Provocações

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     Bobby puxa o cabelo de seu irmão que acorda na mesma hora; ele demora para processar: o pequeno em cima de si concentrado em o atormentar, a sutil dor no coro cabeludo pelo puxão e, droga, o uniforme que o menor usava.

     — ai! Pendejo!

     — callate! Acorda aí seu preguiçoso! Você ta' atrasado!!

     — É por culpa sua!! Fiquei a madrugada inteira tentando te fazer dormir.

     De fato, Bobby as vezes sente saudade dos pais e se sente mal por não serem presentes, o que sempre deixa Roier muito preocupado. As vezes a criança precisa de consolo, mas o mais velho nunca se vê capaz de fazer mais do que dizer que a culpa não é sua, que ele o ama muito e que ele está lá; dar um abraço nele e dar uns presentinhos como o levar para sair às vezes, mas nunca consegue expressar que faz isso porque o quer bem, de verdade, e não porque ele é um peso ou seja lá o que o menino sinta.

     Roier agarra um travesseiro e joga na criança que se finge de mortinha na cama.

     — oh no! Bobby! Se murió! — Roier finge drama e se joga no irmão que ri baixinho por debaixo do travesseiro e agora do irmão

     — buuuh! — o pequeno grita rindo, segurando seu irmão com toda a força que tem, o que não é suficiente para Roier sequer perceber, dessa forma, ele se levanta logo — o espírito de Bobby, vai te assombrar se você não for se arrumar logo!! Bobby levar consigo na mochila o trabalho de artes com seus colegas, não poder chegar tarde.

     "Puta que pariu." Roier pensa, o trabalho. O loiro faria de Roier seu próximo projeto de biologia para compensar esse, desmembrando cada parte de seu corpo. Honestamente, preferiria que fosse o caso; Roier já errou num trabalho com o loiro uma vez, e mesmo namorando ele na época pôde sentir Cellbit o tratar de forma diferente.

     Ele corre de um lado para o outro se arrumando, deixa Bobby na escolinha e vai chorando pedir para Foolish e Vegetta irem mais no carro, para chegar antes da campa tocar. Não conseguiu, mas só se atrasou uns 5 minutos... ou um pouquinho mais. Mas o importante é que Cellbit ainda não tinha começado, ele enxuga o suor e se senta na mesa que Cellbit ajeita o trabalho.

     — quase achei que não vinha. Como sempre — o loiro alfineta, mas Roier leva na esportiva

     — não, bem. Vim só porque sabia que você preferiria que eu não viesse, se não faltaria mesmo.

    — que bom que você sabe.

     Os dois se entreolham irritados, mas deixam para lá.

     As apresentações começam e terminam; nada muito especial, o moreno não se deu o trabalho de ouvir nenhuma explicação sobre as bugingangas da sala. No fim, seu trabalho foi o melhor depois do de Bad, o que fez questão de jogar na cara de seus amigos, que o xingaram, mas depois parabenizaram como Jaiden, ou só mostraram o dedo do meio, como Quackity.

     Aquele som horrível, todavia capaz de trazer muita felicidade, a campa, toca e a maioria se dirige ao refeitório como sempre. Ao chegar lá, é perceptível uma rodinha de uno ser criada.

     — vamos lá Roier! — Jaiden o puxa

     — uno nãoo — ele choraminga e a amiga ri

     — vamos logo.

    E o jogo começa, Roier torcendo muito para Jaiden, o que em certo ponto irrita Cellbit.

     — uuhh, mais 12 para o Cellbit, será que ele tem? Será que não tem? — o moreno se divertia sendo o único ali podendo falar pelo sete presente

     — porra. — Cellbit começa a comprar, tirando uma risada alta de Foolish e do resto grupo

     — mais treze para o loirinho!!

     — hã!? Por quê?

    — quatorze!!

     Foolish se joga no chão rindo e Baghera ri junto ao lado, batendo com força nele. Etoiles cutuca o brasileiro ao seu lado fazendo um sinal de "shh" para que por fim caia em si, percebendo seu erro.

     — muy tonto — Roier ri

     Apesar de ter de fato comprado as quinze cartas (ele xingou depois), bateu bem rápido, mesmo não sendo o primeiro.

     E o jogo parecia cada vez mais barulhento ao seu decorrer, o que começou a deixar Roier preocupado com o meio-gato. Uma vez, em seu quarto, Cellbit falou como aquilo o frustrava; gostava muito de estar com seus colegas e adorava escutar as suas risadas se misturando numa interação legal, mas suas orelhas sensíveis faziam questão de machucá-lo. E realmente, Cellbit se forçava a ficar um pouco mais do que aguentava.

     No fim do jogo, quando decidiram jogar mais uma partida, Cellbit se afastou depois de falar algo para Forever que só fez que sim com a cabeça.

     Por alguma razão, talvez por preocupação, se levantou e foi atrás dele. O achou no corredor vazio do segundo ano, tirando um suco da máquina de bebidas, decidiu pegar uma também.

     — tudo bem? — Roier disse sem olhar nos seus olhos, digitando o que queria na máquina

     — hm? Mais ou menos, depois de pegar segundo lugar.

     O mexicano sabia do que estava falando. Cellbit pediu para ele trazer algumas fotos da sua parte do trabalho pelas quais Roier esqueceu completamente, mas o que podia fazer? Bobby era bem mais importante.

     — por que você é tão chato? — Roier desiste da bebida e se vira diretamente para Cellbit encostado na parede, fazendo-o ficar de sua altura

— por que você é tão irritante? — Cellbit encara os lábios do mexicano com um sorriso falso, provocando-o

Instintivamente, Roier mira a boca do loiro também, percebendo-se encostar seus lábios nela. Eles se beijam de forma calorosa, Cellbit se põe de pé e puxa o mexicano pela nuca, deixando sua mão lá; a mão de Roier, por outro lado, agarra a cintura do loiro com força, e pouco depois do beijo começar, Cellbit os separa, com a respiração forte.

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     Cellbit tem uma dor de cabeça terrível pelo barulho e o estresse — Roier esqueceu uma das partes dele do trabalho e passou o jogo todo o irritando. Quando o jogo finalmente termina, avisa Forever que já volta e sai rápido dali.

    Ele se abaixa para tirar uma latinha de suco de laranja da máquina de bebidas e ao levantar-se, percebe Roier tirando uma bebida também.

— tudo bem? — Roier diz sem olhar nos seus olhos, digitando o que queria na máquina

     — hm? Mais ou menos, depois de pegar segundo lugar. — Cellbit brinca, mas alfineta. Precisava deixar o mexicano ciente de sua irritação

     Roier se vira para o brasileiro sem uma bebida, o que o faz pensar que só estava fingindo querer algo.

     — por que você é tão chato? — Roier diz se aproximando

— por que você é tão irritante? — Cellbit o vê molhar os lábios e morder, o que é um sinal de que está com raiva

    E ele o beija. E Cellbit não sabe como responder se não o beijando de volta, e o puxando para mais perto. Então cai e si, e pensa na loucura que estava fazendo.

Gatinho? - Guapoduo AUOnde histórias criam vida. Descubra agora