I felt the serum in my veins

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Grau de gatilho:
🔴

Era como se eu estivesse num transe, como se estivesse dormindo numa nuvem, como se eu fosse uma pena flutuando num lindo oásis. Eu andava pelo lago lotado de carpas coloridas, as apreciando, eram tantas que meus olhos não podiam acompanhá-las. O dia estava maravilhoso e ensolarado, tinha um grande cervo deitado sobre a grama verde estridente, a sua volta havia muitas frutinhas vermelhas.
Continuei andando sobre a trilha de cascalho, apreciando o vento fresco que vinha sobre mim, até que pisei numa possa de água suja, imagens estranhas vieram em minha mente, me mandando dar meia volta, assim fiz, indo para a esquerda dessa vez, dei aproximadamente oito passos até dar de cara com um carro chique, semelhante a lembranças minhas. Melhor ir para a direita, cinco passos e eu cheguei em um beco, comecei a me desesperar, então decidi voltar para trás, onde tudo estava colorido e lindo.

Dando a volta, a brisa fresca não estava mais lá, somente um vento frio e congelante, que fazia meus lábios ficarem quebradiços. Caminhei mais um pouco naquela água imunda, que antes era uma bela trilha de cascalho, me concentrei em voltar rápido ao lindo lago de carpas. Trovoadas tomaram conta do oásis e eu olhei para cima, vendo as nuvens escuras cobrirem o sol, esfreguei meus olhos para ver melhor, mas quando tirei minhas mãos a lua tinha roubado o lugar do sol. Tudo estava se juntando, as memórias quebradas estavam voltando.

Uma gota de chuva caiu em meu nariz e então finalmente cheguei ao lago, porém, tinha algo de errado, as carpas haviam sumido, aproximei-me abaixando para ver de perto. Peguei um pouco de água com os dedos, ela era viscosa e estranha, até que
ela começou avermelhar e o lago todo se transformou em sangue, me assustei saindo dali. Logo avistei o cervo, mas novamente tinha algo de errado, as carpas estavam por cima dele, não me dei ao trabalho de chegar perto. Continuei andando, tentando limpar meus dedos de sangue em algum lugar, até sentir um cheiro extremamente ruim.

Me virei para trás repentinamente, vendo oque era um cervo lindo, virar um corpo sem olhos em sua face, as carpas por cima dele eram ratos, comendo seus órgãos, as diversas frutinhas vermelhas agora são miolos espalhados. O lago começou a transbordar, eu corri desesperadamente, corri olhando para trás, o lindo oásis virou o inferno. Tropecei em algo grande, me fazendo cair sobre um solo úmido familiar. Olhei para oque me fez cair, vendo eu mesmo, sem vida, ao chão, levantei-me rapidamente me limpando. Olhei para frente e percebi o mesmo homen apontando sua arma para mim. O barulho do tiro foi alto, senti novamente o sangue em meus lábios.

.

— 100! DESCARREGA.

— SEM REAÇÃO SENHOR.

— 200! DESCARREGA.

— SEM REAÇÃO.

— 300 VAI! VAI! VAI!, ESTAMOS PERDENDO ELE!!

O frequencímetro que estava sem sinal de vida, volta a frequência normal, e com o grande choque eu me levanto.

— Acalme-se, você precisa manter a calma!, deseja um copo d'água?—Perguntou a moça de branco e eu respondi que sim sinalizando com a cabeça.

Meu peito estava estufado, me encostei na cama branca tentando entender tudo oque havia acontecido. Ela voltava novamente com o copo de água, minhas mãos tremulas pegaram o copo com muita dificuldade, eu bebi e consegui me acalmar um pouco, a todo momento a mulher de branco tentava me fazer perguntas, mas só conseguia ouvir zumbidos terrivelmente assustadores.

— Você pode me dizer seu nome?—Perguntou ela e eu olhei para mesma.

—Bill—A respondi com a voz rouca.

— Ok Bill, tem alguém para quem queria ligar?—Ela perguntou e eu me dei conta que estava sozinho num quarto totalmente branco.

— Meu.. meu irmão—A respondi novamente.

𝓥 𝓔 𝓝 𝓞 𝓜  - 𝒯𝒪𝑀 𝒦𝒜𝒰𝐿𝐼𝒯𝒵 ( TRANCADA ) Onde histórias criam vida. Descubra agora