Liebe Tut Weh - ChiScara

Capítulo Quatro - Confissão

    Kunikuzushi demorou um dia inteiro para que o seu psicológico superasse aquela situação que Kazuha o colocou, mas mesmo com seus sentimentos feridos, ele apenas os ignorou e tomou coragem para mandar mensagem questionando Kazuha do que havia acontecido para deixá-lo sozinho no quarto do motel. Kunikuzushi já tinha seu número graças a um trabalho de matemática que foi lhe dado mês passado, mesmo depois do trabalho feito, Kunikuzushi não apagou o seu contato.

  Com suas mãos gélidas e suadas, Kunikuzushi entra no contato de Kazuha sorrindo com suas antigas conversas e figurinhas trocadas. "Kazuha é tão gentil, eu o amo demais." Kunikuzushi repensou sobre mandar ou não a mensagem. "Será que eu vou estar incomodando ele? É como se eu não confiasse nele... Mas ele é o meu namorado, certo? Tenho certeza que ele vai entender." Estava decidido, ele mandaria a mensagem, mas por dentro torcia para que Kazuha não o interpretasse errado.

*Mensagem*

  @Você: Oi Kazu, está tudo bem com vc? Eu fiquei um pouco preocupado por vc ter sumido aquela noite, então queria saber se tinha acontecido alguma coisa?

  Kunikuzushi esperava ansiosamente por uma resposta, ou até mesmo que ele apenas lesse a mensagem, mas tudo o que conseguiu foi ver Kazuha saindo de 'online' para 'offline', aquilo desanimou muito Kunikuzushi, mas novamente ele pensou, "Ah... Ele deve estar ocupado já que as provas finais estão chegando, né?"

  - ...Mas eu sou o namorado dele... - Kunikuzushi murmurou, respondendo o seu próprio pensamento.

  Aos poucos seus olhos começaram a queimar e seu peito apertando, ele nunca gostou de se sentir como 'segunda opção', é claro que ele entendia que ele não era o único no mundo que precisava ficar em primeiro na vida de todos, ele não era tão egoísta, mas as palavras daquele ruivo desconhecido ainda ecoavam em sua cabeça.

  - ...Eu sou o namorado dele, ele no mínimo deveria dizer o porquê dele ter me deixado! - Ainda sussurrando para si, ele aos poucos começava a se sentir pior. Suas lágrimas caindo na tela do celular, seu peito doendo e suas mãos tremendo. - ...Não, isso não está certo, eu não deveria ser tão egoísta, preciso me controlar. Amanhã eu vou ver ele, e eu pergunto.

  Kunikuzushi largou o celular respirando fundo, limpou as lágrimas e depois de se recompor, desceu para a cozinha. Antes que pudesse se questionar se sua mãe já havia chegado, ouviu uma risada um tanto 'maldosa', como aquelas vilãs da Disney, mas já até deduzia quem era.

  - Filho! Eu chamei Yae para jantar com a gente, espero que você não se incomode. - Sua mão pousou no ombro de Yae Miko que sorria para Kunikuzushi.

  - Claro que não, mãe! Fico muito feliz por ver a senhora se dando bem com alguém como a Srta. Miko. - Yae Miko apertou a mão de Kunikuzushi enquanto o encarava intensamente nos olhos. Aquilo fez Kunikuzushi se assustar, mas não perdeu a postura.

  - Ei, será que eu posso falar um pouquinho com Kunikuzushi? - Ei estranhou o pedido, mas saiu da cozinha deixando os dois conversando. - Eu não quero ser intrometida, mas você está bem? Seus olhos estão vermelhos, aconteceu alguma coisa? - Kunikuzushi a olhou como se ela fosse louca.

  - E-Eu... Sim, está tudo bem... - Yae Miko viu o quanto Kunikuzushi estava desconfortável, então aceitou aquela mentirinha.

  - Tudo bem, eu só queria ter certeza. - Yae Miko sorriu e Kunikuzushi se viu agradecendo por ela não ter continuado. - Ei! Pode voltar, queri- - Yae Miko calou a boca na mesma hora, olhando horrorizada para Kunikuzushi, esperando que ele não tivesse percebido. Aquilo causou uma crise de risos em Kunikuzushi, tencionando mais ainda Yae.

  - Ah, qual é?! Acha mesmo que eu não sabia?! Eu conheço minha mãe, sabe? - Kunikuzushi continuou rindo e Yae Miko, eventualmente começou a rir também.

  - Poxa, eu iria te contar depois do jantar, que pena. - Ei voltou com uma expressão confusa.

  - Do que vocês estavam falando para rirem desse jeito?

  - Aparentemente, Kunikuzushi já suspeitava do nosso relacionamento.

  - Kunikuzushi sempre foi uma criança bem observadora, então não estou surpresa. - Ei sorriu ao encarar o filho. - Bom, vamos comer? - Ambos concordaram, Ei colocou as panelas na mesa e um prato para cada. - Ah, Kuni! Yae trouxe um bolo de chocolate com morango para a gente!

  - Muito obrigado, Srta. Yae. - Kunikuzushi sorriu para Yae Miko, que retribui o sorriso.

  Depois que Yae Miko foi para casa, Kunikuzushi volta para o seu quarto e verificou se havia uma mensagem de Kazuha. Infelizmente, não tinha nada além do último horário em que ele entrou no aplicativo. Kunikuzushi ficou chateado novamente, então apenas desligou seu celular e foi dormir.

  - ...Ah, não sei se quero ir amanhã.

  Quando amanheceu, a primeira coisa que ele fez foi verificar o seu celular. "Ainda nada, será que ele esqueceu de colocar o celular dele para carregar?" Kunikuzushi suspirou pesadamente, mas não se importou muito, ele iria falar com Kazuha hoje mesmo.

  Levantando-se da cama com o rastejar de seus pés, foi direto para o banho e se arrumar. Nada de diferente do rotineiro, mas ele ainda se sentia péssimo, por algum motivo. Olhou-se no espelho, e por algum motivo, Kunikuzushi sempre gostou de conversar com ele mesmo se olhando nos olhos.

  - Será que estou sendo inocente demais...? Ou eu só me deixei levar pela lábia daquele maluco? Não é como se alguém que eu nunca havia visto na vida soubesse alguma coisa sobre mim... Né? E você sabe que nenhum garoto gosta de ser perturbado pelas inseguranças emocionais de outra pessoa, então será que eu só estou perturbando ele...? - Kunikuzushi foi tirado de seus pensamentos quando escutou o apito da banheira indicando que estava cheia.

  Antes de entrar na escola, Kunikuzushi fez seu almoço e o de Kazuha, ele queria muito se resolver com seu namorado. Pensar nisso até o deixou de bom humor.

  O dia passou voando, sua cabeça estava cheia e ele nem se lembrou de procurar Kazuha, mas quando se lembra que o próximo sinal seria o do almoço, ele já fica animado e pega seu bentō e o de Kazuha, e assim que seu professor os liberaram, Kunikuzushi sai em busca de Kazuha.

  Então ele vê Kazuha passar por ele correndo "Ele... Passou por mim? Para onde ele vai?", Kunikuzushi correu rápido o suficiente para poder alcança-lo. Ele, por fim parou na frente de uma sala de aula vazia.

  - ...O que será que ele está fazendo aqui? - Kunikuzushi estava prestes a abrir a porta até que escuta alguém falando dentro da sala. Uma voz feminina.

  - Kazuha... Eu gosto de você já faz um tempo, mas ouvi dizer que você está namorando, é verdade? - Kunikuzushi revira os olhos, "É claro que ele está namorando!" mas seu mundo desabou quando escutou Kazuha.

  - Claro que não! Eu não estou com ninguém, princesa. Se quiser, a gente pode marcar de sair. - Kunikuzushi sente seu sangue ferver. "Chega! Isso é o suficiente!" Kunikuzushi chuta a porta com força, fazendo os dois se encolherem. - Merda...! Kuni... Eu posso explicar.

  - Cala a porra da boca! Eu não quero um "a" saindo da sua boca, seu merda! - Kunikuzushi jogou o bentō no chão. Kazuha estava assustado, ele nunca havia visto "seu inocente Kuni" daquele jeito. - Agora vocês podem comer essa merda do chão como verdadeiros porcos! - Kunikuzushi saiu correndo com nojo em seus olhos.