Limites quebrados.

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Nota: A primeira parte será narrada pelo autor, em seguida terá a narrativa na visão de Hannibal. Boa leitura.

Hannibal estava sentado bebendo seu vinho em sua taça favorita enquanto ouvia as perguntas "criativas" de Kanda a ria de sua curiosidade um pouco "extrema".

- Bom, acho que não quer passar o resto da noite conversando sobre....a minha culinária.
Vamos, já está tarde, vamos dormir.

Sugeriu o médico e Kanda fez bico se levantando.

- De acordo, mas ainda vou tirar essas respostas de você

Kanda ia passando por Hannibal quando tropeçou em sua perna pela bebida e quase caiu sobre o homem que o segurou a tempo do mais jovem não ir ao chão. Kanda agradeceu estando a uma distância mínima do rosto do mais velho, enquanto o mesmo segurava seu braço.

- Olhando agora de perto entendo porque aquela moça ficou admirando tanto você. Seus traços são....marcantes e charmosos....

Disse Kanda levando uma mão ao rosto de seu psiquiatra e deslizou lentamente por sua pele.

"Kanda, não atinja um limite do qual não poderá voltar depois..."

Disse para si mesmo, mas era tarde. Quando percebeu a mão do homem mais velho dava uma volta em sua cintura, mantiveram seus rostos bem próximos e aconteceu, quando se deram conta seus lábios estavam colados em um beijo demorado e silencioso. Até o mais velho quebrar tal silêncio.

- Me desculpe....passei dos limites, isso não podia acontecer.

Kanda se quer soube o que dizer, a vontade foi dele também, mas o homem pareceu ter se arrependido do beijo, e afinal aquilo não era um conto de fadas, eles eram dois homens com um passado sujo e doloroso, que não podiam dar certo.

— Kanda,vou tomar banho okay?

Avisou o homem mais velho indo para seu quarto e fechou a porta, seu coração saltitou, porque eu pensou nisso? Dormir com ele? Mas... Ele devia estar cansado, melhor seria ele ir tomar logo o banho e ir dormir.

- Tudo bem...pode ir, vou ficar bem ...

Kanda conseguiu chegar no quarto aonde havia um banheiro, pelo jeito tudo alí era suite que chique pensou ele, na cadeia era só banho frio com o monte de outros homens olhando. Já foi direto para o chuveiro, se despiu ligando a água quente e fechou os olhos pensando em como aquele beijo foi acontecer. Como seria entre eles dali para a frente, não isso definitivamente não era um romance clichê. Tinha tudo para dar errado.

- Eu nem devia estar pensando nele pra começar...

Pegou o sabonete e começou a passar no corpo tentando desviar o homem de sua mente.

Quando o psiquiatra entrou no banheiro se olhei no espelho antes de entrar no box e o rosto que ele viu alí não foi o seu.

— Kanda..

Chamou por ele mas acabo se perguntando em seguida: "porque estou chamando por ele...?".
Suspirou e entrou debaixo da água para se banhar enquanto pensava sobre isso, sobre o que acabou de acontecer, ele não podia criar sentimentos por Kanda...Pois eles tinham uma relação de paciente e médico, só estava cuidando do outro..ele nem deveria ter se deixado levar pelo impulso, se martirizava.

— Ah...que droga...

Tombou a cabeça para o lado a começou a se lavar, demorou-se no banho e quando saiu olhou para a janela e foi até ali perto, olhando para a floresta escura.

— Que noite boa...

Colcou um roupão após ficar alguns minutos só olhando para fora e pensando, secou seus cabelos e teve uma idéia...iria dar boa noite para ele e ver se ele queria mais algo, de alguma forma ele o queria por perto. Mas não compreendia o real motivo.

Cicatrizes da alma, todos somos imperfeitos.Onde histórias criam vida. Descubra agora