Sempre foi mais fácil para mim escreve o que sinto, o que desejo. E por isso foi tão fácil pra mim escrever histórias trágicas. Nesse último capítulo não foi diferente.
Esse capítulo não é do "pov" de ninguém em específico.
Peço perdão caso esteja confuso. Talvez meus sentimentos tenham me deixado "alterado".
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Quando acordou e encontrou Genya morto, todos já esperava isso.
Mas ainda assim, foi um choque.
Olhou o corpo, de olhos fechados, parecia estar dormindo. Talvez uma parte dele acredite nisso.
Tamanho foi o choque, que parecia uma facada no peito. Precisou se apoiar na parede para nao cair direto contra o chão.
Um soluço naquele escuro quarto, e o menino não respondeu.
O único som era o choro e os soluços.
Respirando fundo, se abaixava até sentar no chão, sua visão já confusa, não sabia dizer se era pelas lágrimas ou se iria desmaiar.
A garganta trancava, e um choramingar novamente é escutado. A mão em seu rosto aperta até deixar marcas de unha.
Jogando a cabeça para trás - e sequer sentido a pancada contra a parede - sente que vai vomitar. Segurava essa ânsia. Tremendo.
- Não. Não foi.. - começava a dizer, antes de perceber que não tinha ninguém pra ouvir.
Não foi tempo suficiente.
Não deu tempo de fazer tudo que queria, de ter experiências ainda melhores que as que já tiveram, de experimentarem comidas novas. De verem lugares novos e belos.
Mas é tarde demais. Ele se foi. E agora, sem se retirar daquele cômodo até que alguém entrasse a sua procura, percebe que está com uma parte de si faltando.
E ele se nega a tomar banho. Pois na sua pele reside os últimos toques de Genya. Nega a trocar os lençóis daquela cama, já que ele esteve ali.
Qualquer coisa, qualquer coisa que tenha uma parte de Genya, vai permanecer o mesmo.
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Os próximos meses passam rapidamente.
Não vivia mais na realidade, mas em um pesadelo lento, terrível e sem fim.
Não entrava mais nos cômodos da casa procurando por Genya, ou esperando que viesse dar companhia enquanto cozinhava.
Sentia os olhares dos outros, cautelosos e com pena sempre que ele passava. Sua tristeza e luto visível.
A culpa esmagava seu peito, deixando difícil de respirar. Memórias de tudo que passaram repetindo de novo e de novo em sua mente.
Mas é tarde demais. Aquele quarto está tão vazio quanto nos últimos meses de vida de Genya.
E o que fazer agora que ele se foi? Jogar suas coisas foras e fingir que elas nunca foram dele? Apenas ignorar essa situação toda?
Os outros não falam sobre Genya, e podia notar isso. Como se o nome dele fosse algo ofensivo.
E talvez eles estejam certo, talvez seja melhor ignorar tudo.
Mas é difícil, é tão difícil. Olhar para aquela cama vazia, onde tantas vezes viu Shinazugawa ali.
Ver todos os pertences dele, e lembrar dele.
E saber que quando ele fizer aquela comida que ele tanto amava, nunca mais irá ver o sorriso dele, animado para comer.
Tudo que ele pode fazer agora é se acostumar com essa nova realidade.
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Ele queria que o luto fosse tão leve e lindo quanto as flores que - tão bem cuidadas - ficam no túmulo de Genya.
No dia do enterro - um dia que parece tão distante - foi difícil se manter ali.
E mais difícil foi olhar para aquele caixão e pensar que ali dentro estava o corpo de um garoto, outrora tão vivo e feliz.
E, por mais que ter o caixão fechado tenha sido ótimo (ninguém, ninguém deveria ver o corpo de Genya. Um corpo magro, frágil, um corpo que parece ser de outra pessoa), também foi péssimo.
Pois agora não se lembra mais de seu rosto, não se lembra de sua voz, não se lembra de nada.
E... Se ele não se lembra, e todos ignoram.. É seguro dizer que Genya não existe mais.
Para alguns, a morte significa deixar de existir, mas se você mantém a pessoa viva em tuas memórias ela sempre será existente.
Mas agora?
Agora, não.
Grandes personagens da história - seja japonesa ou do mundo - são lembrados diariamente, mesmo que estejam mortos.
E muitos fizeram coisas horríveis.
Então porque Genya não pode ser lembrado também?
Porque todos estão esquecendo dele e fingindo que ele não existiu?
Talvez assim seja mais fácil. Assim vai ser fácil de superar a morte dele, criando e acreditando nessa ilusão.
Mas não é assim. O que foi perdido não pode ser recuperado, o que aconteceu não pode ser mudado, e oque está faltando não pode ser preenchido.
É. Um pode até falar que quando se aceita isso, dói menos. Ou talvez traga uma satisfação.
Mas, ah, que mentira. Meus senhores, isso não trouxe nada de bom.
Quiçá, viver em uma ilusão seja bom. Afinal, se aceitar é ruim, negar é o caminho.
Ah, sim. Negar! A negação da morte. É assim que começa, é assim que termina.
Negar a morte e negar a vida. Oque resta é uma existência sem propósito, sem futuro nem passado. Genya passou seus últimos meses assim.
E tão covardemente a morte tirou seu direito à vida.
E ele têm essa ideia aterrorizante que terá que passar por tudo isso novamente.
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É. Terminamos. Depois de meses.
Vou passar um tempo sem escrever algo de Demon Slayer, mas já tenho uma ideia que se passa nos dias atuais, possivelmente algum rareship (ser multishipper é difícil) (NÃO vai ser algo errado. Sou ANTI-proshipper)
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Se adormecer, espero não acordar.
FanficUma situação de luto empobrece tanto a alma que ela precisa limitar seu gasto de energia. Em situações que deveria ter produzido um acesso de fúria, caia num cansaço paralisante. Ou. Genya nunca devia ter mordido aquele oni. Suas últimas palavras...