Don't call me mom

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14/05/2006

Grau de gatilho; 🟡Musiquinha pra vcs ai do lado, escute lendo para melhor experiência

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Grau de gatilho; 🟡
Musiquinha pra vcs ai do lado, escute lendo para melhor experiência.

Nós éramos uma família totalmente desestruturada, Mamãe trabalhava vinte e quatro por dia e papai quarenta e oito, eu era o tipo de criança que nunca tinha atenção dos pais. Na cabeça deles, nada de que umas boas bonecas e vestidos cor-de-rosa não pudessem resolver tudo. Fui criada praticamente por empregadas, eu gostava muito delas. A família paige sempre foi uma família muito bem vista do lado de fora, mas quem estava por dentro das coisas que aconteciam, viam que aquilo não se passava de uma peça de teatro.

Eu tinha apenas quatorze anos e já tinha me acostumado com ausência deles, na verdade. Eu não ia pra escola, eles pagavam aula particular, eu não saia de casa, nunca. Eu posso contar nos dedos quantos aniversários prometidos eu tive, apenas os presentes chegaram. Eu tinha uma vida frustrada, e queria que isso acabasse. Numa madrugada mamãe chegou em casa, eu já estava acordada para executar meu plano. Como sempre, deixa o seu computador em cima do balcão da cozinha, fui em Passos lerdos em busca do eletrônico, o abri com calma, rapidamente entrei na caixa de mensagens, não demorou muito para que eu criasse muitos e-mails falsos de mulheres querendo meu pai. Eu tinha certeza que se ele se divorciassem, teriam muito mais tempo para mim.

Eu claramente estava errada.

— MAS QUE PORRA É ESSA RAPHAEL? — Minha mãe berrou assim que abriu seu computador as cinco da manhã do dia seguinte.

— Não precisa gritar.  Achou alguma barata? — Meu pai vinha dizendo enquanto escovava os dentes.

— a gente tinha uma família.. COMO VOCE NAO PENSA EM SUA UNICA FILHA?? — Escutei minha mãe berrar da sala de estar.

— Do que está falando Amélie? — Meu pai perguntou confuso, enquanto amarrava sua gravata.

— DEVERIA SE LIGAR E APAGAR MELHOR AS COISAS QUE VOCÊ ANDA RECEBENDO! — Ela exclamou, colocando o computador ao lado de seu rosto.

— Como eu recebi mensagens se essa é sua conta? — Ele fez uma fenda com os olhos.

— Você é um filho da puta. — Rebateu ela enquanto mordia os lábios de nervoso.

— Eu não recebi mensagens de mulher alguma! — Meu pai continuou.

— ACHA QUE EU SOU BURRA? QUE EU NASCI ONTEM?? — Ela esbravejava, feito uma leoa feroz, prestes a pegar sua presa.

— Eu quero divorcio. — Ela afirmou.

— Oque? Esta batendo bem da cabeça? — Meu pai dizia tentando manter a calma, como a presa da leoa.

— Eu não aceito ser pisada dessa maneira Raphael.

— NINGUÉM PISOU EM VOCÊ AMÉLIE, NINGUÉM. POSSO TE GARANTIR, POR TODOS ESSES LONGOS E HORRÍVEIS VINTE ANOS QUE EU SOU CASADO COM VOCÊ, SEMPRE FIZ TUDO DE MELHOR PARA VOCÊ E CHANTELLE, VOCÊ SEMPRE NOS REBAIXOU, SEMPRE ESTAVA INSATISFEITA COM TUDO! E NA REALIDADE SABE O QUE VOCÊ É? — Meu pai alterou o tom de voz, desistindo de por sua gravata e a jogando no chão, ele chegou perto da minha mãe. Apontando o dedo em sua face.

𝓥 𝓔 𝓝 𝓞 𝓜  - 𝒯𝒪𝑀 𝒦𝒜𝒰𝐿𝐼𝒯𝒵 ( TRANCADA ) Onde histórias criam vida. Descubra agora