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O celular descartável toca e retiro do meu bolso, atendendo imediatamente.

— vira a esquerda e você vai dar de cara com uma van preta. Ainda que você morra tem que pegar esse pacote, ele está com a mulher loira.

Faço e vejo a menina loira entrando na van e saindo do local. Reconheço onde estou, começo a correr novamente e viro na esquerda duas vezes, chegando até a minha moto.

Ligo rapidamente, acelerando na rua, virando a direita e depois na esquerda duas vezes, apareço na frente da van e continuo acelerando.
Jogo a moto pra esquerda para derrapar no chão, subo na sua lateral enquanto arrasta sua lataria no chão e a Van freia bruscamente e começa a dar ré.

A adrenalina correndo em minhas veias me excita, meu corpo esquenta totalmente, fazendo esquecer o rasgo na minha coxa.

Atiro no vidro, na direção do motorista e o carro continua indo para trás até bater em na parede de um prédio em construção, só assim parando.
Disparo novamente nos dois pneus da frente e abro a porta do motorista, me deparando com a loira caída pro lado e um buraco em sua testa.

Idiotas.

Avalio seu rosto e percebo que não era a mesma loira de antes.
Um barulho de porta fechando me desperta e vejo a loira, dessa vez o meu alvo certo com um pacote nas mãos correndo na direção da construção. Ela sobe em cima dos sacos de cimento e pula o muro não tão alto.

Ela cai de mal jeito no chão e posso ouvir seu grunhido de dor. Não me apresso, pulo o muro devagar enquanto dou tempo para ela se esconder.

Essa vaca já me deu trabalho o suficiente.

Vejo ela pouco distante tentando correr na direção do estacionamento, seu pé esquerdo está machucado.

Faço o mesmo caminho que a moça faz, entrando no local que está com a iluminação baixa, dando a impressão de estarmos em um filme de terror.

Isso vai ser divertido.

Alguns carros estão estacionados, provavelmente dos trabalhadores daqui.

Caminho lentamente, deixando o som da bota ecoar no local.

— vamos fazer um jogo. Você se esconde, e eu te procuro. Se eu te pegar, eu te mato. Se eu te pegar, te mato.

Não espero uma resposta, sei que seu coração está bombeando tão forte que evidencia onde ela está, com a respiração forte e trêmula.

— achou que teria uma opção que fosse te dar esperança? Sinto muito, não vai acontecer! Mas vou te dar uma chance, contarei até três e você se esconde bem.

Loira desconhecida

Sei que ele não pode me ouvir, o som de sua bota ecoa e se mistura com a minha respiração ofegante.

Christoffer vem me buscar, ele prometeu que viria se eu conseguisse escapar e guardar o pacote.

Seguro a vontade de abrir e saber o que é essa coisa com textura estranha. Mas tenho que confiar nele, nem ele mesmo sabe o que é, mas tem que manter a salvo.

Rastejo para baixo de uma caminhonete e fecho os olhos com força, tentando controlar meu coração desobediente.

— Christoffer, você precisa me salvar. Por favor...

Sussurro como se ele pudesse me ouvir e aperto o pacote no peito.

Meu corpo gela quando vejo a bota dele passando na frente do carro onde estou. Prendo a respiração com medo de ser ouvida, meu corpo estremece novamente e um arrepio desce pela minha espinha.

As lágrimas escorrem, tirando mais ainda o meu ar.

Ninguém vai me salvar, eu não deveria ter confiado nele.

Olho para os lados e percebo que o homem não está mais por perto, nem seus passos estão por aqui.

Meu corpo ainda treme, o frio na barriga não me deixa por nada.
Sinto um peso estranho me pressionando contra o chão, viro o rosto e vejo o obsessor que estava todas as noites no canto do meu quarto. Sorrindo sorrateiramente na minha cara.

— te vejo do outro lado.

Um grito agonizante sai da minha garganta quando sinto algo afiado entrando no meu calcanhar e sendo puxado para baixo, fazendo meu corpo descer junto com o movimento.

Saio de baixo do carro, sou virada bruscamente e um tiro é disparado no meu estômago.

Não consigo gritar, a força deixa meu corpo enquanto encaro os olhos azuis do homem em pé na minha frente.

Estranho, seu olhar é delicado, mas consigo ver o prazer e a sede de sangue por trás de toda delicadeza.

Como se fosse o anjo da morte.

Minha visão começa escurecer, e a voz do obsessor volta no meu ouvido.

"Te vejo do outro lado".

Christoffer. Eu confiei em você, e agora estou indo para o inferno por sua culpa.




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Quem poderá te salvar do seu próprio inferno?

É isso galera, próximo capítulo só no sábado viu?!

Sweet Obsession | Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora