Eu tenho um coração e eu tenho uma alma
Acredite em mim, eu vou usar os dois
Nós fizemos um começo
Talvez seja falso, eu sei
Amor, eu não quero me sentir só18 - Onde Direction
❣️
A pretensão do Marcelo era simplesmente entregar a pasta e ir para o trabalho na pousada, nunca imaginou que no meio do caminho ia acabar dando um soco em alguém, muito menos que aquele alguém seria o Rodrigo, ainda que isso tenha passado pela mente dele muito tempo antes.
Ele bateu no volante com raiva, não queria ter se envolvido tanto nos assuntos da Helena, mas quando viu aquela cena na sua frente não podia simplesmente ignorar.
Droga.
Desligou o carro e entrou na pousada, enquanto fazia o mesmo trajeto da entrada até sua sala que ficava ao fim do corredor, viu Benjamim. Não havia parado para ver como ele estava diferente, não apenas de aparência, que agora possuía uma barba bem desenhada e aquela câmera que ele parecia carregar como uma parte do corpo, Benjamin não era mais seu irmão mais novo, agora era como um estranho qualquer, que carregava umas memórias que estavam quase se apagando por completo de sua mente.
ㅡ Bom dia, irmão.
Aquela palavra parecia quase um insulto e Marcelo soltou uma risada sarcástica, enquanto encarava Benjamin com os olhos concentrados quase como uma faca que deseja ferir o oponente.
ㅡ O que você quer, em, Benjamin? ㅡ Ele se virou e deu um passo à frente ㅡ O que veio fazer aqui?
Benjamin suspirou cansado, não queria brigar e muito menos causar intriga com seu irmão, mas isso ia ser uma tarefa quase impossível com a personalidade forte e o jeito orgulhoso do Marcelo.
ㅡ Vim porque quero consertar as coisas.
Marcelo passou a mão pelos cabelos.
ㅡ Não tem como consertar nada, pessoas egoístas nunca mudam.
Aquelas palavras saíram mais cortantes do que uma faca perfurando o peito. Não só feriram o coração de quem as pronunciou como também a quem foi destinado. Marcelo saiu deixando Benjamin para trás, com uma sensação de abandono.
Ao entrar em seu escritório, Marcelo quase queria gritar, derrubar as coisas sobre a mesa igual faziam nos filmes, só para colocar todo aquele sentimento que estava dilacerando seu coração para fora. Porque, tudo que aconteceu até agora nem foi a pior parte, em cima da mesa estavam os papéis das dívidas da pousada. Sua família não sabia sobre a parte financeira do negócio desde que ele havia tomado a frente a dez anos atrás e com tudo que aconteceu teve que tomar algumas decisões que só foram refletidas agora.
Tinham tantos problemas e apenas uma proposta animadora. Um casal queria investir na pousada, mas deixaram bem claro que gostariam de ver um casal à frente do negócio, pois estavam velhos e precisavam da alma jovem para anima-los, ele não entendeu o que eles queriam dizer com aquilo e muito menos o que tinha a ver com fechar ou não negócio.
Nessas condições seria impossível, ele não andava com muito tempo para conhecer alguém que despertasse o interesse dele e muito menos namorar, ele não tinha tempo para perder com relacionamentos.
As chances dele encontrar alguém para estar com ele durante a estadia dos possíveis investidores era quase 0.
Marcelo olhou para a janela, as ruas estavam todas enfeitadas, Gramado era definitivamente "O lugar" quando se tratava do natal, e esse era um dos motivos dessa época ser a de maior movimento. No entanto, havia um tempo que o estabelecimento da família andava funcionando a metade da capacidade e ele precisava reverter essa situação o quanto antes. Antes de perderem tudo.
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Amigos, Estranhos, Amantes!
RomanceNeve, chocolate quente, luzes piscantes e romance: o combo perfeito para o Natal, ou seria para a maioria das pessoas, pelo menos. Marcelo, Helena, Calina e Benjamin cresceram juntos nas cidades turísticas de Gramado e Canela, o coração natalino do...