Depressão: desamparo

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Eu tava confundindo o nome do Tanjiro com o de Eugene de Underworld Office, então caso tenha um Eugene perdido por aí foi sem querer.

Se tiver muito confusa, vo pedir dsclp pq to ficando maluco.

Amanhã de manhã vou reler e corrigir (ou excluir esse cap)

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Genya já foi religioso. Muito religioso, por incentivo dos pais.
Seus pais levavam ele diariamente para igreja, e ele, feliz em ver o sorriso de sua mãe ao notar que ele queria ir, andava como um fiel em direção ao portão do paraíso.

Mas que paraíso mais lindo. Que Deus mais sujo.

O presbítero, um homem que sua aparência deixava-o parecer mais velho que realmente era, gostava de dizer para Genya que o pastor era o o corpo que Deus escolheu para vir a terra.
E, ah, maldito seja Deus. Um homem egocêntrico. Um homem.. Indigno.

Ele gostava de ser maldoso. Gostava de demonstrar que Deus era superior - e poderia fazer com que pobre Genya ganhasse cicatrizes numa idade tão nova. Porque bater em um jovem que nunca fez nada errado?
Por que espancar um garoto que nunca faltou um domingo sequer na igreja?

Maldito seja esse Deus, que depois de tanto machucar Genya, foi covarde o suficiente para nunca aparecer em sua frente. Nunca pedir - implorar - pelo perdão de Genya.
Até que Deus apareça em sua frente, de joelhos, com a cabeça no chão, rogando para que Genya não o visse de modo tão errado, o Shinazugawa permanecerá odiando ele. Negando sua existência. Negando sua bondade.
Esse é o maldito passado de um Shinazugawa.

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Desde pequeno Genya sentiu uma forte motivação por seus movimentos. Ele queria aprender dança, luta, qualquer coisa.

Ele só queria mover seu corpo, se expressar por meio do corpo. Por isso ficou tão triste ao descobrir que não era capaz de usar respirações.

E-
Ah, oque vinha depois?
Ele não se lembra.

E esse é um problema recorrente. Ele está se esquecendo das coisas. Mas isso não importa no momento.

Cadê seu irmão?
E porque ele está nesse lugar?
Ele parece familiar, mas não se lembra de ter pisado aqui.

- Senhora Shinobu, precisamos conversar - Tanjiro diz.
- Ah, claro. - Ela fala com um sorriso, parecendo meio hesitante, mas ao olhar pra Genya aquele sorriso desaparece. Ele fez algo errado pra essa moça? - Aconteceu algo?
- Uhm, vem aqui, por favor.

Eles vão para uma sala, e lá Genya vê Sanemi. Seu irmão tava sentado em uma das camas.

- Nemi? - chamava seu irmão, que não o olhava. Mas Shinobu e Tanjiro sim.
- Genya? Você disse algo? - a mulher perguntou, um tom de preocupação em sua voz. Porque?
- Porque o Sanemi ta ali? Ele se machucou? - pediu, e Shinobu seguia seu olhar, o rosto pálido voltando a ter cor.
- Ah, uhm, que tal você ir ali do lado de fora enquanto eu e Tanjiro conversamos?

Sem resistência, ele se retirava do cômodo. Apoiando-se na parede ao lado da porta.

E enquanto ele encarava a parede daquele corredor, os dois conversavam.

- Okay, primeiro, ele ta claramente alucinando. Segundo, ele ta simplismente se esquecendo das coisas. Oque ta acontecendo?
- Possivelmente.. Ele ta chegando nos estágios finais da doença.
- Então ele está morrendo?
- Sim.. Sim, sinto muito.
- Ah, não te preocupa, é o seu trabalho, eu entendo - Tanjiro soltou um suspiro, triste.
- Ao invés de ficar triste pela futura morte dele.. Tenta passar um tempo com ele. Aproveita enquanto ele ainda consegue se mover.
- Ele-
- Sim, ele logo vai ficar incapacitado de se mover.
- Certo.. Certo.

Se adormecer, espero não acordar. Onde histórias criam vida. Descubra agora