Capítulo 10 - The source of sadness is far away, blooming between wounds

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Música: Scratch - Giuk

A mão de Yunho tremeu ao ouvir o advogado do outro lado da linha mencionar seus pais. Seu rosto empalideceu ainda mais e, por alguns segundos, parecia que ele tinha perdido a habilidade da fala. Seus olhos procuravam por Dasom em todo canto da cafeteria freneticamente e, após encontrar a bebê tentando alcançar um babador que ela mesma tinha jogado longe, o adulto se certificou de buscar também por Mingi, cujo olhar já se encontrava em Yunho, sentado à mesa, diante de seu notebook. Mingi não sabia exatamente o porquê Yunho parecia tão desesperado, ou melhor, angustiado como ele estava, e com os olhos tentava perguntar ao outro tio de Dasom o que acontecera.
O que acontecera?

- Sr. Jeong Yunho, seus pais preencheram o formulário para a audiência de conciliação, entretanto eles alegam que a criança não tem condições de permanecer com vocês pela demanda de trabalho que exige para ser criada. - Anunciou o advogado, o que Yunho pouco tinha ouvido. - Os avós maternos de Dasom reiteram a demanda pela guarda completa da criança, e querem sobrepor a lei sul coreana. - Yunho engolira em seco. Nesta altura, Mingi já tinha deixado o balcão, se sentando na cadeira ao lado dele, pois o mesmo não se movia nem sequer por um instante enquanto ouvia o advogado.

- O-o que podemos fazer? - Sua voz estava estranhamente rouca.

Eles não poderiam perder Dasom assim, de jeito nenhum isso seria uma questão. De maneira alguma ele permitiria que seus pais ficassem com a guarda da bebê de sua irmã, de quem desdenharam anos atrás pela escolha que fizera. De maneira alguma ele permitiria que seus pais ficassem com a sua bebê.

- Podemos marcar uma reunião ainda hoje?

- T-temo não ser possível... - Yunho pigarreou para soar menos nervoso do que estava. - Estou em Incheon, demoraria cerca de duas horas e meia para chegar...

- Certo. Podemos marcar para amanhã pela manhã, então? Assim direciono quais são as provas e documentações necessárias para dar continuidade ao caso.

Logo após, o advogado e Yunho se despediram, deixando o tradutor ainda trêmulo de expressão vidrada na cafeteria. Mingi ao seu lado, pegara sua mão e tentava reanimar o rapaz, mas Yunho ainda estava preso nos próprios pensamentos, ou melhor, no compilado de informações que tivera que processar em tão pouco tempo. Por que seus pais queriam a guarda de Dasom, se eles sequer sabiam que ela existia?

- Yunho!! - Mingi dava tapinhas em seu braço, tentando chamar sua atenção. - Yunho, o que aconteceu?

Yunho piscou algumas vezes, tentando falar de algum modo que fizesse senso para ele ou para aqueles à sua volta.

- Era o advogado. Ele... - Yunho engoliu em seco. - Meus pais vão brigar pela guarda da Dasom.

- O que?! - Mingi estava incrédulo com a resposta. - Por quê?!

- Não entendi, na verdade eu acho que não ouvi muito do que ele falou, mas isso eu entendi. Eles... Eles dizem que não temos condições de criar a bebê, basicamente isso.

Nesta altura, tanto Minjae quanto Sumin estavam ao balcão, tentando entender a conversa dos dois adultos à mesa, enquanto limpavam as bordas das canecas de chocolate quente com pistache que prepararam. Dasom, que buscara seu babador, olhava confusa para os tios à distância, como se também prestasse atenção.

- Nós precisamos então provar que temos condições de criar Dasom? É isto? - Mingi neste ponto já tinha um guardanapo bem apertado entre os dedos, como se tivesse canalizado sua ira toda para aquele pobre pedaço de papel. - Eles não podem simplesmente decidir que agora se importam com a família deles. É absurdo.

Não que Yunho não soubesse o que era moralmente ético ou não, especialmente tratando-se dos próprios pais e das decisões que tomavam, mas sinceramente, a decisão de querer a guarda da bebê parecia muito mais uma teimosia por Yunho ter decidido o que fazer por conta própria do que qualquer outro tipo de interesse. E dessa vez, ele não recuaria, pela memória da própria irmã e pelo futuro de Dasom, em qualquer que fosse a situação, ele prometera que seria o melhor tio para ela -nem que isso significasse virar-se de fato contra seus pais.

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