Quem é você?

1 0 0
                                    

Willyans notou que Echo iria provavelmente questionar sobre o que acabou de acontecer. Mas claro, que ele não queria responder, colocar a cara tapa os seus amigos não seria algo muito legal.

— Entendo perfeitamente, sinto muito, mas espero que talvez com o tempo você se sinta bem consigo mesmo, sempre é bom estarmos em harmonia com nós mesmos antes do mundo.

Disse enquanto ouvia sobre o rapaz também compartilhar dessa insensibilidade consigo.

— Na verdade eu tenho uma síndrome, e acho que é muito mais comum do que pensamos, é a síndrome da empatia pura, ou desgaste por empatia. Normalmente aparece na fase adulta, mas a raíz disso vem da infância...Bom.

O agente desleixado tossiu limpando a garganta e espeou que o outro procurasse pelo suspeito, enquanto olhava em volta vindo uma pergunta.

— Se me permite, porque decidiu trabalhar aqui?

Willyans não sabia dizer, mas parecia que Echo e a mãe tinham certo conflito interno.
Logo que o agente da delegacia feminina achou a ficha e informou o agente da CIA ficou perplexo, o suspeito passou totalmente despercebido.

— Céus esse homem é pior que um psicopata.

Willys queria poder contar a história completa a Echo, porém estava fora das normas policiais e isso poderia render seu trabalho e todo seu sustento, preferindo não o pôr em jogo, apesar do desejo de dizer o que esse homem realmente era.

— Você poderia me imprimir a documentação dele com foto e endereço?

Echo Fantini Di Fiori, era o nome completo e agente a sua frente, com aquele ar de superioridade, que as vezes remetia a uma pessoa fria, sem alma. Talvez não fosse bem assim, ou talvez, fosse exatamente isso.

- E você, está bem consigo mesmo?

Já que ele tocou no assunto talvez me dissesse porque ele parece que já desistiu da vida, pelo menos pelo estado físico é o que parece.

- Hum, teve uma infância difícil?

Notei que ele pareceu "engasgar" com as próprias palavras, algo aconteceu para ele estar assim?

- Porque decidi por esse emprego?
Bom, sempre vi que a maioria dos casos de estupros, maus tratos e assassinatos eram contra mulheres, eu queria poder fazer algo quanto a isso. Sim, eu poderia trabalhar em uma delegacia normal, mas aqui consigo chegar no público que busco ajudar mais.
E você, porque decediu por essa carreira?

Rebati a pergunta que me fez com um pequeno ajuste é lógico.

- Já lidei com casos assim.
A melhor forma de pegar ele é através de quem conviva com ele, mas ele não pode ficar sabendo ou mataria nossa fonte.
Ele é casado e tem um filho, pelo que vejo nos registros, o filho também é um criminoso, mas ele poderia nos ajudar a passar informações caso não tenha uma boa relação com o pai. Se isso não for possível a próxima ajuda viria da esposa, mas teríamos que a colocar no programa de proteção a testemunha.

Assenti sobre imprimir a documentação do suspeito e o fiz rapidamente entregando a ele.

- Ele mora em um bairro pouco movimentado, isso facilitaria as coisas se for verdade que é um criminoso.

Bem consigo mesmo? Aquela pergunta caiu como uma bomba no estômago de Willyans, isso porque ele sempre evitou pensar sobre isso.

— Talvez, não sei dizer.

Ele nunca parou para pensar em si porquê sempre pensou demais nos outros e essa era a sua ruína, mas ele não sabia como controlar isso, nem mesmo o Hannibal conseguiu lhe ajudar totalmente, além do mais, ele era seu melhor amigo, mas também o aconselhava no seu lado psicólogo.
Willys decidiu ouvir sua parte agora sobre porque trabalhar justamente nesse lugar, e era uma causa nobre, ficou realmente impressionado, embora pareça ser o tipo de gente que sempre cada pequena ação tem um significado muito maior do que podería se imaginar.

Cicatrizes da alma, todos somos imperfeitos.Onde histórias criam vida. Descubra agora