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ANGELINE
Entro no banheiro sentindo raiva novamente. Antes eu estava apavorada - não que eu não esteja ainda - mas a raiva se sobressai em meio a essa merda toda.
Bato a porta com força e tranco, me sento no vazo sentindo o meio das minhas pernas ainda quente.
A adrenalina, o suspense, o medo, o aperto no meu pescoço foi como um combo para me deixar excitada como uma cadela no cio.Não sei se estou puta pela situação ou por ter ficado assim por causa desse psicopata.
Nunca senti isso, não nessa situação. É estranho mas não consigo controlar. Ao mesmo tempo que é estranho... é bom.
Sei que pode ser loucura da minha parte, mas no momento em que senti como se estivesse sendo caçada, a adrenalina correndo em minhas veias, o coração batendo forte, eu me senti viva. Senti algo de verdade pela primeira vez, ainda que seja em uma situação deplorável.Esquisita é a sua calcinha de vovó.
Meu rosto esquenta novamente e sinto vontade de chutar tudo o que vejo pela frente com essa fala.
Aquele puto é tão pervertido que olhou até minhas calcinhas?!Sim, é uma calcinha de vovó. Mas é confortável cara, quem liga?!
- ai que vergonha... - falo escondendo o rosto em minhas mãos.
- É, Angeline, quem liga? Finge que não liga, pronto.
Falo para mim mesma e resolvo colocar a roupa que ele me deu. Lavo meu rosto e me olho no espelho, vendo a situação triste que me encontro.
Meus olhos estão inchados, com olheiras, e meu pescoço dói.
Afasto a gola e vejo a enorme marca vermelha cobrindo toda extensão.- Vai ficar roxo pra caralho essa merda. Agora entendi a gola alta.
- se você não sair em um minuto eu vou quebrar essa porta. - escuto sua voz parecendo estressada do outro lado e me dou conta da demora.
- para de ser impaciente, você vai me levar de qualquer forma não é taradão?
De pirraça, começo a tentar arrumar um pouco meu cabelo só para demorar.
Desembaraço com o pente e passo um óleo de cabelo com um cheirinho meio doce de costume.De repente um estrondo ensurdecedor ecoa no local e a porta cai do meu lado. É impossível segurar meu grito quando isso acontece, e jogo o vidro de óleo no peito dele.
- SEU IMBECIL! Precisava disso?!
- mandei sair em um minuto. Demorou um minuto e três segundos
Ele segura meu pulso novamente com brutalidade e sinto o local arder.
- você quer arrancar meu pulso do lugar ou o que? - falo contorcendo tentando sair do seu aperto mas ele não afrouxa.
- são três da manhã. Você já tomou quatro horas do meu tempo e fica fazendo graça.
- por favor solta... você tá me machucando - falo segurando seu pulso com minha mão livre, sentando fazer ele parar de andar.
Então o aperto se desfaz e ele me empurra pelas costas para dentro do elevador.
- se você tentar gritar, correr, ou fazer alguma gracinha, vou te apagar na hora e não vai ser de uma forma agradável.
Sinto minha pele arrepiar com a ameaça que soou de forma agressiva e séria. Fico calada olhando para o teto e então o elevador abre.
Fico estática. Eu não quero ir. Por mais complicada que as coisas estejam na minha vida, não quero ceder assim.
Ele olha para mim com uma sobrancelha levantada, como se perguntasse " vai mesmo continuar com isso?"
Abaixo a cabeça e ando em sua frente, não tem saída mesmo, não agora.
Ele segura meu pulso para impedir qualquer ação que possa vir de mim e quando estamos chegando na porta um casal conhecido meu entra.
- Angeline querida, quanto tempo! Aonde vai a essa hora?
Um frio na minha barriga se faz presente quando o loiro encaixa sua mão na minha imediatamente, como se fossemos um casal.
- oh, desculpe a grosseria. Olá rapaz, ele é seu...?
- ah ele.. ele é meu ami-
- sou o namorado dela. Prazer, Vincent - arregalo os olhos com a audácia desse filho da puta.
A senhora Anna e seu marido Joseph ficam com um ponto de interrogação na testa. Claro, já que viram eu beijando o Donovan no elevador antes do jantar fracassado.
- oh.. am, bem, prazer. Me chamo Anna e esse é o meu marido Joseph.
- Vamos meu bem, esses jovens parecem ter algo para fazer não é mesmo? - o homem fala com um tom divertido e malicioso, fazendo meu rosto corar imediatamente.
- não é o que estão pensando, nós-
- Tenham uma boa noite, até a próxima. - o loiro fala e sorri sem dentes. Então começa a andar para fora, me levando junto.
Apenas dou um aceno com as mãos e então vejo que estamos indo em direção a uma Range Hover preta.
Ele me deixa na frente da porta de passageiro e fica parado esperando eu entrar. Fico parada sem me mover. Se ele acha que vou facilitar só porque já estou aqui, ele está muito enganado.
- eu quero fazer xixi.
- segura.
Ele abre a porta e me coloca dentro, prendendo o cinto de segurança. Espero ele dar a volta e quando está quase chegando no lado do motorista tiro o cinto e abro a porta começando a correr.
- VAI SE FODER SEU CUZÃO DO CARALHO!
Começo a correr para longe, atravessando a rua vazia por conta do horário e sinto novamente aquela adrenalina queimando em minhas veias.
A sensação de estar viva, era isso que eu precisava, era isso o que eu queria.
Por quê eu estou gostando disso?Eu olho para trás vendo seu carro se aproximar, e tento correr mais entrando em um beco qualquer.
Não sei que lugar é esse exatamente, mas continuo correndo olhando para trás rapidamente para ver se não estou sendo seguida. Acabo dando de frente com alguém, perdendo o equilíbrio indo diretamente ao chão.- ai minha bunda... - olho para cima me deparando com um homem de olhos puxados, parecia ser asiático. Vejo que têm uma cicatriz atravessando seu olho esquerdo e tento me levantar rapidamente.
- parece perdida... quer ajuda?
- não. Não quero - falo me afastando, desviando do homem e começo a correr vendo que tem um saída logo a frente.
Quando finalmente consigo sair, atravesso a rua sem prestar atenção se tem ou não carros vindo e então uma luz aparece me fazendo ficar estática.
O carro está vindo em uma velocidade absurda, não vou escapar, não vou mesmo. Essa vai ser minha última imagem antes de morrer. Nesse estado, fugindo de um Stalker psicopata?
Apenas me encolho no chão, fechando os olhos e aceito meu destino.
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Hoje tem mais uma atualização de capítulo. Comenta e da estrelinha amores, me ajuda muito.
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Sweet Obsession | Vinnie Hacker
Ficção AdolescenteToda história têm um final feliz. Mas e se a palavra "feliz" não existir nesse livro? E se mentiras, ódio, morte e tragédias forem só o que restou de tentativas seguidas de incontáveis falhas para manter um amor proibido? Todo mundo tem um segredo...