6 - Deixar acontecer

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Soraya estava em seu próprio mundo admirando da sua varanda o céu de São Paulo. Ela ainda estava com receio de ficar com Simone, deixar essa atração comandar o seu corpo. Mas é claro que ela não estava deixando de beijar Simone as escondidas pelo seu camarim ou no da chef. Soraya contou nos dedos o quanto já se beijaram nesses últimos 4 dias, e faltou dedos para contar.  Sempre depois que se beijavam, Soraya falava que não era o certo e que não se repetiria mais. Mas sempre voltava atrás e deixava rolar. Para ela era uma fase nova em sua vida, nunca fora de se atrair pelo sexo feminino, como estava atraída por Simone.

Se encostou melhor na grade da varanda, suspirando por causa dos pensamentos que rodavam em sua cabeça, deixando-a mais culpada que já estava. Para Soraya, traição é falta de caráter e falta de respeito com o cônjuge. Sim, ela estava se sentindo culpada por estar traindo Carlos, mesmo que estivessem afastados. Agora ela sentia que não tinha mais caráter nenhum, logo ela que sempre fora pelo certo.

Suspirou e entrou para dentro de casa. Olhou para o relógio da sala e já se passava das 17h. Resolveu ir fazer um lanche, pois já fazia quatro horas que fez a última refeição.

- Se Simone soubesse que eu não estou me alimentando bem, iria me xingar. - Riu com o óbvio. Sabia que a chef ficaria brava com essa sua atitude.

Já na cozinha, preparava um sanduíche natural, que seria acompanhado por um vinho. Após terminar de preparar o sanduíche, caminhou até a sua adega, em busca do seu vinho favorito. Se sentou alí mesmo, na bancada da cozinha e começou a comer.

Soraya se alimentava em meio a lembranças de ontem, quando elas estavam em seu camarim e alguém quase as pegaram no flagra.

" - Simone, para! Alguém pode aparecer. - Sussurrou para Simone, que não parava de beijar o pescoço da menor.

- Ninguém irá aparecer, cariño.

- Claro que vão, Sisa!

- Yo tranquei a porta, ninguém irá entrar aquí.

Soraya se arrepiou com os beijos em seu pescoço e relaxou diante deles. Simone encostou o corpo da menor contra a parede, roubando logo em seguida um beijo da mesma. Soraya começou a percorrer suas mãos pelo corpo da chef, retribuindo o beijo. Abraçou Simone pela cintura com a perna esquerda, deixando uma mão na nuca dela e com a outra estava para cima, apoiando-se na parede.

Simone segurou a cintura de Soraya com firmeza, aprofundando mais o beijo. Uma das mãos da chef escorregou para dentro do vestido da mais velha, acariciando a coxa esquerda, recebendo um gemido dela. Seus dedos se aproximaram da calcinha de Thronicke, fazendo Soraya puxar a chef  mais  contra seu corpo.

- SORAYA, DOIS MINUTOS PARA GRAVAR.

Se afastam assustadas, por conta do grito. A produtora continuava a chamar Soraya, enquanto tentava abrir a porta.

- Já... Já vou! - Respondeu meio ofegante. 

Nada mais fora dito, Mimi já havia saído.

- Eu disse que alguém ia aparecer! - Comentou brava e se afastando de Simone.

- Mas a puerta estava fechada. - Simone tentou argumentar.

Soraya suspirou e deu um selinho em Simone.

- Essa foi a última vez. "

Soraya riu com a lembrança. Não havia sido a última vez, elas se encontraram logo após encerrar as gravações daquele dia.

Terminou de comer seu sanduíche e de tomar seu vinho. Largou tudo na pia e caminhou para o quarto. Hoje ela ficaria sozinha, Carlos estava em outro estado à serviço. E depois daquele dia na cama, eles se afastaram mais.

She - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora