Capítulo Dezesseis

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  Alguns dias depois de sua conversa com Tartaglia, Kunikuzushi combinou com sua mãe de que ficaria algumas semanas com Tartaglia até que a poeira baixasse na casa deles, então Ei ficaria um tempo com Yae Miko, que também estava muito preocupada com a situação que ambos estavam passando.

  Kunikuzushi resolveu sair de casa pela madrugada e pediu para Tartaglia vir de carro, onde tinha menos chances de ser visto. E mesmo depois de Tartaglia ter chegado e ajudá-lo a colocar a bagagem no porta-malas, Kunikuzushi se sentiu mais culpado do que nunca por ter envolvido alguém que com certeza não tinha nada haver com seus conflitos. Assim que Tartaglia ligou o carro, Kunikuzushi desabou em lagrimas, Tartaglia sem saber o que fazer naquele momento, apenas o abraçou e enquanto esfregava suas costas na intenção de fazê-lo se acalmar. Com o tempo ouviu seus soluços se acalmarem cada vez mais, quando mais calmo, Tartaglia o questionou sobre o motivo de suas lagrimas suas lagrimas repentinas.

- Me perdoe, Tartaglia... Eu não quero parecer ingrato, mas eu vejo que você está se esforçando tanto por um problema que não tem nada haver com você. Eu sinto muito. - Kunikuzushi escondia seu rosto no peito de Tartaglia, ele estava se sentindo tão fraco e envergonhado naquele momento.


- Ei, o que eu te disse? Eu estou aqui para e por você, entendeu? Não estou fazendo nada disso porque sinto pena ou qualquer coisinha que esteja passando pela sua cabeça neste exato momento. Estou fazendo o que estou fazendo porque eu gosto de você e além de tudo, você é o meu amigo, certo? É por isso que estou cedendo minha casa e minha confiança a você.


  Kunikuzushi secou suas lagrimas agradecendo Tartaglia pelo que ele estava fazendo, Tartaglia apenas o confortou e deixou sua mão descansando em sua coxa, Kunikuzushi não sabia o porquê, mas aquele momento deles o fez muito bem para sua cabeça, ela parou de "gritar" tanto.

-  Então, vamos? - Kunikuzushi balança a cabeça finalmente concordando em ir, nisso os dois partem em total silêncio.


  Quando chegaram, Tartaglia ajuda Kunikuzushi a descer a mala do porta-malas, mas antes de entrarem, Tartaglia pede para fazer silêncio que seus irmãos estavam dormindo.

- Você pode ficar na cozinha enquanto eu coloco a mala no quarto? Posso fazer chá ou café para você. - Kunikuzushi assente e diz que prefere chá. - Ok, me dê um segundinho.


  Quando Tartaglia sai, o moreno observa o local, tudo muito organizado e com vários desenhos de seus irmãos em um mural, Kunikuzushi ri um pouco. "Ele realmente tem muito orgulho dos irmãos dele. Isso até que é fofo." Quando Tartaglia volta, escutam passos rápidos entrando na cozinha, era Teucer.

- Ei, o que você está fazendo acordado, rapazinho? - Tartaglia o pega no colo, mas assim que ele encosta sua cabeça no ombro do irmão mais velho, ele volta a dormir.


- Eita, que rápido. - Kunikuzushi ri um pouco confuso, mas Tartaglia o assegura de que isso era normal.


- Geralmente ele tem pesadelos, ele não chora e nem reclama sobre o pesadelo no dia seguinte, mas ele sempre vem até mim, e faz a mesma coisa que ele fez agora. Acostume-se. - Tartaglia diz em um tom zombeteiro, Kunikuzushi o leva na brincadeira. Vou fazer o seu chá e vamos dormir, ok?


  Tartaglia vai até o quarto dos pequenos e deixa Teucer descansando ao lado de Tonia. Quando sai, vê o moreno na frente da cafeteira esquentando a água, deixando ele se sentir em casa, Tartaglia se senta na cadeira onde Kunikuzushi estava e o espera acabar o seu chá.

  Depois de um tempo, Kunikuzushi o chama já alegando estar com sono, Tartaglia o leva para o quarto que iriam dividir.

- Você pode ficar na cama e eu puxo o colchão.


- Não. Eu quero que você durma do meu lado, por favor.


  Tartaglia sorri e assente, Kunikuzushi fica com o lado da parede e ele fica com a parte da beirada. Antes de realmente irem dormir, Kunikuzushi sorri.

- Obrigado mesmo, você está sendo a pessoa mais importante, atenciosa e amorosa comigo, muito obrigado mesmo. - Kunikuzushi sem esperar uma resposta se vira de costas para o ruivo e dorme, ou pelo menos é isso o que uma laranja corada deixada para trás pensa.

Liebe Tut Weh - ChiScaraOnde histórias criam vida. Descubra agora