Caça ao rato

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Bem, após alguns dias ainda com ambos trabalhando no caso do Brown, ainda não conseguimos o capturar, esses casos de caça silenciosa demoravam, apesar de termos o bônus do suspeito não se mover durante o processo, o que facilita, mas qualquer escândalo ele poderia fugir e levar junto a mãe de Kanda, o que seria um perigo e um desafio maior ainda pra todos nós.

- Entre em contato com o departamento da proteção a mulher, verifique se conseguiram entrar em contato com algum familiar próximo da mulher.

- Pode deixar, Cramper.

Assentiu Willys ao seu chefia e saiu até o departamento da mulher, era dia de semana e o clima parecia bom, estava ensolarado e as nuvens, poucas por sinal, davam lugar ao céu azul como a maré. Não demorou chegar até lá e notou que como sempre, não estava tranquilo. Se dirigiu a sala de espera já que preferia dar o lugar as moças com casos mais urgentes, mas em contrapartida, observou se achava Echo, ele deveria estar trabalhando não? Ou deveria ter folga?
Olhou para os papéis em suas mãos e os remexeu ansiosamente como sempre fazia aguardando, se o chamariam em algum momento, bem, ter um homem alí poderia ser estranho, mas quem trabalhava nesse lugar já o conhecia apesar do "seu jeito desleixado" de acordo com o próprio Echo.
...
Os dias pareciam voar quando se tinha muita coisa para fazer e eu estava com um caso complicado em mãos, ou melhor, dois em um.
Estava no escritório analisando a ficha de Kanda mais uma vez, para ver se achava algo do pai, achei o endereço da casa de praia, mas ele não iria desovar lá, teria que ser um lugar mais isolado, mas onde?
Assim que me avisaram que Willyans estava aguardando para ser chamado já fui até a porta o recepcionando.

- Pode passar.

Disse lhe dando espaço e já dizendo em seguida.

- Alguma novidade sobre o caso? Tudo que achei foi a casa de praia, mas é mais fácil que ele esconda os corpos no lixão do que lá.
Porém já mandamos revistar o depósito de lixo da cidade e não tinha nada lá.

Disse fazendo sinal para ele se sentar e me sentei em seguida em minha cadeira.
...
Quando ouviu a voz de Echo o rapaz se levantou e se dirigiu a sua sala, se sentando e já ouvindo seu progresso perante o caso, é, ele era esperto ao ponto de saber cuidar de muitas coisas.

- Os crimes hediondos começam a dois anos atrás quando Kanda foi preso, a verdade é que seu pai já matava a anos, quando o rapaz era novo ainda. Os corpos já se decomporam, se levar em conta que, de acordo com o que foi passado pelo próprio Kanda, seu pai era um coveiro com um carro funerário, quem cuida disso sabe a distância exata de profundidade da terra para o corpo se decompor. Mas...

Willyans fechou os olhos e refez a cena do crime na sua cabeça, mas ao invés do Kanda, ele queria a cena do assassino. Conseguiu ver o semblante de medo de uma criança, provavelmente Kanda, enquanto dirigia um carro preto com uma mulher com o pescoço quebrado atrás, jogada como se fosse nada. Dirigia para uma floresta, mas não muito longe da aonde morava, quando chegou lá, o assassino pediu que o menino lhe ajudasse, mas ele parecia tão assustado, o homem teve que o agarrar e obrigar, então. Willyans se recompôs e saiu dos seus pensamentos suado e levemente ofegante.

- ... Ele as jogava na floresta próxima da casa dele... com...o filho junto...bom, parecia uma floresta...

Não era um dom, mas era algo que ele fazia e comumente acertava, mas podiam ter pequenos erros. Geralmente detetives trabalham assim, e como era do FBI.

- As vítimas mais antigas eram assim... Talvez ele tivesse mudado o modus operandi dele com o passar do tempo. Mas Kanda nunca matou.

Olhou para Echo e teve um lapso.
...

- Os ossos ainda podem estar lá.

Vi ele se sentar e fui escutando as informações que me levassem a algo, quando ele fechou os olhos pareceu imerso em alguma coisa, quando voltou naquele estado até assustei um pouco, o que foi isso?

Cicatrizes da alma, todos somos imperfeitos.Onde histórias criam vida. Descubra agora