Passando por cima

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O primeiro desastre nos treinos físicos aconteceu, e isso não me surpreendeu, e Nathan ter corrido para curar a perna praticamente quebrada de Sarah também não me surpreendeu.

Mas a reação de Nick? Essa me surpreendeu.

Foram segundos entre o grito de Sarah, todos repararem que o braço dela parecia estar em uma posição não natural, e Nathan sair correndo para ajudar.

E mesmo que Nathan tivesse saído muito antes, Nick era estupidamente mais rápido, então chegou em Sarah em questão de dois segundos.

— Senta — ele disse, firme, mas cuidadoso.

Sarah não bancou a mimada e rapidamente sentou no chão, as lágrimas de dor descendo por seu rosto enquanto ela tentava não gritar.

— Agora respira e não pensa que ta doendo — ele olhou para Nathan e assentiu, indicando que ele podia começar o processo de cura.

Nick se ajoelhou de frente para Sarah e trouxe o rosto dela para seu peito.

— Prometo que já vai passar.

Charlie apertou minha cintura quando Nathan realizou o fatídico movimento que fez Sarah berrar.

O osso voltando para o lugar.

— Pronto — Nick engoliu em seco a apertou enquanto ela continuava gritando enquanto Nathan ainda mexia na perna dela.

Aguardamos alguns segundos enquanto Nathan terminava seu trabalho. E quando ele soltou a perna de Sarah, Nick suspirou assentindo.

— Depois que quebramos a primeira vez, nunca amis volta a ser igual — ele disse. Por um momento não lembrei que Sarah já tinha quebrado a perna, por minha culpa, por sinal — seria melhor não forçar hoje.

— Não posso andar? — ela disse um pouco assustada, limpando as lágrimas que permaneciam em seu rosto.

— Até pode, mas não recomendo andar muito.

Nick procurou o olhar de Charlie ao meu lado, querendo aprovação.

— Acredite, estamos muito acostumados com isso —  Charlie tentou dar um sorriso para descontrair — o repouso é o indicado, e se não puder ser total, pelo menos não percorra longas distâncias e fique de pé muito tempo.

Ela suspirou, aceitando o conselho de Charlie que deu um leve aceno.

— Vamos encerrar por hoje.

— Te levo para o dormitório — Nick disse e antes que qualquer pessoa pudesse dizer algo, pegou Sarah no colo e sumiu pelo bosque.

— Até amanhã gente — Charlie dispensou todos.

Enquanto se ajeitavam para fazer o caminho de volta aos quartos, virei para Charlie que acariciou meu rosto, beijando minha testa.

— Sarah consegue ser mais desastrada que você — ele deu um projeto de sorriso.

— Nunca me machuquei de verdade, só dorzinhas — dei de ombros.

— É — ele suspirou — acha que estou pegando pesado com elas?

— Acho que não — fui sincera — mas talvez precisasse dar atenções individuais a elas. Eu sei uma coisa ou outra, posso ajudar.

Ele sorriu de verdade.

— Sabe uma coisa ou outra então, lindinha?

— Sei? — ergui as sobrancelhas, confirmando, e ele sorriu, me puxando para um beijo rápido.

Peguei minhas coisas para fazer o caminho para o quarto, e Charlie me deu um discreto tapinha na bunda se despedindo, rendendo um olhar meio feio da minha parte que ele respondeu com um sorriso e uma piscadinha.

(Sem) Medo - IIOnde histórias criam vida. Descubra agora