Parceria parte 1

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— Eu gosto dessa sua estratégia, são pouquíssimas pessoas que conseguem se por em ambos os lugares.

Disse Willyans, quando falei que precisava falar com Kanda ele ficou meio pensativo, será que Hannibal iria permitir? Ainda mais por estarem no início do tratamento.

— Posso entrar em contato com ele e te informar, mas provavelmente ele pedirá que seja com acompanhamento dele.

Willyans não achava que teria problemas para Echo, não era nada confidencial e Hannibal sabia de quase tudo de Kanda.
Assim que ele estava com os papéis da declaração em mãos o agente do fbi sentiu-se livre para terminar sua parte.

— Estou sim.

Mostrou sua arma na cintura também e a recarga no casaco. Se levantou e pediu licença para ligar ao seu chefe.

— Crawn, preciso de crachás falsos como protetores ambientais, uniformes e vê se arranja uma van também.

— O que você está tramando Willyans?

— Confia em mim. É meu jeito.

Disse o mesmo e logo seu chefe concordou do outro lado da linha, disse que providenciaria o mais rápido e só iria precisar que Willyans fosse recolher com Echo depois, Crawn já se acostumou com o jeito de Willyans.

Dei um pequeno sorriso pela primeira fala dele. Em seguida assenti sobre Willys falar com o tal psiquiatra de Kanda.

- Não vejo problema em ele nos acompanhar na conversa.

Me referia ao homem acompanhar a "entrevista" entre Kanda e eu.
Esperei ele falar ao telefone com seu chefe. Consegui ouvir um pouco da conversa e acabei rindo sozinho. Enquanto isso eu terminava de rever uns papéis e deixava empilhados sobre minha mesa para que a secretária possa guardar quando eu estiver fora.

- Bom, acho que não esqueci de nada.

A arma estava carregada e só faltava o uniforme e crachá. Agora era torcer para aquele homem cair na nossa conversa, a van deve estar equipada com o que vamos precisar para as investigações. Esqueci de algo?

Assim que Willyans terminou a ligação, já foi até a porta e abriu.

— Vem comigo recolher as coisas?

Perguntou esperando se iria lhe acompanhar, nesse momento parou para pensar... Ontem ele dormiu pensando no agente da delegacia feminina, mas porque? Echo tem algum tradicional marcante que ele não sabia identificar ao certo mas sabia que ele lhe deixou... Como se fosse uma marca de reconhecimento, ele sentia que Echo tinha alguma coisa diferente, mas não saberia dizer o que, ou também  só estivesse meio paranóico, não dormia bem a dias.

— Hum? Você disse algo?

Perguntou enquanto voltava do transe, isso era um problema recorrente que ele tinha, digressão é difícil de se acostumar, tanto pra si quanto para seus colegas ou mesmo seu chefe.
Bem, assim que Echo veio até si um carro preto apareceu na frente da delegacia e se identificou que veio os buscar, já que ele viera a pé inicialmente, e não poderiam ficar andando por aí descontraídos já que iriam para uma missão daqui algumas poucas horas.

- Claro

Respondi já saindo do escritório com ele, coloquei o casaco no caminho, estava bem frio hoje.

- Oi? Willys?

Quando ele parou na porta como se estivesse em transe ou algo assim passei a mão frente a seu rosto e estalei os dedos me perguntando o que aconteceu, foi alguma outra visão?

- Tá tudo bem, Willyans?

Assim que ele voltou ao normal, digamos assim voltei a o acompanhar até o carro que nos aguardava. Entrei logo depois dele e passei o cinto um pouco preocupado com o que aconteceu a pouco, isso é normal para ele de acontecer?

- Willyans, não quero parecer evasivo, mas você devia tentar dormir direito sabe? E se alimentar bem, acho que você passa muito tempo pensando no trabalho. Não te julgo pois faço o mesmo, mas não é saudável, você sabe.

— Oi? Sim...to bem sim.

Respondeu Willyans quando notou que estava sendo chamado, mas viu que Echo achou estranho, tanto que chegou até a ficar levemente preocupado consigo, bem, era comum pra ele mesmo, mas sabia que estava se matando aos poucos.

— Eu sei, mas eu não consigo controlar isso.

Terapia nunca funcionou com ele, remédio já tomava, então o que ele precisava fazer? Ser internado? Só pode. Porque era o que parecia.

— Se eu soubesse uma forma de me curar disso eu já teria feito.

Disse se apoiando na janela do carro e olhou para Echo suspirando.

— Vem, vamos.

A viagem era rápida então chegaram a delegacia rapidamente.

— Meu chefe já deve ter separado as coisas.

Disse entrando e deu espaço para Echo ir indo na frente também, educação sempre, e ainda que ninguém alii o conhecesse, poderiam pensar algo ruim dele.
Enfim, logo chegaram a sua sala e se deparou com as chaves, as roupas e os crachás falsos prontos.

— Acho que está tudo aqui certo?

Só queria confirmar com seu chefe para poderem ir.

- É..eu também não

Minha mãe vive tentando me arranjar pretendentes achando que eu preciso é me casar e ter alguém para cuidar de mim quando chegar em casa depois do trabalho, mas na verdade ela quer alguém que cuide meus horários, o que eu como, tudo que ela faz quando ainda moro com ela. Fazer o que, ela me convenceu com muito drama.

- Minha mãe diz que é falta de homem
Você também tá precisando de um?

Brinquei, espero que ele não leve a mal, mas se conhecer minha mãe ela faz pior.

- Eu ouvi dizer que ter um bichinho ajuda, eu tenho um gato em casa, mas é minha mãe quem cuida já que não tenho tempo.

Ele me ajuda a relaxar quando tiro tempo para brincar com ele no jardim. Gatos também gostam de pegar bolinha e desfiar novelos de lã. Brincam até com um pedaço de fita de deixar.
Assim que chegamos desci do carro e fui atrás dele, quando me deu passagem para ir a frente o fiz. De certa forma me sinto imponente quando me deixam passar primeiro.

- Parece que sim. As pás estão na van? Você não achou que eu não iria tentar escavar não é? Só vou precisar que vigie enquanto isso, ou nós dois quem iremos acabar numa cova.

Eu só preciso achar qualquer pertence, arcada dentária, qualquer coisa.

"Então ele me entende... Não poderia me julgar se também passa por isso." Pensou Willyans, como se falasse mentalmente consigo mesmo. Bom, quem não faz isso?

— Homem?.. . Ah não sei...

Como assim falta de homem? Ele pensou, se nunca fez nada com nenhum dos sexos , então não sabia se  precisava de homem ou sabe lá o que fosse. Então não sabia dizer se era falta de algo mais sexual ou de algum carinho, pois só recebeu carinho materno e pela metade ainda. Mas sabia que tinha gente com esse tipo de carências.

— Eu tenho cachorros, vários na verdade,mas... Ah minha rotina continua bagunçada e desleixada.

Talvez porque já tinha se condenado? Melhor era pensar nisso depois né, já que estavam em missão.

Bem, já estavam dentro de sua sala quando Echo perguntou das pás, Willyans imaginou que sim, tinha é um kit básico para se ter se você fosse um protetor ambiental ou algo assim, devia ter outras coisas como veneno, redes, e talvez algumas armas brancas.

— Devem estar todos no carro, mas vamos lá conferir qualquer coisa.
Por precaução, temos que ir lá preparados, e só temos uma chance. Senão vamos perder a nossa presa.

- Ou mulher, não sei sua preferência
Se não for nenhum dos dois eu estou aqui.

Brinquei rindo enquanto o ouvia aguardando ele verificar tudo.

- Bom, então acho que seu caso não é com animaizinhos mesmo.

Assenti sobre irmos para o carro, acho que o quanto antes formos melhor

Cicatrizes da alma, todos somos imperfeitos.Onde histórias criam vida. Descubra agora