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ANGELINE

- Olá pequena Angel... finalmente nos encontramos.

- saia da minha casa.

- não vai me dar boas vindas?

- sai.da.droga.da.minha.casa - falo pausadamente tentando ser ameaçadora, mas minha voz falha revelando o quão nervosa estou.

- Angeline, Angeline... deveria ser mais receptiva sabe? Ultimamente você tem me dado preocupação demais. Deveria me agradecer, pois se não fosse por mim, seu corpo gélido e sem vida estaria sendo estuprado nesse exato momento por todos os traficantes dentro daquela boate.

Engulo sego sentindo o tapa sem mão em meu rosto. Em parte ele está certo, mas o que dá direito a ele de invadir a minha casa dessa forma?

- obrigada. Agora já pode sair, se não, chamo a polícia.

- é mesmo Angeline? - sua voz grave fica mais sinistra ainda quando um sorriso sem vida aparece em seu rosto - então pode deixar que faço isso por você.

Ele disca em um celular e então escuto a voz de uma mulher.
Em um piscar de olhos, sinto algo gelado e afiado em minha garganta. Sinto minha cabeça girar e o ar fugir de meus pulmões.

- fale Angeline. Fale que eu invadi sua casa, fale que eu estou com uma faca agora em seu pescoço, seja audaciosa como tanto quer ser.

A chamada é encerrada após a irritação da mulher e então, lanço meu joelho nas partes íntimas da muralha em minha frente e corro na direção do meu closet, agarrado firmemente uma tesoura de cabelo com a ponta afiada me escondendo atrás das cortinas blackouts.

Os passos lentamente ecoando pela casa, e uma risada macabra se espalha pelo lugar.

- sinceramente você me deixou bem puto agora. Eu deveria ter deixado te matarem mesmo?

Sinto meus olhos arderem de raiva e medo, meu corpo travado e respiração descompassada. Prendo um soluço que ameaça a escapar, mas solto um grito quando a cortina é brutalmente arrancada do suporte e ele agarra o cabelo da minha nuca com força.

- só me deixa em paz, por favor... o que você quer de mim? - minha voz sai como um sussurro, embargada, em súplica.

De perto posso ver seus olhos castanhos escuros me encarando com frieza e seriedade.

Com a proximidade, começo vislumbrar cada detalhe seu.
Posso ver seu corpo musculoso marcando sobre as roupas que usava. Uma camisa de manga curta apertada, uma calça toda preta marcando suas pernas definidas.
Seu cabelo era loiro, grande até o maxilar e ondulado. Seu rosto, é marcado, seus traços com certeza são inesquecíveis a qualquer um que o veja.
Suas tatuagens desenhadas nos braços até as mãos, me deixaram fascinada com o tanto que combinou com ele.
Sua beleza era como a de um anjo.

Um anjo do pecado.

Sou tirada do meu transe quando sua voz, autoritária soa perto do meu ouvido.

- eu nunca, nunca vou deixar você Angeline. Cada pedacinho, cada átomo e célula com compõe você, é tudo meu. Você está marcada como minha desde o dia em que te vi pela primeira vez. Você nunca mais vai ter paz, mas em meio a tudo isso, vou te dar algo que ninguém mais poderá te dar. Vou te levar ao céu e ao inferno ao mesmo tempo, e eu te prometo, minha pequena, que você vai adorar.

Não. Eu não quero isso. Eu queto viver um romance, que me apaixonar por alguém sincero, quero viver algo puro livre de mentiras e segredos, quero me sentir feliz ao acordar com o meu parceiro me olhando como se eu fosse a pessoa mais importante do mundo, quero fazer tudo isso de um jeito normal.

- EU NÃO PERTENÇO A VOCÊ! - falo sentindo a fúria me rasgar de dentro para fora - você nunca. nunca, terá suas mãos em mim e nem viverá nada comigo. Eu vou ficar com o homem que eu quiser e eu quero que você se foda, não vai mudar meu destino!

- a é? Ficar com o homem que quiser? Olhe só o que irá acontecer com qualquer homem que não seja eu, venha a te tocar ou tentar te possuir - fala com sua voz despejando ódio, e então vira o celular pra mim me mostrando a foto mais horrenda que já vi em minha vida. Sinto que irei vomitar.

O cara que apontou a arma em minha cabeça estava sem a mão. Ao seu lado, com toda certeza, era seu membro sexual cortado fora. Ele estava ensanguentado, não havia um resquício de vida nele.

O pânico começa a tomar conta de mim, mas penso rápido tentando me recompor.

- saia daqui, ou eu enfio essa tesoura no seu estômago até você sentir suas tripas saindo para fora e sentir seu corpo perder cada sinal de vida existente nele.

Minha voz sai mais séria do que imaginava, e sinto um alívio por não ter gaguejado, mesmo sabendo que não teria coragem de fazer nada do que havia falado.

- vou te dar um tempo pra absorver tudo o que está acontecendo meu bem. Mas não pense que estará livre, pois irei voltar assim que eu decidir que teve tempo o suficiente pra digerir cada informação. E não tente dar um perdido em mim, eu tenho o controle e poder de tudo em minhas mãos, você não me vê mas eu te vejo, então seja cautelosa e ande na linha. Você não vai querer me ver estressado.

E assim, o peso e o calor de seu corpo se esvaiu. Desabei diretamente no chão ao ouvir o "click" da porta, indicando que ele havia ido embora.

De repente, solto todo o choro entalado em minha garganta, deixando a tremedeira e o pavor tomar conta de mim.

Fui escolhida pra ser uma fudida?

Durante esses dois meses, vim construindo uma barreira, uma nova personalidade que fosse forte, audaciosa e ríspida sempre que precisasse. Mas por qual motivo ainda sou uma garotinha fraca?

O que ele quer de mim? Por quê justamente eu? De tantas garotas no mundo, logo eu?

Eu não sei se teria a resposta para todas as minhas perguntas, mas precisava agir caso ele se aproxime novamente.

Eu não sou dele, não vou ser dele, nada em mim pertence a ele e não vai pertencer a ninguém.

Vou para a sala e pego minhas chaves e celular, entrando no elevador sentindo as paredes me engolindo. Pego meu carro saindo com o coração disparado.
Não posso ficar naquele lugar. Não hoje, não estou me sentindo segura, não estou segura. Minha vida está cada vez mais desmoronando.

Minha vida passa diante dos meus olhos quando vejo que estou na contramão, um caminhão em minha direção buzinando freneticamente. Viro bruscamente o carro para o lado contrário, sentido meu retrovisor ser arrancado, e minha porta sendo arranhada.

Sem saber como estacionei meu carro na calçada e saindo para fora, vejo que estou em um hotel que mal vejo o nome pela vista embaçada.

Me falta ar. Meu peito queima, eu não consigo respirar, minha cabeça gira, tudo parece irreal agora.

Me apoio na parede, apertando o peito com a mão sentindo a dor insuportável.

O que é isso?

O zumbido preenche meus ouvidos, de longe, escuto como se fosse algo freando bruscamente.

Está tudo tão confuso.

Meu corpo amolece. Minha cabeça simplesmente se desfaz, não sinto meu corpo, não sinto nada.

A escuridão se faz presente por completo.









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Nada a comentar 😶 tirem suas próprias conclusões, falem o que quiserem pois apenas sim. Capítulo tenso.

Toorçam para que will, kai, Damon e Michael entrem na casinha de vocês esta noite. Quem aí não quer em??

Happy Halloween bitches. Deixem o comentário e estrelinha de vocês.
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Um beijo, um queijo.

Sweet Obsession | Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora