Capítulo 2 - You'll be in my heart and never be alone

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Música: You'll be in my heart - Phil Collins

O silêncio naquela sala durou alguns minutos desconcertantes, enquanto Yunho não sabia muito bem como se portar, enquanto Mingi o olhava confuso em relação ao que esperar de um familiar de sua cunhada que nunca antes tivera o tato de entrar em contato, em quatro anos.

O silêncio na sala foi interrompido apenas por Dasom, pois a bebezinha protestava por estar tão presa no abraço do tio. Seus bracinhos balançavam, enquanto suas perninhas tentavam chutar qualquer coisa, a fim de se livrar. Seu gritinho de protesto fez com que o clima na sala se aliviasse pelo menos um pouco, e Yunho soltou uma leve risada por ter achado a ação da sobrinha fofa, e a reação do rapaz engraçada: Mingi olhava confuso para a garotinha, seus olhos estreitos se arregalaram brilhantes para a bebê, como se perguntassem o que ela estava tentando dizer.

Yunho se aproximou da cadeira à frente dos dois, apoiando sua bagagem nela. Do bolso do sobretudo, tirou a pelúcia em formato de cachorrinho, chamando a atenção de Dasom, fazendo a pequena sorrir animada e esticar os bracinhos para alcançar.

- Eu posso... Tentar pegá-la no colo? - Yunho pediu, empolgado ao mesmo tempo que incerto se deveria falar aquilo. - Você parece... Cansado.

Mingi de fato estava cansado. Seu braço estava dormente por estar segurando Dasom há tanto tempo, mas ao mesmo tempo sentia que ela estava mais segura com ele, ou que ele estaria mais seguro se estivesse segurando a garotinha. Ainda assim, com o outro tio de Dasom se oferecendo a pegá-la, o braço de Mingi tremeu, como se estivesse agradecendo ou insistindo para que o jovem lhe desse um descanso.

- Eu...hum, pode sim. - Mingi esticou Dasom em direção ao outro jovem, que era apenas alguns centímetros mais alto que ele. Yunho sentia-se desconfortável e seus ombros estavam tensos enquanto esticava os braços em direção à pequena, que lhe sorria animada, pois sabia que ele tinha uma pelúcia na mão. O adulto sorriu de volta, emocionado em perceber que, mesmo tão pequena, os olhinhos e sorriso da sua sobrinha lembravam os de sua mãe. Mingi relaxou ao ver a cena, mas ainda não estava muito certo sobre o rapaz.

Yunho segurou Dasom de um modo um tanto desconfortável para ambos, o que fez Dasom reclamar antes mesmo de pegar a pelúcia da mão do adulto. Mingi soltou a primeira risada em dias, pela cara de confusão do outro jovem com a bebê no colo - de algum modo, ele fazia Mingi se lembrar de um golden retriever tentando se comportar como um border collie.

- Você nunca segurou um bebê no colo? - Mingi questionou, o que Yunho respondeu com um aceno negativo da cabeça. Mingi soltou outro leve sorriso e ajudou o rapaz a segurar a garotinha que, depois de ajustada ao colo do adulto, passou alguns segundos observando seu rosto: os grandes olhos redondos e a boca desenhada eram claramente distintos aos do tio que ela conhecia, assim como a pele mais alva.

Por alguns segundos, Yunho se sentiu intimidado pelo olhar da bebê, e com medo de que ela começasse a chorar a qualquer instante, por isso começou a balbuciar para a bebê, fazendo uma voz mais aguda que a de Mingi e caretas engraçadas, às quais Dasom não poderia resistir, e sua gargalhada iluminou toda a sala ao redor, fazendo os dois adultos gargalharem juntos.

O sorriso sincero da menina quebrou o gelo entre os rapazes, que passaram a conversar sobre a pequena, sua aparência e sua personalidade, até chegar no assunto família: Yunho descobriu que Mingi trabalhava na cafeteria com sua irmã e cunhado, e Mingi descobriu que Yunho havia sido mandado para uma escola no Japão, onde também tinha feito faculdade e trabalhava com traduções. Para Mingi, este era como outro mundo, pois ele jamais tinha ido até Jeju, imagine outro país.

- E enquanto ao... Ocorrido? - Yunho perguntou, tentando não parecer impaciente para saber toda a história. A reação de Mingi foi inesperada para Yunho, pois o rapaz apenas travou, absorto em seus pensamentos por alguns minutos, antes de retornar à realidade.

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