{𝙿𝚛𝚘́𝚕𝚘𝚐𝚘}

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Seja feliz,Você não sabe quantotempo te resta

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Seja feliz,
Você não sabe quanto
tempo te resta

✦ ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ 0 = ᴘʀᴏ́ʟᴏɢᴏ ✦
𝚃𝚛𝚊𝚒𝚌̧𝚊̃𝚘

Janeiro de 1985

𝐌𝐚𝐧𝐬𝐚̃𝐨 𝐖𝐢𝐭𝐭𝐞𝐛𝐚𝐧𝐞
𝐌𝐢𝐚𝐦𝐢, 𝐅𝐥𝐨́𝐫𝐢𝐝𝐚, 𝐄𝐔𝐀

          Enquanto eu mentia, meu coração mergulhava em dor, estava fraco. Ou melhor, me parecia como um.

   Um Wittebane em hipótese alguma poderia se denominar como fraco, mas pareço um quando me importo com esta dor. Que tipo de homem se importa com o aperto no coração?

   Me perguntei se era possível acreditar nas mentiras que eu dizia. Todos que ali me escutavam, pareciam anotar mentalmente as palavras. Foi um pequeno discurso, repleto de ideias para o futuro, e até indiretas para meu irmão, Philip, que nem estava por perto, na festa. A única verdade no discurso ocorreu quando deixei explícito o quanto amo ter Evelyn em minha vida, por um momento até quis falar sobre o futuro herdeiro dos Wittebane. Seria arriscado submeter ele a isso.

— Amo Evelyn Clawthorne agora, e amarei até depois da morte. - Foi minha última declaração em público.

   Apesar disto, ela já havia desaparecido entre os convidados curiosos. Me afastei dos demais enquanto arrumava a gravata. Fui em direção a sacada sem pressa.

   Encontrei alguns antigos aliados do meu irmão mais novo. Não disfarcei o sorriso quando imaginei ele sozinho, sem parceiros reais. Era possível escutar de tudo neste salão. “Dizem que as paredes da mansão Wittebane falam” é uma típica frase minha, o que significa que tudo que conversam aqui dentro, amanhã será notícia no mundo todo.

   “Caleb é um arrogante, Philip é um asqueroso. E os dois são egoístas” Pensei, ri, senti a dor no peito novamente.

   Os irmãos Wittebane guardam tantos segredos quanto semeiam o ódio. O meu segredo mais doloroso se trata do fato de abandonar meu filho neste mundo.

   Quando cheguei na sacada do salão, vi duas coisas interessantes: Um segurança que nunca contratei e Evelyn.

   A paisagem que Evelyn admirava era quase tão linda quanto o brilho em seus olhos, que ao me ver, lacrimejaram.

— Quero te abraçar, te beijar e lhe dar um enorme tapa. - Ela sussurrou, mas por fim abriu um sorriso.

— Eu sou um idiota, não é? - Questionei já sabendo a resposta, Evelyn voltou a apreciar a paisagem. — Eu poderia ter feito diferente.

   Me aproximei mais. Podia assistir a Clawthorne apreciar a noite por horas, mesmo de costas para mim. Então analisei seu vestido, de um tom vermelho escuro, os detalhes em dourado. Os ombros pálidos de Evelyn estavam expostos, tão bela quanto a lua. Os fios ruivos combinam com tamanha beleza.

   Quando novamente nossos olhos se encontraram, aquela dor no coração me atingiu de surpresa. Seus traços tão fascinantes de uma verdadeira Clawthorne, agora, mostravam só tristeza.

— Talvez, você apenas tenha quebrado todas as minhas expectativas. - Ela murmurou.

   “E o meu coração” imaginei ela completar.

— Me desculpe Evy. - Fiz o que pude para dizer de forma séria, como um real Wittebane deve agir.

   Perdão Evelyn. Espero que um dia você entenda. É a escolha mais sensata, não é sobre mim, nem sobre Philip. (A quem quero enganar?). Mas eu não poderia te contar tudo. Então não vou me explicar. Nem posso dizer a palavra perdão.

— Isto é desnecessário.

— As vezes fazemos coisas idiotas e nem percebemos até que estejamos dentro do poço.

— Caleb, o que é a morte e a vida para você? - Os olhos brilharam.

   E mais uma vez, uma pergunta sem resposta foi feita. Na verdade, é comum em nosso relacionamento, sempre foi assim. Perguntamos sabendo que não teremos as respostas, mas às vezes, nem precisamos delas. Seu olhar diz tanta coisa, meu amor.

   Não havia muito vento, nem tanta luz, mas o seu cabelo tinha movimento e muito brilho nesta noite. Dei mais alguns passos, ficando o mais próximo que podia, aproveitando meus últimos minutos ao seu lado.

   Pousei uma de minhas mãos em seu ombro, e Evelyn continuou a admirar a vista encantadora, de fato, o lago iluminado pela luz da lua era magnífico.

— Evy, posso te contar uma coisa? Mas você já deve saber... - Eu perguntei em seu ouvido, querendo afastar o constrangimento do silêncio.

— Diga então, mesmo que eu saiba. Aliás, - A Clawthorne fez uma pausa — é perigoso ficar aqui, você pode cair, ou nós podemos.

   Querida, acho que cair de um lugar alto não é o que me preocupa agora. Olhei para o salão mais uma vez, e então encarei o lustre que balançava, de onde vem este vento?

Pra lá e pra cá.

   Deixei que meus braços ficassem em volta de sua cintura. Ficamos tão próximos, e fingi que não doeu. Aproveitei que estávamos juntos e depositei um beijo em sua bochecha, minimamente me esticando para alcançar. Ela riu como se fosse uma criança tímida a ganhar um primeiro beijo.

   Fiz melhor: beijei seu ombro. Evelyn me olhou de forma impaciente, revirando os olhos, mas sorrindo, esperando que eu contasse mais um segredo. Segurando sua cintura, fiz com que ela ficasse de frente para mim.

— Eu te amo. Eu te amo. Eu posso errar dez vezes, mas te amarei cem vezes mais.

   Eu nunca vi um sorriso tão lindo. Seus olhos brilhavam, seu rosto ficou corado de repente. A boca entreaberta mostrava seus dentes tão adoráveis. O cabelo era minha parte favorita. O corpo é tão tentador. Nos beijamos, uma, duas, três vezes. “Nunca uma, nem duas, sempre três.”

Pra lá e pra cá.

— Eu te amo.

— Eu te amo mais.

   Abraços e beijos, era o que eu precisava. Fiquei feliz por saber que em minha última hora de vida estive ao seu lado.

   Quando nos arrastamos de volta para o salão, certifiquei de que Evelyn não fosse correr perigo ao andar do meu lado. Aproveitei o quanto pude. E quando olhei para cima, notei que o lustre ainda se balançava. Procurei algo aberto que explicasse o vento, mas nada. Não havia nada que trouxesse o lustre a se balançar.

Pra lá e pra cá o lustre balançava.

   Bett e Robyn, se cuidem neste mundo cruel.


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Obrigada por ler!
   Sejam muito bem vindos ao início de HdR! Minha fanfic favorita! Preparem os corações, façam as pipocas e puxem os cobertores, pois a Aliança – e o Lumity que adoram – está começando!

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Xoxo, Anaju

Herdeiros da Revolução ✦ TOH LumityOnde histórias criam vida. Descubra agora