Neve, chocolate quente, luzes piscantes e romance: o combo perfeito para o Natal, ou seria para a maioria das pessoas, pelo menos.
Marcelo, Helena, Calina e Benjamin cresceram juntos nas cidades turísticas de Gramado e Canela, o coração natalino do...
A menina entrou no quarto apressada, pulando na cama.
ㅡ Estamos atrasadas para o casamento!
A garotinha ruiva começou a dar risadinhas animadas enquanto olhava seu vestido rosa florido no espelho.
ㅡ Estou pronta, Helena!
As duas começaram a dar pulinhos sobre o chão de madeira e, em seguida, foram correndo para a porta. Elas seguiram pelo corredor rústico e aconchegante da pousada até o sótão velho que ficava no andar de cima.
Ao fim das escadas, as duas se olharam, dando risadas alegres, e então abriram ansiosas as portas que davam acesso ao esconderijo secreto dos "cavaleiros e princesas do infinito", nome peculiar, mas bem descritivo, eu diria. Ao adentrar o ambiente, dois meninos se encontravam conversando animados.
ㅡ Benjamin!
A garotinha de cabelos cor de fogo gritou com um sorriso de orelha a orelha.
ㅡ Achei que tinha ficado de mal, outra vez, Calina!
O garoto de cabelos acastanhados na altura do pescoço falou em tom brincalhão.
ㅡ Vamos acabar com isso, estou com fome e deixei de ir na ceia por causa de vocês.
Falou o outro garoto mais alto, de cabelo castanho mais claro.
Helena revirou os olhos cor mel.
ㅡ Você é um chato sem graça, Marcelo.
Cruzou os braços irritada.
ㅡ Tá bom pessoal, não vamos começar a brigar.
Calina se pronunciou em tom mediador.
ㅡ Tá, bom! Vamos começar então. Se coloquem nos lugares.
Marcelo continuou, indo atrás de uma mesinha no meio do sótão, enquanto Helena o seguiu, se colocando ao seu lado.
ㅡ Calina Hoffmann, aceita se casar para sempre com Benjamin Finkler?
Perguntou Marcelo.
A garotinha sorriu e concordou, olhando para o menino ao seu lado.
ㅡ Aceito! Aceito!
ㅡ E Benjamin Finkler, aceita aguentar os choros intermináveis de Calina Hoffmann quando quiser comer doces e brincar?
Helena deu um tapa no garoto.
ㅡ Ai! O garoto massageou o local do tapa.
ㅡ Seu bobão.
O garoto revirou os olhos.
ㅡ Sim, aceito, mas só se dividir os doces comigo!
ㅡ Trato feito.
Eles deram as mãos, firmando o acordo.
ㅡ Então, se considerem casados e felizes para sempre.
Marcelo bateu um martelo de madeira em cima da mesinha decretando o fato e perguntou meio confuso para a garota ao seu lado:
ㅡ É assim que se diz, né?
Ela respondeu com um tapa no braço dele e finalizou com sua característica revirada de olhos.
ㅡ Garotos...
Ignorando Helena e Marcelo em uma de suas discussões diárias, Benjamin tirou um colar do bolso, a correntinha era prateada e continha um pingente com o símbolo do infinito [∞] feito de madeira, e entregou à garotinha ruiva.
ㅡ Esse é para você, Lilih, está com sua inicial desenhada.
Calina pulou para abraçar o garoto.
ㅡ Obrigada, Ben.
ㅡ Na verdade, tem um para todo mundo.
Tirou os outros três colares do bolso e entregou um para Helena e outro para Marcelo, e colocou o último no próprio pescoço.
ㅡ É muito bonito! Obrigada, Beni.
Helena deu um abraço no garoto.
ㅡ Maneiro, é tipo um amuleto da sorte?
ㅡ É um colar da amizade, Marcelo. O papai disse que isso fará a gente nunca se separar.
Os quatro formaram uma espécie de roda com as mãos dadas.
ㅡ Vamos fazer uma promessa.
Todos olharam curiosos para Helena, que continuou falando.
ㅡ Vamos prometer que nunca iremos nos separar e seremos amigos para sempre, até o infinito, assim como esse símbolo dos colares.
Os quatro estenderam as mãos para cima e gritaram juntos.
ㅡ Até o infinito!
E uma explosão de risadas se espalhou pelo sótão da pousada, em uma noite cheia de sonhos infantis e risadas inocentes de quatro amigos que selaram naquele dia a maior promessa de suas vidas: "Amigos até o infinito e além".
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"Posso levar isso para uma manhã Onde os campos são pintados de ouro E as árvores são preenchidas com memórias Dos sentimentos nunca ditos?"
