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VINCENT

Nunca me senti tão tenso e nervoso na minha vida como nesses últimos dois dias.
Começou quando eu ouvi os tiros e vi angel saindo da garagem com o carro quase que descontrolado.

Naquele momento meu coração palpitou diferente, com medo. Ela ficou desaparecida por cinco horas.
Não percebi como o tempo voou. Quando estou do seu lado é sempre assim, o tempo corre como se estivesse conspirando para eu sair do seu lado.

Todos os meus homens estavam a procurando loucamente, e a casa segundo que demorava, eu ficava louco.
Quando descobri o local em que ela se encontrava, não pensei uma vez sequer em matar todos que estavam presente. Fiquei possesso de ódio quando vi o que aquele homem estava prestes a fazer, e tudo o que havia feito no tempo em que demorei.

Ver sua cabeça explodindo com o tiro foi satisfatório, mas a satisfação sumiu aí ver angel manchada com aquele sangue podre. Manchada com as mordidas fundas, dolorosas e em grande quantidade.

Estava tão frágil como nunca, não houve grito, mas um choro de dor engasgado. O desespero era a única coisa que vi em sua feição, isso me quebrou em mil pedaços.

Agora estou aqui novamente. Não importa o quanto eu tente esquecer ou deixar de lado minimamente, o meu passado me aterroriza todos os dias.
Como um loop, sempre acabo aqui. Mas dessa vez, vou ter que pronunciar tudo ao invés de apenas lembrar.

Não era pra ela ter visto nada disso, seu olhar de repulsa me deixa confuso, não sei se é para mim ou Donovan. Ou se estou me fazendo de sonso para não sentir a facada no peito.

Não usei a Angel, não teria coragem de o fazer. Fiquei com sua amiga a fim de saber mais sobre a garota de forma diferente, mais sobre como ela era no dia a dia, e sua amiga foi o alvo mais fácil para me conceder informações.

Foi há um bom tempo, antes mesmo da primeira ligação. Não há motivo para ficar brava ou coisa assim, nós não tínhamos a intimidade de hoje em dia. Para ser sincero, nem imaginei que ela iria concordar, já que a garota ainda tem muito a revelar até para si mesma.

- tudo bem, não vou me aproximar, não vou fazer nada que não queira.

- irônico não é? Até hoje, tudo o que você fez, foi contra minha vontade Vincent. - a dor em sua voz é notória.

- eu sei disso angel e peço perdão.

Tento me aproximar novamente, sentindo como se estivesse pisando em ovos, e mais uma vez sou obrigado a parar.

- não dê mais um passo sequer. Eu vou embora. Sua presença me enoja!

Fecho os olhos respirando fundo, deixando as palavras entrarem por um ouvido e sair pelo outro.

- sei que não estou no direito de pedir nada, mas por favor, se acalme e me deixe explicar tudo Angeline. Eu prometo que vou falar tudo o que você quiser saber.

- você sempre.. sempre faz isso. Fala que vai fazer, que vai contar, me manipulado pra sair da situação que te aperta. E eu, como uma idiota, acabo caindo nisso.

- vamos sair daqui primeiro, por favor?

Eu pronunciava minhas palavras com cautela. Sem ser autoritário ou usar um tom agressivo.
Analisei suas expressões faciais e corporal. Ela estava prestes a explodir e surtar de uma vez.

Era muita coisa pra cabeça dela.

Tudo o que passou mais cedo, essa cena atrás de mim, pontas de segredos sendo revelados sem contexto.

- certo. Vou te dar uma última chance, e se eu não me convencer ou perceber que está deixando algo de fora, vou sair daqui e colocar polícia de todos os cantos possíveis, ou até um assassino de aluguel pra trazer sua cabeça pra mim.

Angel nunca soou tão séria na sua vida. Seus olhos lindos, aqueles azuis lindos transbordando ódio puro. Sei que se tivesse estômago, me mataria de uma vez. Isso me deixa empolgado.

Ela sai pela por que entrou, sem se dar o trabalho de olhar pra trás ou me acompanhar.

- termine o serviço e mande alguém limpar tudo. - falo para o loiro de olhos azuis, Jordan.

Fecho a porta atrás de mim e vou para o meu quarto - que é onde Angeline provavelmente está.
Entro e olho para o seu rosto, que analisa meu corpo com respingos de sangue.

- tome um banho. Não sou obrigada a sentir esse cheiro podre.

Balanço a cabeça em sinal positivo e entro no banheiro, dando uma olhada em seu rosto mais uma vez.

Ao sair já estou vestido, sento do seu lado e ela toma distância. Continua na cama, me encarando com uma expressão vazia.

- pode começar.

Inconscientemente esfrego o polegar na tatuagem da mão, nervoso e meio perdido. Por não saber como começar, como falar.
Medo do que ela vai achar de mim.

- o que você quer saber?

- tudo. Quero saber de tudo. Esse tanto de poder que tem, tal irmã, esses homens, esse lugar, essa tortura livre, e a perseguição que vc fez comigo. Quero saber como faz tudo isso e sair ileso.

- Eu tinha cinco anos quando matei pela primeira vez. Cresci na Itália, mas não nasci lá, nasci em Seattle.
Minha mãe era alcoólatra e sempre vivia bêbada em casa. Quem cuidava de mim era minha tia que morava com a gente.
Eu era obrigado a ouvir ela transando do meu lado com caras desconhecidos, até mesmo mulheres.

Ela abandonou depois de ter me espancado com a fivela de um cinto, me jogou em uma vala durante uma tempestade.
Estava tão machucado que acabei desmaiando de dor. Uma família me encontrou naquele dia, e pensei que seria sorte, mas foi totalmente ao contrário do que eu imaginava.
Fui criado pra matar qualquer um sem um pingo de dó. Eu era abrigado a lutar até que meus músculos estivessem dormentes pela dor. Era obrigado a socar o rosto de crianças menores e maiores que eu, se não ganhasse a briga, ficaria sem comer ou seria morto.

A pessoa que matei foi meu amigo. Seu nome era George, tinha a mesma idade que eu. Tive que socar deu rosto cinquenta vezes para ele apagar logo, não sentir tanto sofrimento por muito tempo.
Não demorou, tinha mais força que a maioria das crianças alí. Mas quando pensei que tinha acabado, o homem alto russo deu um tapa em seu rosto, o fazendo acordar.
Fiquei assustado, e depois desesperado quando ele colocou um revólver nas minhas mãos.


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Agora a gente vai saber como foi a vida desse vilão gostoso.

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Até o próximo capítulo!

Sweet Obsession | Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora