07. a rainha da noite

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"O horizonte tenta, 

mas não é tão agradável aos olhos"




AS MÃOS DE JAMES SUAM COMO NUNCA ANTES E ELE SENTE o seu estômago se contorcer dentro da barriga. 

E se ele levasse uma flor arrancada do jardim da escola, seria brega demais? Qual flor ele procuraria para dar para ela? 

Euphemia, sua mãe, sempre lhe contou com um sorriso no rosto sobre a vez em que seu pai a chamou para sair pela primeira vez, também em Hogwarts.

"Ele parecia um cachorrinho assustado, mas trazia consigo um pequeno buque de flores que me fizeram pensar que ele se esforçou para fazer aquele convite e queria me deixar o mais confortável o possível".

Não haviam flores que representassem Calliope o suficiente nos arredores da escola. Mas que droga, pensa James, frustrado. 

— Oi Calliope, como você vai? Então... eu queria saber se você gostaria de ir comigo em Hogsmeade. Para passear. — James bufa — Ela não é um cachorro para a levar para passear, estúpido. 

O rapaz se repreende em frente ao espelho que há no dormitório. 

Treinava as suas falas porque foi informado aos alunos que eles poderiam ir ao vilarejo no final de semana e James vai encontrar a sonserina na quinta-feira para eles realizarem o trabalho de Transfiguração.

É a oportunidade perfeita, quase jogada no colo do grifinório e ele não fazia o tipo de cara que deixa oportunidades como estas passarem em vão. 

— E aí, Calliope? — se apoia na parede, assumindo uma pose falsamente descontraída — Eu, você, Hogsmeade, cervejas amanteigadas. Que tal?

— Pelas barbas de Merlim. — a voz de Sirius no quarto faz com que James se assuste e assuma uma outra cor, se assemelhando a cor avermelhada de sua casa — Isso aí foi vergonhoso de verdade, meu amigo galhudo.

— Cala a boca, Almofadinhas. — o Potter se joga de rosto na cama e sua voz sai abafada — Eu quero tanto chamar ela pra sair, mas não consigo pensar na melhor forma.

— É simples, aprenda: chegue perto, cumprimente e a convide para sair. Pode confiar, não tem erro. E digo isso, porque sempre deu certo comigo.

— Eu sei, mas, merda... Isso nunca foi difícil, por que está sendo agora? — a rosto desanimado do amigo faz Sirius sentir uma ponta de pena — Vou levar flores para ela.

— Essa tática nunca deu certo com a Evans, Pontas.

— Não estamos nos referindo à Evans. Eu quero fazer isso por Calliope, mas quero encontrar alguma que seja a cara dela. 

— Ervas daninhas. — Sirius ri sozinho com o que diz. 

— Não são flores, Almofadinhas. 

— Tanto faz. Para mim, as ervas daninhas são a cara da Nott.

James não o responde, parece pensativo e sorri antes de dar um pulo do seu colchão.

— Eu tive uma ideia e você virá comigo. 

Em uma de suas mãos, James leva o mapa do maroto e a sua varinha, pendurando a capa da invisibilidade no braço e colocando alguns galeões no bolso. E com a sua outra mão, James puxa Sirius pela gola da camisa branca para fora do dormitório.

𝗘𝗡𝗗 𝗚𝗔𝗠𝗘 ∙ james potterOnde histórias criam vida. Descubra agora