Desespero: Raiva

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Me distrai tentando pegar o Wriothesley e com o evento de Honkai Starrail, mas cá estou para sua infelicidade!! :)

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Ele não sabe quanto tempo se passou, mas sabe de uma coisa; ele está louco!

Enlouquecendo, maluco! Ele sente toques que não aconteceram, ouve coisas que não foram ditas, vê coisas que não estão ali!

Ele continua deitado, desesperado.

Passou-se dias, e agora ele percebe que ninguém liga para ele "tinha alguma dúvida!?" e sente seu coração afundar de dor. Lágrimas caem - e agora ele se pergunta; como? Afinal, sequer bebeu nos últimos dias!

Ele levanta lentamente. Mal conseguindo permanecer agachado - quem dirá de pé. Sua visão preta.

Olhava para o lado e um vulto passava, parecendo sua mãe - ou talvez isso seja apenas um efeito de ter escutado a voz da dita mulher.

Andava, e saia daquela maldita casa, finalmente sentindo o ar fresco, e se jogava de joelhos na terra, vomitando - se aquele líquido sem cor, aquela junção de saliva, pudesse ser chamada de vômito - e se levantava novamente.

Olhava ao redor. Uma gata corria com comida para seus filhotes - gatinhos que ele observou a rotina cuidadosamente.

Cada passo era como se seu corpo ficasse mais pesado.

Por mais que não pareça, ele é emocional - emocional até demais, dirá os senhores -, olhe-o estranho e de duas uma, mas com certeza; partirá para cima de ti, ou irá chorar pelo nojo que sentiste por seu rosto. E isso afeta em sua já sensível situação.

Nem cinco metros de distância da casa, caia no chão - não pelo cansaço, mas pela fome, desidratação - e fica ali.

Rasteja até que encontra uma árvore confortável para sentar, e se apoia nela.

Bem, se morrer agora, não será de tão ruim.

Veja, a paisagem e bonita:

Pássaros voando, animais andando - ignorando o jovem, pois com toda certeza sentiam que ele não era uma ameaça - e flores ao seu redor.

Se morrer, não será ruim, será um ótimo lugar. Finalmente os senhores poderão olhar para ele e dizer "há! Olhe! Enfim este horrível jovem tornou-se algo belo, algo que podemos olhar e não sentir medo!" e ele concorda.

Fechava os olhos - algo que compreende a inutilidade, pois não irá adormecer.

Talvez por isso deseja acabar com o sofrimento, e dormir.

Eternamente.

Apoiando-se na árvore, continuava a andar.

Cada passo, cada toque de seu pé - descalço - era como um choque por todo seu corpo. Galhos cortavam seus braços e pernas, insetos se agarravam nele, folhas levemente molhadas, pela possível chuva que teve na semana, colavam no meio de seus dedos deixando-o agoniado pela textura e sentimento.

Só queria que parasse.

Mas de que adianta pedir por algo? Afinal, se os senhores estão a ver o sofrimento e de nada importa para vocês, possivelmente - caso tenham uma crença - dirão "reze! Reze para algum deus, qualquer deus".

Mas, sejamos honestos.

Se realmente existe algo - além dos senhores - a vê-lo sofrer.

Este algo estará a morrer de rir.

A situação vexatória que se encontra só sustenta esse pensamento.

Mas cá estava.

Vivo.

Se adormecer, espero não acordar. Onde histórias criam vida. Descubra agora