harpoon

221 25 7
                                    

28/12/2009
19 graus.
Noite chuvosa em Paris.

Grau de gatilho; 🟡/🔴

Estávamos rindo, como sempre fazíamos quando Bill recebeu mais uma dessas malditas ligações e se retirou.

— "Deixa pra lá mano, certeza que ja ja ele tá ai" — Georg me confortou.

— "Relaxa, pede um cúdela ai" — Gustav riu.

Eu bufei com raiva, me levantando da mesa indo em direção as escadas, as desci sem escutar oque eles falavam atrás. Saindo restaurante a fora, olhei por todos os cantos a procura ele, dei um passo para frente me esforçando para encontrá-lo. Olhei para um
beco cheio de lodo e vi dois homens apontando uma arma para Bill que estava de capuz, ele ergueu ás mãos como se estivesse se rendendo, observei os mesmos abaixarem suas armas e Bill tirar sua touca depois de alguém mandar deixá-lo passar, logo ele entrou no beco e eu fui me aproximando cautelosamente. Cheguei perto ao ponto de ouvir a conversa ja que os guardas entraram para o beco atrás de Bill.

— "Não é desfeita mas eu não quero esse dinheiro". — Escutei a voz tremula de Bill.

Dinheiro? Por que ele precisa de dinheiro? Temos de sobra, para dar e vender.

— "Você sabe demais, tem que morrer". — Engoli seco e parei de escutar a conversa, pensei em chamar a polícia, mas se algo estivesse muito errado Bill poderia ir preso.

Voltei para perto de lá.

—" Você abriu a caixa?" — Perguntou uma voz rouca que parecia estar intimidando Bill.

— "N-não"— Meu irmão gaguejou.

— "Melhor falar a verdade, vamos explodir sua cabeça de qualquer maneira" — Disse uma voz desconhecida.

Fiquei desesperado por Bill estar ali naquele momento, eu queria tirá-lo de lá, mas não sabia quantos homens eram. Perdido em meus pensamentos ouvi um barulho estranho seguido de algo caindo caindo ao chão molhado por grandes possas de água. Minha respiração começou a falhar, eu precisava ver o que realmente tinha acontecido, me apoiei num pilar do local, dando a ver Bill vomitando, e um corpo no chão rodeado de sangue, suspirei por meu irmão não ter ido dessa para melhor. Minha respiração voltou ao normal, mas eu ainda sim estava tremendo.

— "Não queria que você visse de tão perto a maneira de como ira morrer, Bill" — Disse o homen tirando uma arma de seu sobretudo.

Eu pude ouvir ele atirar, porém eu fui mais rápido. Pulei na frente de Bill, o empurrando para longe. Senti uma dor aguda no meu abdômen, que rapidamente começou a arder. Tudo ficou em silêncio depois que cacos de vidro se espatifarem por todo canto, estava doendo muito.

Pelo visto, o meu empurrão o fez bater a cabeça nessa merda de lixeira. Bill caiu ao chão, enquanto eu tentava ficar de pé, eu estava por cima dele apoiando uma de minhas mãos na quina da lixeira, o sangue que havia se espalhado por toda a minha barriga, começou a pingar na boca do mesmo caído ao solo frio. Ja tinha perdido o controle total do meu corpo, consequentemente cai ao chão.

— "Que patético morrer assim, você não acha?"— Falei com dificuldade, me dirigindo a Bill, que estava desacordado.

Respirei fundo, sendo interrompido pela dor novamente, olhei para o lado oposto, vendo oque eu não achava que era real, era uma coisa? Ou um alien? Ou talvez uma bola de chiclete enorme. Não, ela era negra e se mexia constantemente, não tinha olhos nem boca, nem nada que aparentava ser alguma parte de um corpo. Pensei em estar alucinando por alguns segundos. Ela veio até mim lentamente, não sei exatamente como sumiu ou para onde foi. Senti minha mão direita formigar, enquanto a esquerda estava crescendo e mudando sua cor para preto.

𝓥 𝓔 𝓝 𝓞 𝓜  - 𝒯𝒪𝑀 𝒦𝒜𝒰𝐿𝐼𝒯𝒵 ( TRANCADA ) Onde histórias criam vida. Descubra agora