Capítulo 3 - Nightfalling

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Música: Nightfalling - John Park

Mingi conhecia Seonghwa, Wooyoung e Jongho desde a primeira infância. Não apenas os seus melhores amigos tinham crescido junto ao rapaz, como suas famílias de algum modo se conectavam: Seonghwa, o mais velho entre todos, era filho de um antigo aprendiz da padaria que o pai de Mingi trabalhava - anos mais tarde, seu pai abandonou o ramo de alimentos e passou a se dedicar a construção civil. A mãe de Wooyoung e a mãe de Mingi eram melhores amigas desde a juventude, e Wooyoung era o caçula de três irmãos, quando descobriram que dariam à luz na mesma época, ambas as mães sonhavam acordadas sobre a possibilidade dos filhos serem melhores amigos como elas foram. Por fim, Jongho. O mais novo dentre os quatro, nascido um ano após Mingi e Wooyoung. Não se sabia muito sobre os pais do rapaz, pois ele fora criado pela avó, e como ninguém era uma ilha naquele bairro, os pais de Mingi o acolheram como um membro da família também: Jongho era como o irmão mais novo de Mingi.

O rapaz sentia que a proximidade dos amigos era tanto uma dádiva quanto uma provação - nada passava despercebido, nada era deixado de lado: Quando ele estava triste, seus amigos estavam por perto para acolher e consolar, mas quando se metia em alguma situação embaraçosa, eram os primeiros a rir, espalhar pelo bairro ou contar para seus pais.

Mas naquele momento, tê-los por perto era um presente. Duas noites atrás, foram os três que o encontraram aos prantos, ajoelhado aos pés do memorial do irmão. Seonghwa, Wooyoung e Jongho cuidaram dele e de Dasom, sem questionar, sem julgar. De fato, o que Mingi sentia cabia a ele sentir, e aos demais a, no mínimo, acolher.

- Não adianta falar nada, já trouxemos tudo: Tem pizza pra gente, refri para todos e papinha de banana com maçã para Dasom. - Jongho informou, tirando os sapatos e colocando as sacolas na mão do anfitrião. - a mãe do Wooyoung ainda falou pra gente trazer mais duas térmicas com kimchi para você.

- E ela disse que se você negasse, deveríamos esconder no seu congelador, então contamos com a sua cooperação, ok? - Wooyoung avisou, também entrando na casa e pendurando o próprio casaco no gancho vazio.

Por fim, Seonghwa entrou na casa, olhando ao redor e indagando Mingi com o olhar.

- Por que está tudo tão escuro? Não me diga que você se afundou de tristeza no sofá e...

Ele não pôde responder, pois as luzes já haviam sido acendidas por Yunho, que se aproximava com Dasom nos braços, sorrindo e batendo palminhas. Era ilusão dizer que algum dos três amigos tinha mantido a atenção em Mingi, pois seus olhos já estavam centrados na criança sorridente no colo do adulto desconhecido.

- Quem é a criança mais linda do mundo, quem é? - Wooyoung começou, esticando os braços para pegar Dasom no colo, que logo foi respondido pelos gritinhos de alegria da bebê.

- Ah, - Jongho pigarreou, depois de notar a figura que segurava Dasom. - É... Boa noite...?

Mingi pôde falar pela primeira vez desde que o furacão que chamava de amigos tinha entrado em sua casa.

- Este é o Yunho, o outro tio da Dasom. - coçando a nuca, continuou. - Ele hm ele veio do Japão e vai ficar alguns dias aqui em casa, porque ele não sabe cuidar de bebês.

Os três amigos olhavam de Yunho para Mingi, de Mingi para Yunho, enquanto tentavam processar completamente a informação. Os dois tios de Dasom, cada um em uma extremidade do cômodo, de fato não eram tão parecidos - suas roupas, feições e posturas indicavam isto: Enquanto Mingi estava completamente relaxado em suas roupas largas e cabelo bagunçado, Yunho mantinha a postura ereta, lhe garantindo que todos os centímetros de altura fossem contatos. Vestia um conjunto monocromático de moletom, e os cabelos bem aparatos lhe configuravam os traços de um príncipe.

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