiksi Penggemarapós reprovar de ano, Pedro é enviado para o internato são Jorge, um dos melhores colégios da cidade. Contar com a sorte não era seu forte, já que João, o sobrinho do padre, o faria viver seu adorável inferno particular.