Dizem que quando a gente vai para faculdade tudo fica tão caótico e corrido que a possibilidade de faltar é uma vontade que bate forte o peito, era isso que Helena mais queria naquele dia, faltar. No entanto, o mais importante é que ela havia sobrevivido há mais um dia e estava indo embora. A garota caminhava pelos corredores da universidade pronta para dar um soco no primeiro que a perturbasse, e como se o universo conspirasse contra ela, foi exatamente isso que aconteceu.
ㅡ Helena!
O som daquela voz fez o sangue dela fervilhar, mas ela continuou andando fingindo que não tinha ouvido. O dono da voz, no entanto, continuou a acompanhar.
ㅡ Vai fingir que não me viu mesmo?
O homem a puxou pelo braço.ㅡ O que você quer, Rodrigo?
Falou em tom ríspido, encarando o rapaz com os olhos semicerrados.ㅡ Que isso, gatinha! Não gosto quando você me trata assim.
ㅡ Dá para você parar de me perseguir? Se toca cara!
Ele deu uma risada incrédula com a reação da mulher e cruzou os braços fechando a cara em seguida. O homem se aproximou ficando a poucos centímetros dela, Helena deu um passo para trás, mas foi em vão, pois não havia mais espaço atrás de suas costas, ela engoliu em seco enquanto seu coração batia em disparada e suas mãos começaram a suar frio.
ㅡ Se afaste de mim!
Tentou soar o mais firme que podia, mas sua voz vacilou, e ele soltou uma risada sombria. Seu celular começou a vibrar e ela o retirou rapidamente para atender, no visor ela viu o número de Marcelo, e ainda sem saber como escapar daquela situação ela atendeu.
ㅡ Amor?
ㅡ Está delirando, Helena?
O tom de voz de Marcelo era quase de deboche.
ㅡ Você disse que ia me buscar na faculdade hoje, aconteceu alguma coisa?
ㅡ Helena, você ficou maluca de vez?
Ela quase conseguia ver Marcelo com as sobrancelhas arqueadas enquanto falava aquilo.
ㅡ Marcelo, querido, venha me buscar na faculdade, agora.
Ela escutou uma risada do outro lado da linha.
ㅡ E Por que eu faria isso?
Helena notou que Rodrigo havia se afastado ao escutar o nome de Marcelo.
ㅡ Te explico depois, está bem?
Antes que ela pudesse desligar o telefone, o homem a encarava desconfiado.
ㅡ Está namorando aquele idiota do Marcelo?
Sem que se desse conta, as palavras foram cuspidas de sua boca.
ㅡ Sim, estou!
Rodrigo soltou uma risada sem graça e a observou por uns segundos.
ㅡ Estou louco para tirar essa história a limpo, Helena.
Foi o que disse antes de a deixar sozinha, com as mãos quase tremendo de raiva. A mulher levou as mãos ao rosto e se encostou de vez na parede. Definitivamente tinha perdido a cabeça, e agora todos os erros do passado a haviam cercado e apontado o seu dedo para que ela enfim pagasse por tudo. Ela suspirou e sentiu o peso sobre seu corpo.
ㅡ A música da Taylor nunca teve tanto sentido como agora. O problema realmente sou eu.
Nunca imaginou que tudo pudesse dar tão errado em um único dia, se soubesse teria ficado em casa. Agora teria que lidar com a mentira que tinha acabado de inventar.
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Amigos, Estranhos, Amantes!
RomanceNeve, chocolate quente, luzes piscantes e romance: o combo perfeito para o Natal, ou seria para a maioria das pessoas, pelo menos. Marcelo, Helena, Calina e Benjamin cresceram juntos nas cidades turísticas de Gramado e Canela, o coração natalino do...