twelve.

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📍L.A, 23 de outubro.

Vinnie

Eu fui um belo de um filho da puta com Laura, transei com ela e fingi que nada havia acontecido. Por dentro eu sei que aquilo me deixou levemente animado, eu senti algo que nunca senti em outra mulher, além de Arabella. Arabella e eu namoramos por um tempo, ela morreu há mais ou menos uns três anos anos, se não for, vai completar. Eu e ela tínhamos um relacionamento saudável, eu poderia dizer que eu era até "comportado" em relação a ela. Arabella usava drogas e as misturava com álcool, coisa que eu nunca fiz. Ela tinha problemas com sua mãe, e isso motivou ela fumar e beber, e principalmente participar de rachas.

Quando eu vi o seu carro capotar 8 vezes e pegar fogo, foi como se o meu mundo tivesse parado. Eu me senti culpado por ter permitido que ela corresse contra uma pessoa que nunca revelou a sua identidade. E principalmente, ter permitido que ela corresse no estado em que ela estava.

Agora, eu não paro de pensar em Laura, ela foi embora da minha casa e eu não tenho o direito de ir contra isso, reconheço que eu fui um canalha com ela. A minha filha Olivia, vai sentir sua falta, assim como a minha irmã vai sentir do irmão da Laura. A transa que eu tive com a Laura foi única, não foi igual as que eu tenho com Danna e nem com as outras prostitutas que tem espalhadas por Los Angeles.

Direcionei-me ao banheiro, movido pela esperança de aliviar a ressaca que me assombrava após uma noite de bebedeira. A água fria escorrendo pelo rosto parece ser o antídoto necessário para afastar os vestígios da bebedeira intensa que marcaram o dia anterior.

Cada gole que eu tomava era uma tentativa desesperada de afogar o amargor que me invadia ao presenciar Laura e Gabriel compartilhando risadas, beijos e gestos íntimos no mesmo restaurante. A angústia se intensificava, pois eu tentava compreender por que esse cenário desencadeava em mim uma corrente de emoções contraditórias. Afinal, eu não nutria sentimentos românticos por Laura, e o pensamento de amá-la parecia tão distante quanto a realidade que se desenrolava diante de mim. Laura só foi uma diversão, uma virgenzinha que transei.

— pai! — escuto uma voz doce adentrar no meu quarto.

Saio do meu banheiro e vou em direção a Olivia, que esta de pé ao lado da minha cama toda bagunçada. Ainda não sei como dizer a Olivia que a minha "namorada" foi embora, já que Olivia gosta dela como se fosse uma boa madrasta, ou até mãe.

Levanto minha garotinha no colo com a facilidade de quem já se acostumou a esses momentos. Dou um beijinho estalado na bochecha dela, sentindo sua pele macia contra meus lábios. Os cabelos loiro escuro dela exalam um perfume adocicado, e eu não consigo resistir a dar uma cheirada.

— cadê a Lau? — pergunta olhando em volta do quarto.

— ela foi embora — digo acariciando suas bochechas.

— mas ela vai voltar? Ela me abandonou igual a mamãe? — diz dando uma leve lacrimejada.

Ver a minha filha chorar com a partida de Laura me trouxe um leve sentimento de culpa. Confesso que também não gostaria nem de pensar no que a Laura pode estar fazendo agora com Gabriel. Isso me sobe uma raiva que ainda não sei o porquê.

— ela vai voltar — digo firme — irei trazê-la de volta.

Cada palavra que disse pareceu acender uma luz nos olhos da minha filha. Sua ligação especial com Laura, que costumava brincar constantemente com ela, destacava a ausência dessa dinâmica quando minha ex-namorada, a mãe dela, estava presente. Ficou claro que as interações com Laura preenchiam um vazio que as relações anteriores não conseguiram.

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⏰ Última atualização: Jul 05 ⏰

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