Capítulo 4: In(esperado) destino

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O último cliente havia saído da cafeteria e Calina escorou suas costas no balcão cansada, havia trabalho em dobro desde que tomou a frente do negócio da família no começo do ano, seu pai estava com o estado de saúde instável e sua mãe se ausentou do negócio para cuidar dele. No começo achou que daria conta mas as coisas não estavam como ela esperava.

Deu uma última organizada na cozinha, limpou o chão e então quando havia terminado tudo fechou o estabelecimento. Enquanto andava pelo curto trajeto da confeitaria até a casa que morava com Helena, algo chamou sua atenção, ou melhor uma pessoa. Havia um homem olhando uma vitrine cheia de câmeras, mas algo em seu jeito lembrava alguém.

ㅡ Não, já faz muito tempo, o que ele faria aqui de novo?

E quando estava prestes a passar pelo homem e seguir seu caminho, ele se virou em sua direção, aqueles cabelos castanhos continuavam batendo na altura dos ombros, e os olhos amendoados continuavam expressivos, a única coisa que não se lembrava era daquela barba em seu rosto jovial. Seu coração bateu tão forte e a vontade de pular e se jogar em seus braços foi um impulso que teve que controlar. Ela sorriu.

ㅡ Benjamin, é você mesmo?

O homem sorriu e abriu seus braços a convidando para um abraço, com aqueles olhos tão sinceros ela só foi até lá e se aconchegou nos seus braços.

ㅡ Calina, Uau, eu não esperava te encontrar aqui!

Ela sentiu ele dar uma risada perto de seu pescoço e contagiada pela sua animação riu também.

ㅡ Nem eu. O que te fez voltar para esse lugar de novo?

Ele coçou a cabeça ㅡ Bem, digamos que a vida me trouxe de volta. E você como está?

A mulher suspirou

ㅡ Assumi o comando da Lá Casa Hoffmann.

ㅡ Você sempre gostou de brincar na cozinha e inventar umas receitas malucas, aposto que ficará bem cuidando dos negócios da família.

Ela olhou para o chão e depois voltou a encarar o rosto de Benjamin de novo. Depois de tantos anos, alguma coisa em seu coração parecia agitar de forma estranha e ela ficou assustada com o poder que ele poderia agir sobre seus sentimentos de novo.

Percebendo que não havia respondido o comentário dele por causa de seu devaneio interno, ela apenas abriu um sorriso e falou meio atrapalhada.

ㅡ Desculpe ㅡ Calina falou abrindo um sorriso sincero ㅡ Eu preciso ir agora, mas a gente pode combinar de marcar um café qualquer dia desses antes de você ir embora para conversarmos?

ㅡ Mas é claro que sim! eu não iria embora sem falar com você.

Aquela frase era tão velha e ao mesmo tempo tão nostálgica, embora não fosse de todo verdadeira, Já que dá última vez ela só ficou sabendo de sua partida quando ele já estava fora do país.

Depois que os dois se afastaram, ela arriscou olhar para trás de novo e o pegou parado a observando ir embora, então disfarçou acenando um tchau e virou rapidamente para frente, as coisas ficariam estranhas com a volta de Benjamin.

Seu coração ficaria bem depois de tantos anos? Ela temia que não.

Fez todo o percurso para casa dispersa e quando percebeu já estava em frente a porta de entrada, tudo que conseguiu fazer foi entrar, ir para seu quarto e se jogar na cama.

ㅡ Ele voltou, mas por que agora?

Seu coração estava com uma pontada desconfortável lá no fundo mas ela não queria dar atenção, não podia, tinha conseguido esquecer tudo e superar, não é? Ou será que não?

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