Gatinho (pt. 2)

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À tarde, Roier aparece no apartamento dos br, e quem abre a porta para ele é Mike, que quando o vê fecha a cara e o encara mortalmente.

— buenas tardes — ele sorri, meio assustado

O rosado abre espaço para ele entrar e ele passa, indo silenciosamente para o sofá esperar pelo loiro.

— OH CELLBIT!! O ROIER TA' AQUI! — ele chama de baixo, só para dizer que chamou, provavelmente ele já havia escutado ou, farejado? Ah, isso explicava tanto

— oi. — de fato, ele já sabia de sua presença — vamo' subir.

Os dois sobem e as coisas não parecem "ok" dessa vez.

— Ta' saindo com o Quack?

— que? Hã? Para que você quer saber?

— porque ele é meu amigo de infância, eu me importo com ele.

— então deveria perguntar para ele.

Roier se cala, continua o trabalho assim por um tempo.

— vou por uma música, isso aqui ta' me matando. — Cellbit coloca qualquer playlist no Spotify

A primeira música foi a letra que Cellbit colocou na cartinha que fez para Roier, ele pulou para dar skip nela na primeira nota; a segunda era deprimente então ele pulou essa também; a terceira foi da primeira vez que cantaram karaokê juntos, até a quarta ser uma música brasileira que, por sorte, o gato não mostrou à aranha.

Apesar disso, era estranho. Mostrar uma música br boa sem poder falar sobre ela e cantarola-la com pulinhos, apontando para o mexicano nas horas que a música o faz lembrar dele. As músicas nem deviam lembrar ele. É tão estranho como o maior já passou por tanto nessa vida e as esqueceu tão rapidamente, mas não consegue tirar o moreno da cabeça.

— Poisé, poisé — Roier cantarola baixinho

Aquilo faz o coração dele fraquejar de verdade, ele tinha mostrado essa para Roier também.

— mas vive dando em cima de mim — os dois cantam e riem

— Let's go gatinho! — Roier sorri ao ouvir o pré-refrão, pronto para cantar quando se dá conta do que disse — quer dizer, Cellbit, Cellbit, Cellbit. — Roier balança a cabeça repetidas vezes como se aquilo fizesse a palavra dita sumir — Cellbit, me desculpa. Não foi de propósito.

Honestamente, Cellbit odiava as desculpas do moreno.

— esquece. Quer saber? Acho melhor a gente ir para sala, esse lugar mexe com a nossa cabeça.

E de fato, Cellbit nunca conseguiu se livrar do quadro na escrivaninha que pintou com Richas, Bobby, e Roier, mas ele tinha a desculpa de que era pelas crianças. Também tinham flores azuis, porque Richas as plantou com Bobby pouco antes dele ficar muito doente, e foram os dois que deram para os pequenos, como se vissem-se como família.

Os dois pegam as coisas e descem, Cellbit nota o silêncio desconcertado de Roier e como as vezes o olha de canto, com as sobrancelhas caídas, disfarçando quando se via notado.

— tudo bem, foi sem querer. Só não repetir.

— ta. — Roier pega qualquer coisa para fingir fazer o trabalho, só para não encarar o loiro

— esse fica para cá.

— ta. — Roier se sente um idiota, mas se sente menos quando escuta um sorriso soprado pelo outro

Apesar de tentar parecer bem, Cellbit não consegue parar de pensar. Os pensamentos de Cellbit não cessam nem por um momento e aquilo já estava começando a o irritar. Pensar demais as vezes é uma merda. Quase sempre é. E dessa vez também foi.

Roier continua fazendo um trabalho, todavia em certo ponto, odiar querer se chamado de gatinho de novo o faz explodir.

— mas, por quê? — o loiro sopra uma risada de uma só nota

— foi sem querer... costu-

— não. Por que fez aquilo comigo, aquele dia?

— é só que... eu... foi sem querer. — Roier vê esperança de poder se explicar, de dizer que sente muito

— que? Contou para aqueles 2 idiotas, que você sabe que me odeiam, tudo o que eu passei escondendo a minha vida toda, sem querer?

— Cellbit, eu não queria. Eles fingiram que vocês tinham conversado-

— E AÍ SÓ DISSE ALGO QUE EU SEQUER DISSE PARA MEUS MELHORES AMIGOS!? — a respiração do brasileiro desregula depois de gritar, as unhas cravadas no sofá sem perceber e os olhos tingiam-se num vermelho sangue apavorante, pelos quais Roier um dia se apaixonou

— EU NÃO CONTEI! Foi a porra daquela foto idiota, uno de ellos preguntó si éramos novios y pensé que sería buena idea mostrar una foto nuestra, y rápidamente vieron una foto tuya sin tocado. Ni siquiera me di cuenta en ese momento, y cuando fui a verte... — sua voz falha e ele diz tão rápido que Cellbit se esforça muito para entender

— eles viram uma foto que você não mostrou?

— si...

Cellbit era um tonto. Burro. Idiota, imbecil, incompetente. A única coisa que prometeu a Roier era acreditar nele e na primeira oportunidade se fechou como sempre faz.

— eu te amava, Cellbit. Nunca faria isso com você, nem mesmo se não amasse, nunca faria isso.

Como pôde ter sido tão idiota? Ele estragou tudo.

     "Eu te amava".

     Roier o amava. E não ama mais porque ele foi burro. Porque não confiou. Tudo isso porque achou que Roier fosse como todos os outros.

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Me perdoem por favor, mas se vocês acharam esse capítulo foi menos divertido que os anteriores, o próximo vai ser pior.
Apenas peço que leiam com um ar mais cômico, do jeito que é para ser T-T

Gatinho? - Guapoduo AUOnde histórias criam vida. Descubra agora