8.Transbordando verdades

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Pré-revisado, boa leitura e boas festas de fim de ano a todos <3


Transbordando Verdades


É muito fácil julgar sem estar na pele do próximo, sentir-se sufocada com os próprios pensamentos e acima de tudo se sufocar com os próprios pensamentos destoantes. Enquanto andava pelas desertas em direção ao campus, Jericho não parava de pensar na confusão do bar, das palavras do platinado e em como se arrependia amargamente no momento, por não ter contado, por ter transado com ele. Por ter se apaixonado.

Às vezes ter sentimentos é bem complicado, se deixar levar pelo momento nunca foi um problema, entretanto, quando ele se torna inconveniente é impossível não ter arrependimentos.

A garota parou de caminhar e respirou fundo, sentindo-se cansada.

-- Grande esportista você Jericho! -- Ironizou a si mesma conforme alisou o quadril o impulsionando para frente ao se espreguiçar e por um minuto vislumbrou a barriga. Na verdade, nunca tirou um momento sequer desde que soube da gravidez para se autoanalisar, os dedos trêmulos tocaram a superfície coberta do próprio corpo e ficou ali parada, como se esperasse algo, tipo um movimento, mesmo sabendo que não seria possível já que o bebê ainda é bem pequeno.

-- Droga! O que eu estou pensando? Se vou mesmo abortar essa criança, não devo ter vínculo nenhum!

Balançou a cabeça em negativa, voltando a andar calmamente. Entretanto, os pensamentos martelavam com as possibilidades, querendo confundi-la e estava a ponto de ceder.
Jericho sabia que Ban estava bem longe de ser um príncipe encantado, mas, pela forma do prateado agir, não imaginou que ele fosse ser tão babaca.

A faculdade parecia distante e encarando o horizonte preferiu se apressar. Não é por que Camelot era conhecida por ser um bom lugar para se viver que daria bobeira numa madrugada.

E enquanto a garota divagava a respeito de suas emoções e sensações, Ban caminhava feito um louco, cada vez mais rápido, o efeito da bebida praticamente havia se dissipado e agora, com clareza, encarava o que tinha dito. De certa forma, o Lincourt sabia que Jericho possuía algum tipo de sentimento por ele, mesmo que deixasse claro que não tinha a intenção de retribuir. Ainda assim se repreendia por fazer tanto, por a querer daquela forma e momentaneamente só se importar pelo prazer fornecido.
Ban não compreendia ou sequer perceberia por enquanto que tais sentimentos em relação a Jericho se deviam a um princípio de uma paixão, então se permitiria ser enganado pela própria mente que alegava se tratar de uma atração sexual fodida, afinal depois de tantos anos viúvo se permitiu viver, optando pelos vícios da vida que segundo ele obliterariam as dolorosas lembranças da perda de sua amada esposa, mas, só houve outra pessoa além de Elaine a conhecer sua casa, sua cama e seus amigos e a lilás em questão havia dado um basta na situação.

-- Porra, como alguém tão pequena pode andar tanto? -- Se questionou afastando os pensamentos dúbios, já que sua mente traiçoeira sempre o arrastava para três momentos em específico:

O primeiro quando transou com a garota pela primeira vez e todas as fodas subsequentes;

O segundo quando achou uma graça o fato dela corar de vergonha e o quanto gostou de provocá-la;

E o terceiro, a face de descontentamento ao ouvir da boca dele tanta besteira.

Ban passou as mãos nos cabelos, os bagunçando um pouco.

-- Merda! -- E assim apressou ainda mais os passos. Não fazia a menor ideia do que diria, mas sentia que precisava vê-la.

[...]

Duas listras | BanOnde histórias criam vida. Descubra agora