Sweet Obsession | Vinnie Hacker

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ANGELINE

Acordo sentindo minhas costas doloridas, o corpo pesado e a garganta seca como se não tomasse água há anos.
Me sento rápido ao perceber que não estou em casa. Tento acostumar os olhos com a escuridão que está no local, e aperto o lençol macio em minhas mãos, percebendo só agora que estou em uma cama num quarto desconhecido.

Respiro fundo, já farta da situação - como pude achar que aquele idiota faria o que eu queria? Burrice.

Me levanto sentindo a cabeça zonza, o breu no lugar não ajuda muito pois acabo batendo o pé em algo duro. Um gemido de dor escapa dos meus lábios e acaricio o dedo batido.

Vou em direção a uma porta que parece ser o banheiro, então entro ligando a luz logo me deparando com a decoração completamente preta do começo ao fim.

É bonito, é bem bonito e organizado. A iluminação é baixa, intencionalmente, trazendo um ar misterioso no lugar. Luz de LEDs vermelhas estão ao redor do espelho enorme que vejo na parede.

Olho para mim e me dou conta de que estou com uma roupa totalmente diferente do que estava ontem.

Levanto a camisa que mais parece um vestido e então me deparo com uma cueca box totalmente apertada na bunda.

- ele trocou minha roupa então... que droga.

Minha mente é preenchida com as lembranças de tudo o que aconteceu ontem, na verdade, focando especificamente naquele beijo.
Toco meus lábios como se fosse possível sentir sua boca na minha apenas por lembrar, igualmente com seus toques em meu corpo.

Sento na tampa do vazo colocando o rosto entre as mãos o esfregando, e percebo que minhas bochechas estão quentes.
Eu gostei daquilo. Gostei tanto daquilo que a imagem se repete infinitamente em minha cabeça trazendo arrepios instantâneos.

- o que é tudo isso? - falo me referindo à essas reações quando estou perto dele, quando o beijei daquela forma. - por quê meu corpo reage tão intensamente quando penso nele?

Tranco a porta do banheiro e volto a me sentar tentando pensar em uma saída para tudo isso, mas não vejo nenhuma luz.

Devo aceitar? Realmente devo me entregar a esse destino forçado? Não tenho mais cabeça, muito menos sanidade pra contestar qualquer coisa por agora.
Não o conheço, muito menos sei do que é capaz de fazer comigo depois de eu deixá-lo puto da vida. - aliás percebi que tenho o dom de fazer isso.

Então é isso, vou aceitar. Não quero me entregar totalmente, mas vou fazer o possível para me manter a salvo. É o mais importante por agora.

Faço xixi e dou descarga no vazo, começo a procurar alguma escova nova na gaveta logo a encontrando.
Escovo os dentes, lavo meu rosto lentamente com água e faço um coque no cabelo. Algumas mechas rebeldes escapam, deixando um ar meio bagunçado e arrumado ao mesmo tempo.

Analiso minha imagem no espelho, vendo que minha situação parece um pouco melhor. Meu corpo continua pesado, sei que ele me dopou com algo quando senti a picada no pescoço. Mas olhando por um lado bom, eu consegui descansar.

Giro a maçaneta ainda relutante, e dou de cara com uma mulher organizando o quarto - antes uma escuridão - agora está completamente iluminando por causa dos raios de sol.