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Todos que disseram que ninguém morre de amor estavam certos, mas eles nunca dizem o quão perto chegamos da morte.
Amar você foi como provar um veneno uma dose por vez, até que não restasse chance de sair vivo.
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Ele realmente foi embora naquele dia.
E desde então eu nunca mais o vi.
No instante em que ele pulou a janela do quarto pelo que eu sabia ser última vez, eu caí de joelhos no chão. Fraco, desolado e estraçalhado por dentro. O que havia acontecido naquele quarto, deixou feridas que talvez nunca fossem curar, eu sentia isso.
Senti meu coração se debatendo dentro de mim, todas as partes rachadas, quebradas, bagunçadas e no meio de tudo aquilo, só existia um garoto de doze anos que queria voltar para casa.
Estava sozinho.
Sozinho!
Não tinha mais Jungkook na minha vida, sequer meus pais, minhas notas estavam péssimas e eu nem sabia o quanto ainda duraria naquele lugar, agora que não tinha mais nada me prendendo aqui.
Eu só queria uma chance, uma única oportunidade. Se Jungkook me permitisse entrar no seu coração, eu poderia mostrá-lo que me amar também era possível, que eu o faria feliz de algum jeito, que se ficássemos juntos, pelo menos teríamos um ao outro.
Eu tentei.
Eu tentei mostrar isso mais vezes do que poderia contar. De nada adiantou, ele nunca quis ver isso, e nada o faria por isso em sua mente.
O que me restou, era colocar em palavras, em ações. Todos os "eu te amo" foram uma tentativa falha de conseguir o mínimo de sua atenção para esse detalhe, um detalhe que não fez diferença para Jungkook. Ele estava pouco se fodendo se eu tivesse criado sentimentos por ele, desde que continuasse se metendo entre minhas pernas.
Eu era só um buraco, apenas isso e nada mais.
Usei o pouco dinheiro que tinha naquela noite pra comprar bebida de maneira ilegal. Detestei admitir que talvez estivesse virando alcoólatra, pois antes mesmo de Jungkook ir embora, eu estava bebendo quase todo final de semana sem impedimento nenhum.
Meus pais não estavam em casa, foi um dos motivos pelos quais não me preocupei em voltar naquela noite. Em vez disso, eu saí caminhando por aí com uma garrafa de vodka em mãos e a cabeça mais vazia que o coração.
