IV- Perfeição

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Oiii, olha quem voltou depois de um tempo... a autora está quase ficando louca com 2 empregos kkkkk boa leitura. Esse capítulo vamos nos aprofundar mais na Mitsuri (talvez tenha gatilho) e mais algumas interações da Shinobu com nosso menino Giyu. Boa leitura!

POV: Mitsuri

Foi um término que doeu como uma faca afiada cortando meu coração. As palavras cruéis que ele disse ainda ecoavam em minha mente, como uma melodia sombria que eu não conseguia esquecer. Ele me disse que eu comia demais, que não era delicada e que era forte demais. Até os meus cabelo rosados com mechas verdes foram criticados. Cada palavra parecia arrancar um pedaço da minha autoestima, deixando para trás uma sombra de insegurança que eu nunca tinha sentido antes.

Desde então, resolvi que tinha que me reinventar, me transformar em alguém que ninguém reconheceria, alguém que fosse perfeito aos olhos dos outros. Eu queria esconder minha insegurança e provar que eu era digna, suficiente.

Todas as manhãs, antes de sair de casa, eu me empenhava em uma rotina meticulosa de cuidados com a aparência. Escolhia roupas que me faziam parecer mais frágil, mais delicada. Vestidos leves, estampas florais, e sapatilhas substituíam minhas roupas habituais, que eram mais práticas e confortáveis. Minhas mãos tremiam enquanto eu passava a maquiagem, camuflando qualquer vestígio de imperfeição. O rímel acentuava meus cílios, enquanto o corretivo escondia qualquer imperfeição na minha pele. Eu queria ser perfeita.

Quando eu finalmente me olhava no espelho, a menina que me encarava de volta era irreconhecível. Os cabelos, agora pretos, perfeitamente arrumados, um sorriso amigável, o olhar determinado. A menina que ninguém suspeitaria ser a mesma que chorava todas as noites por se sentir inadequada.

Enquanto eu caminhava pelos corredores do novo colégio, meu disfarce funcionava. A parte mais difícil da minha busca pela perfeição era a minha relação com a comida. Eu amava comer, cada prato era uma celebração da vida, uma explosão de sabores que me enchia de alegria. Mas agora, cada mordida era carregada com o peso das palavras cruéis do meu ex-namorado.

Aprender a escolher meus alimentos com mais cuidado, a contar calorias e a diminuir as porções era uma tarefa árdua. Mas a verdade é que a minha paixão por comida era mais forte do que qualquer padrão de perfeição que eu buscava alcançar. Às vezes, a tentação era irresistível, e eu acabava devorando tudo de uma vez.

Me sinto presa, tentando moldar-me conforme as expectativas alheias, enquanto minha própria voz interior grita por liberdade e autenticidade. O preço da perfeição tornou-se claro, mas eu ainda não sei se tenho coragem de romper as correntes que eu mesma forjei.

Decidi vestir um vestido rosa para a festa. O vestido era leve e fluído. A saia delicadamente rodada balançava com cada passo, criando um efeito etéreo enquanto eu me movia. Pequenos detalhes rendados decoravam as mangas curtas, conferindo uma nota de delicadeza ao conjunto. A parte superior do vestido apresentava um decote profundo, adornado com bordados reluzentes que capturavam a luz e refletiam um brilho encantador.

Complementei o vestido com sapatilhas de ballet, escolha que refletia minha personalidade mais leve e descontraída. Meu cabelo, que quase sempre estava trançado, agora caía suavemente pelos ombros, realçando a feminilidade do visual.

Após meu ritual de maquiagem, ainda imersa em pensamentos, escuto um barulho da porta se abrindo. Ainda estava imersa em meus próprios quando percebo o olhar de minha mãe. Ela se aproxima, sentando ao meu lado.

"Filha, podemos conversar?" Ela começa, e seu olhar reflete a preocupação que a consome.

Eu assinto, uma mistura de curiosidade e ansiedade em meus olhos. "Claro, mãe. O que está te preocupando?"

𝑪𝒐𝒏𝒔𝒆𝒒𝒖𝒆̂𝒏𝒄𝒊𝒂𝒔 Onde histórias criam vida. Descubra agora