Capítulo 7

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- Está pronta, Yeji? - Chaeryeong bateu suavemente na porta do quarto. Yeji ajeitou o gorro em sua cabeça e caminhou até a porta, abrindo-a vagarosamente e sorrindo quando viu a menina morena do outro lado.

- Pronta! - Yeji assentiu uma vez. - A Ryuddaeng vai estar aqui quando a gente voltar?

- Ela volta da aula em uma hora - Chaeryeong abriu mais a porta e fez menção para Yeji segui-la. Yeji tinha sua terapia semanal naquele dia.

- Eu não gosto de ir lá. - Yeji confessou, enquanto seguia Chaeryeong para fora até o carro. A garota de cabelos morenos levantou uma sobrancelha, se certificando de que Yeji havia colocado seu cinto antes de sair para a rua.

- Por que não? - Chaeryeong perguntou. Yeji suspirou e balançou a cabeça.

- Eu não conheço ela. - Yeji puxou suas pernas de encontro ao seu peito e encarou a janela. - Ela não me conhece. Estranhos não são amigos.

- Eu entendo o que você quer dizer - Chaeryeong disse, honestamente. - Mas ela é uma médica, você tem que pelo menos tentar deixá-la te ajudar.

- Por que eu preciso de ajuda? - Yeji levantou a cabeça e olhou para a garota ao seu lado. Ela não entendia por que precisava ir.

- Eu não tenho certeza. - Chaeryeong batucou no volante com os dedos. - Tem apenas algumas coisas que você tem que trabalhar, só isso. Todo mundo precisa trabalhar em algumas coisas. Você só precisa de uma ajudinha extra.

- Mas nem todo mundo tem que conversar com uma estranha. - Yeji suspirou. Isso a fazia sentir diferente. A fazia sentir estúpida. Por que ela era a única pessoa que precisava de ajuda?

- Isso é não é verdade. - Chaeryeong encolheu os ombros. - Eu tenho que ir depois das aulas e pedir ajuda para meus professores às vezes. É praticamente a mesma coisa. A única diferença é que eu preciso de ajuda para dançar com saltos e você com emoções. Não há nada do que se envergonhar.

Yeji assentiu vagarosamente. O que Chaeryeong dizia começava a fazer sentido.

Assim que elas chegaram no consultório, Yeji foi guiada até a pequena sala. Ela sentou na mesma cadeira vermelha que ela havia sentado múltiplas vezes antes. Haviam algumas cadeiras diferentes na sala, mas ela escolheu a vermelha porque era a que ficava mais longe da mesa da psiquiatra.

- Como as coisas têm estado em casa, Yeji? - A mulher de cabelo escuro desviou o olhar de sua mesa. Yeji abaixou a cabeça e começou a mexer com as suas mãos nervosamente.

- Bem...- Ela deu de ombros e ajeitou o gorro em sua cabeça. Ryujin havia dado o gorro para ela, lembrou-se. Era o seu gorro da sorte. Enquanto Yeji vestisse-o, poderia fazer qualquer coisa.

- O que você tem feito desde que nos vimos pela última vez? - A mulher batucou seu lápis contra a mesa. O barulho apenas fez com que a ansiedade de Yeji crescesse.

- Eu fui à aula com a Ryuddaeng. - Yeji se lembrou, sentindo um sorriso se formar em seu rosto.

- Você não quis dizer Ryujin? - A mulher perguntou. Yeji assentiu.

- Foi o que eu disse. - A morena começou a ficar nervosa. - O nome dela é Ryuddaeng. Só eu posso chamá-la assim. Ela é minha Ryuddaeng.

- Oh..- A terapeuta anotou algo. Yeji não gostava de suas expressões faciais, elas as preocupavam.

- Eu fiz um amiga também. - Yeji deixou escapar. Ela sabia que a mulher escrevia algo sempre que ela tinha dito algo errado. - Duas amigas.

- Você fez? - A mulher olhou para cima. - Conte-me sobre eles.

- Eles são da classe da Ryuddaeng. Há uma garota chamada Mina e a namorada dela, Chaeyoung. Ela faz coisas com argila. - Yeji olhou para seu braço, onde Mina tinha pintado uma flor. Ela havia lavado no chuveiro, mas ainda era possível ver uma leve sombra de tinta preta.

- 𝐁𝐋𝐔𝐄 : RYEJIOnde histórias criam vida. Descubra agora