A imaginação é a única arma na guerra contra a realidade?

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Nota: Como deve ter percebido em certas partes da história os personagens falam em primeira pessoa. Quando é mais focado em um ou outro personagem. Só para que não se confundam na leitura. Aqui quem fala em primeira pessoa ainda é Kanda. Boa leitura.

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- Eu disse, e pra me entender você teria que passar mais tempo comigo

Movi um dedo de uma mão como se fosse um tic enquanto ainda olhava para os lados.

- Mas porque? Digo, porque quer libertar um estuprador? Eu ainda não entendo que por mais boa que a pessoa possa ser pense em ajudar alguém como eu
Você não é um violador, é?

Acho que nem mesmo um estuprador iria ajudar outro nesse caso. Eu mesmo os abomino. Isso quer dizer que eu não me aceito? Descubram.

- Você confiaria em mim?

Ele quer que eu saia por aí com ele sabendo que sou um maníaco por sexo? E não como um ninfomaníaco, pois eu forçaria as coisas um pouco mais.

- Pais das maravilhas.....sempre quis ir lá
Você sabia que "a imaginação é a única arma na guerra contra a realidade?"
A realidade pode ser muito feia ...

Disse baixo abaixando a cabeça como se fosse uma criança depois de cometer um erro e ser repreendida.

Tombei a cabeça para o lado brevemente quando ele disse que passaria tempo comigo sem problemas.

- Você quer me estudar, saber como eu penso, não é?

Mas, e se eu não souber? Bom, nem sempre estou totalmente lúcido, as vezes eu estou "no país das maravilhas". Outras posso estar no inferno.

- E se você descer demais vai ver algo muito, muito feio.

Falei como se fosse uma criança em voz baixa. Na verdade eu já não estava "em mim". As vezes eu saia da minha própria realidade e lembrava. Lembrava muito e isso me fazia semi inerte aqui "fora".

- Porque deve temer? Você não me conhece e quer passar um tempo comigo, só por isso.

Disse voltando novamente, mas eu ia e voltava num piscar de olhos.

- Quanto você quer que dure?

Deixei no ar, ele sabe quanto eu quero que dure o meu tempo?
Quando ele fez menção a tocar no vidro olhei para sua mão e elevei a minha.

- Depende da fantasia, se ela me tirar da realidade sim.

— Não te estudar, te conhecer.

Para ser mais exato, Hannibal não era do tipo que mentia, mas talvez do que omita.
Quando disse sobre se descer demais veria algo feio ele rapidamente riu fraco e respondeu ao mais novo.

— "Entenda os seus medos, mas jamais deixe que eles sufoquem seus sonhos"
Esse é meu dilema

Respondeu ele apenas com essa frase e notou que as vezes ele ia e voltava, digreção? Tão de repente, ele viveu algum trauma pra desenvolver isso.

— O máximo que puder.

O psiquiatra não gostava de coisas rápidas, preferia as que duram mais e que de certa forma são mais agradáveis, a pressa simplesmente não era algo que admirava para seu viver.
Quando disse sobre a fantasia e de certa forma tocou sua mão sobre o vidro Hannibal o olhou bem nos olhos.

— Elas te farão tirar os pés do chão.

Conhecer....ele quer mesmo saber mais de mim? Mesmo que eu não tenha nada bom para contar?

Cicatrizes da alma, todos somos imperfeitos.Onde histórias criam vida. Descubra agora