nine.

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📍L.A, 21 de outubro.

Vinnie p.o.v

Eu nunca vou me apaixonar por uma mulher de verdade, há uma coisa no meu passado que não me permite fazer isso, e que me condena. Guadalajara me traz lembranças ruins. Eu fui a Guadalajara quando tinha 18 anos, a minha ida para lá foi um motivo de perdição, eu não sei explicar. Eu bebia muito, e não queria fazer Sidney me ver daquele jeito, então, Guadalajara foi o primeiro lugar que veio em minha mente.

Eu não sei quem foi a garota, mas sei que se eu visse ela de novo, eu não ia conseguir nem olhar em sua cara. Sei que ela não me perdoaria de jeito nenhum, embora eu tenha percebido bem na hora o que eu estava fazendo, eu consegui evitar, mas sei que deixei a menina com traumas e isso me corrói por dentro .

Saio dos meus pensamentos, e volto ao que eu estava fazendo. Eu estava limpando o meu carro, pois hoje à noite teria uma super racha com Pietro, Gabriel e Claire. Bem, eu e Gabriel voltamos a nos falar, meio que nos "aliamos" por conta de Pietro, o nosso maior concorrente.

Saio dos meus pensamentos novamente quando percebo a presença de Alguém atrás de mim, e mesmo sem virar já sei quem é a figura.

— obrigada por ontem — diz Laura com a voz baixa.

— tá — digo seco e continuando a limpar meu carro.

— você deveria tentar ser menos grosseiro, sabia? — diz em um tom elevado comparado ao anterior.

ah! De nada princesinha oferecidinha, perdoe-me pelo meu jeito de falar!! — digo sarcástico.

— tomara que você se foda — diz irritada — você e esse seu tio tarado.

Rapidamente meu rosto começa a queimar de raiva quando ela se refere ao meu tio. Quem ela pensa que é? Essa vadia oferecida não tem nada o que dizer a respeito dele. Ainda bem que já está chegando o dia em que ele vai embora dessa casa e finalmente ela vai voltar a ser uma empregada comum e parar de se meter na minha vida.

— meça as suas palavras antes de falar de alguém da minha família — digo me virando para ela — por que não vai dar a buceta pra um dos seus namoradinhos?

Digo isso e os olhos dela começam a encher de lágrimas, é nítido que ela está com muita raiva de mim, mas foda-se, eu não menti. Ela sai me deixando sozinho.

Laura p.o.v

Esse é um dos motivos pois não contei a ninguém o que aconteceu comigo em Guadalajara, eu sinto medo, medo de acharem que eu provoquei isso. Tô cansada dessa vida em Los Angeles, isso está me cansando muito.

Subo para o andar dos quartos, em busca de algo que eu preciso muito para me acalmar, e isso eu só vou achar no quarto de Hacker. Passo pelo quarto dele e vejo que o mesmo está aberto, então entro e começo a procurar. Acho um pacotinho do verdinho dentro de sua jaqueta, agora só falta achar o papelzinho para enrolá-lo.

Acho o mesmo, e começo a fazer o cigarro de maconha. Termino de faze-lô, e então, acendo o isqueiro e começo a tragar, e puta que pariu, me sinto muito melhor, porém tenho que ser cautelosa para que ninguém me pegue, muito menos Miguel, ele iria se decepcionar comigo.

Meus olhos começam a arder, e consequentemente ficam vermelhos. Me direciono a suíte de Hacker para me olhar no espelho. Passo a mão pelo meu rosto ainda com o cigarro na mão, e, eu não me enxergo mais, eu sinto como se minha vida não valesse mais. Tantos problemas, tantas preocupações. . . Tic . . . Tac, isso vive martelando a minha cabeça.

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