Capitulo 42

3.4K 279 7
                                        

Darya

Depois que Axel desmentiu tudo todos saíram xingando, mais a culpa não era minha, não tinha sido eu a inventar toda aquela história.
Mais minha mente estava no fato do casamento ainda.
Axel estava com uma toalha enrolada na cintura e penteava seus cabelos, meus olhos desceram pelas suas costas que era musculosas e pararam na bunda, só agora me dei conta que estava a tempo demais sem sexo.

Darya: Quer transar ?

A sobrancelha de Axel se ergueu e ele riu de um jeito deliciosamente sexy, o vi caminhar até mim e me dar um beijo rápido me fazendo bufar

Axel: Estou atrasado ! Já era pra eu estar na empresa já que saímos em uma hora pro evento, mais quando eu chegar eu prometo te recompensar

Darya: Como ?

Axel: A ponto de você implorar pra mim parar

Era uma promessa e tanto e eu iria cobrar.
Axel entrou no Closet e um trovão estridente ecoou me fazendo pular, o céu estava fechado mostrando que claramente iria chover.
Eu odiava a chuva, com toda certeza eu odiava, era me recordar de como eu andava pelos corredores das clínicas em que eu ficava internada, era assustador.
Senti dois braços me envolverem e por mais que fosse sobrenatural a sensação meu corpo relaxou

Axel: Eu sei que não gosta de chuva ! Mais tente não tomar aquele remédio. Nestha e Madalena estarão em casa e você pode ficar com elas.

Assenti concordando com ele.
Pouco tempo depois Axel saiu para trabalhar, eu estava sozinha, eu e malditos trovões.
Fechei todo o meu quarto, quando digo todo era todo mesmo, fechei as janelas e portas e cortinas pra que eu não visse o tempo, até a pequena janela do banheiro não saiu ilesa.
Tomei um banho, vesti meu pijama e fiquei por um longo tempo mexendo no computador resolvendo assuntos da galeria.
Quando a chuva começou a cair foi impossível ficar dentro do quarto, eu precisava de companhia se não iria acabar tomando meus remédios.

Quando sai do quarto além da casa estar silenciosa estava toda escura.
Comecei a acender luz por luz mais confesso que quase esmurrei Madalena ao acender a luz da sala de jantar e a ver curvada sobre a mesa

Darya: Quase que eu bato Madá ...

Ela não respondeu, mais no mesmo instante em que um trovão ecoou ela gritou me fazendo pular e gritar junto.
Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo e ela usava um vestido, seu rosto estava pálido e suado

Darya: Você está bem ?

Perguntei com uma preocupação evidente, eu não era de me importar com ninguém, mais os Debortolli eram diferentes, eles eram minha família e mesmo que eu não tivesse percebido antes eu sempre fiz o que pude pra estar no meio deles.

Madá: É claro que eu não estou bem, não está vendo?

Sua voz saiu carregada de raiva o que me surpreendeu já que Madalena era sempre uma pessoa zen, minhas sobrancelhas se ergueram e ela me encarou com os olhos cheios d'água

Madá: Desculpa Darya ! São os hormônios e essas malditas contrações ...

Darya: Não sabia que a dor era realmente assim, nos filmes parece algo tão prático e rápido

Madalena riu mais não uma risada sincera e sim de alguém a beira do desespero

Madá: Me ajuda por favor! Está doendo !

Darya: O que você quer que eu faça ?

Madá: Nas poucas vezes que Ryder presenciou minhas contrações de treinamento ele ficou atrás de mim, suas mãos seguraram minha barriga a levantando um pouco e me ajudou demais na dor

Isso era constrangedor, eu teria que abraçar Madalena, eu não era de abraçar ninguém .. mais mudei de ideia quando novamente ela urrou de dor o que me fez correr para trás dela.
A cena não poderia ser pior, eu estava parada atrás de Madalena, suas costas coladas em meu peito e meio que sem jeito encostei as mãos em sua barriga, estava dura, dura até demais, mais no primeiro instante senti algo se mover e afastei minha mão

Madá: Ele se mexeu ...

Darya: Isso era ele se mexendo ?

Madalena assentiu e voltei a colocar minhas mãos em sua barriga, novamente senti a movimentação e parecia que o bebê iria rasgar a barriga dela a qualquer momento

Madá: Acho que ele gostou de você ..

Darya: Claro que gostou .. quem em sã consciência não gosta de mim ?

Madá deu uma risada mais em seguida gemeu de dor, isso não era normal, era ?
Um trovão ! Um maldito trovão ecoou fazendo as luzes da casa se apagarem e poucas luzes de emergência se acenderem, ótimo, estávamos no meio de uma tempestade, na escuridão e com uma mulher grávida que parecia que ia dar a luz.

Madá: As mãos Darya, as mãos ...

Com cuidado levantei um pouco sua barriga a ouvindo suspirar como se realmente aliviasse mais foi inevitável não olhar pros meus pés e depois pra Madalena

Darya: Fala sério ! Eu estou te ajudando e você faz xixi no meu pé ?

Madá: NÃO É XIXI !

Ela diz praticamente aos berros e então me dou conta do que estava acontecendo, ela estava literalmente em trabalho de parto.

Darya: Vamos pro hospital !

Madalena assentiu e começamos a caminhar em direção a garagem, eu estava a apoiando e quando chegamos a garagem a maioria que não era muito dos seguranças estavam lá.

Segurança: O que houve ?

Darya: Precisamos ir pro hospital, o bebê vai nascer ...

Como se por uma premonição ou algo do tipo a chuva ficou surreal, literalmente parecia um dilúvio, não tinha como sair naquela chuva e Madalena parecia ler meus pensamentos e começou a chorar

Madá: Meu filho ... o que vamos fazer ?

Sair com ela nessa chuva era arriscado, arriscado demais, eu já não era boa motorista na verdade acho que nem um ótimo motorista conseguiria ver algo ali.
Respirei fundo e puxei Madalena voltando pra dentro de casa

Madá: Banheira ! Banheira deve ajudar ...

A ajudei subir os degraus pro andar de cima, pra ser sincera eu praticamente a carreguei já que a três passos uma contração vinha.
Em filmes eles não mostram isso !
Quando entrei no quarto com Madalena foi caótico, eu nunca havia entrado no quarto deles, era bonito, amplo, em um canto tinha um berço muito bonito mais o que me deixou com os nervos a flor da pele foi olhar pra baixo e ver sangue escorrendo por suas pernas, Madalena olhou pra baixo vendo o sangue e aquilo ali foi o suficiente pra instalar o caos na casa.

———————————————————————-

Entre os gritos Madalena disse que era pra Nestha estar aqui, que o combinado era ela cuidar dela, mais até o que tudo indica Nestha ainda não havia voltado da empresa e com a chuva que estava lá fora eu duvidava que era iria aparecer.
Em questão de segundos fiz o que os filmes ensinam, peguei uma bacia com água morna que eu não faço ideia pra que serve, toalhas e até um pegador de macarrão eu havia arrumado.

Tudo estava no quarto e Madalena estava em cima da cama gritando horrores e sangrando na mesma medida, eu não sabia o que fazer, era o caos completo, chuva, parto, sem luz ... como faríamos algo nessas condições ?
E então foi quando tive uma maldita ideia e sai correndo do quarto de Madalena ouvindo ela gritar pela milésima vez.

AXEL DEBORTOLLI Onde histórias criam vida. Descubra agora