𝐗𝐗𝐕𝐈 - 𝐌𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐯𝐢𝐝𝐚 𝐝𝐞 𝐯𝐨𝐥𝐭𝐚

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❝Me senti culpado e confusopor decisões que não tomeie situações que não causei

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❝Me senti culpado e confuso
por decisões que não tomei
e situações que não causei.❞

— Pedro Miranda.

— ... —

       Aizawa martelou incessantes vezes em sua mente, que diabos havia feito com 7 anos para ser visto como herói e quando foi que conheceu Tanahara? As questões rondavam sem nunca obter repostas, sua cabeça já doía de tanto pensar e por isso parou para tomar um café. O enjoou era nostálgico, quando bebia café durante as tardes na casa vazia, era mais uma das incógnitas de seu passado. Sua mãe nunca o dizia nada, saía para patrulhas e raramente voltava, que possa lembrar isso acontecia desde seus 7 anos, talvez fosse única coisa que se lembrava.

   "Sho-chan, a mamãe não vai deixar isso acontecer nunca mais, eu vou te proteger, querido." Essa era só mais uma das frases embaçadas em sua mente que não carregavam sentidos que pudesse lembrar. Era normal que não lembrasse de sua infância, era isso que dizia a si mesmo sempre que voltava a pensar demais, mas agora queria saber. Afinal, alguém surgiu, alguém que ele ligeiramente conhece, mas não sabe como, nem onde e nem o porquê.

   Suspirou. A pequena gata laranja, Lua, pulou na bancada, Aizawa largou café e sorriu acariciando gato.

   — Lua, dizem que eventos traumáticos podem causar esquecimento, mas por que sou único esquecido aqui? — Balbuciou. A gata miou em resposta, era uma gata gorda e Shota adorava mergulhar seu rosto na barriga farta da felina e não se importava nem um pouco com os tapas cheios de almofadinhas que recebia. Riu da pequena gata que foi para longe dele após o deixar cheio de pelos no rosto.

   Ouviu a porta ser aberta, o vento frio invadiu o quente da sala. Havia uma tempestade caindo lá fora e sua mãe entrou junto de três espirros barulhentos. O moreno foi em direção a cozinha pegando pano quente e a entregou.

   — Arigato Sho-chan. — Agradeceu a mãe. Estava encharcada e esperou até o pequeno voltar com a toalha em mãos para ela. Ela a pegou retirando a roupa de vigília ficando apenas com top e o short que vestia abaixo. Seu corpo era forte e cheio de cicatrizes que Aizawa nunca soube o motivo. — Mamãe vai tomar um banho quente, pode fazer algo gostoso pra comer? Acho que fiquei resfriada. Por essa noite eu espero que os vilões estejam descansando e deixe os civis em paz. — Riu como quem não acredita na própria fala. — Ah preciso de folgas as vezes também, não? —

   A morena subiu as escadas enquanto dizia deixando filho quieto para trás. Aizawa já tinha se acostumado ao novo relacionamento familiar. Aizawa Hana se cobrava demais no trabalho, sempre se culpava pelos segundos longe que passava das ruas, com medo de não poder ter salvo alguém, antigamente não era assim, trabalhava pontualmente seis horas diárias, sempre nos intervalos em que Shota dormia para que pudesse passar mais tempo com ele, mas o mistério de seus sete anos parecia ter mudado roteiro de sua vida por completo, e ele sequer sabia como.

   Pegou as coisas para que pudesse preparar um missoshiru e gohan. Enquanto se empenhava na cozinha, Hana tomava um banho quente e logo depois descia as escadas com pijama quente. Tinha o nariz vermelho de seus espirros e lenços na mão.

   — Hum, Sho-cha que cheiro bom~ — Viu filho por trás da bancada lhe sorrir enquanto trazia comida para mesa de centro da sala. — Hum, itadakimasu. — Seu sorriso era caloroso e começou a se servir e comer junto de Shota.

   — Okassan. — Chamou Aizawa. Hana o olha enquanto mastiga a porção de arroz com deleite. — Você conhece algum Tanahara? —

   A pergunta parecia simples de se fazer e responder, mas a medida que as feições de sua mãe se apagavam em tristeza pensou se estava fazendo certo em remexer o passado. Porém Shota queria saber, queria saber porque talvez se soubesse, teria sua vida feliz de volta, com a companhia da mãe. Ela suspirou.

   — Por que falar disso agora? — Indagou. Viu Aizawa lhe encarar a espera de que ainda respondesse. — Uma antiga amiga da mamãe, você não vai lembrar Sho-chan, mas ela tinha um filho também, vocês eram muito grudados. — Prosseguiu e então voltou a comer.

   — E por que não crescemos juntos então? — Viu a mãe contorceu os lábios e os olhos ao engolir em seco a comida, nada nela parecia confortável.

   — Shota, coisas acontecem na vida, coisas ruins e se você não se lembrar é uma benção que deve receber de bom grado. — Seu tom era sério e ela já não olhava mais para o moreno, apenas comia.

   — Conheci o Yuki, hoje. —

   Ela o lançou um olhar surpreso, parecia assustado. Suspirou mais uma vez.

   — Querido, apenas esqueça. — Insistiu. — Yuki é um bom garoto, se quiser traga ele em casa e retornem a amizade, mas evitem o passado. Você pode ter salvo ele, mas te custou alguns traumas. — Parecia especialmente triste ao dizer a última parte, a culpa em seus olhos marejavam a vontade de chorar. — Você é um bom herói, meu pequeno, mas encare o que vem pela frente, o que foi, foi. —

   — Okassan. — Balbuciou. — Se quer tanto me proteger, precisa me dizer a verdade. Toda a verdade. — A viu hesitar. — Não posso viver na sombra, tenho 16 anos agora, estou me graduando no colégio de heróis, já lutei contra vilões, já vi meus colegas se machucarem, já vi um deles não voltar. — O silêncio foi curto. — Eu poderia não ter voltado.

   Hana engasgou com a comida.

   — Aizawa! Não diga isso! — Seu timbre era nervoso tanto quanto sua feição. O moreno permanecia calmo.

   — Por culpa de algo de nove anos atrás, se tivesse sido eu, teria ido mal lembrando a sensação do seu último abraço e não sabendo porque lembrar dos meus sete anos me causa náuseas, por causa de algo que esconde de mim. — A culpa se espalhava nos obsidianas que havia herdado de sua mãe. — Sinto falta do que eramos. — Confessou.

   Essa era conversa mais longo que tiveram em dois anos. Hana permaneceu em silêncio, sua cabeça se abaixou por um instante.

   — Sinto muito, Sho-chan. — Espirrou e Aizawa lhe deu lenço. — Não estou sendo uma boa mãe ultimamente não é? Tentar te proteger tem causada solidão em nós dois não? — Viu Aizawa concordar. — Depois que eu estiver melhor, vamos começar a patrulhar juntos, hum e sempre jantar juntos. Vou fazer o possível para ficar com você meu amor, mas sobre Tanahara. — Houve uma pausa. — Eu não consigo dizer, talvez quando estiver mais preparada, ou se derrepente você trazer Yuki algumas vezes, nos podemos trabalhar isso todos juntos. —

   Aizawa se deu por satisfeito e continuou jantar junto da mãe em um silêncio mais confortável e naquela noite até mesmo dormiram na mesma cama como em sua infância, quando Hana chegava cansada do trabalho. E pela primeira vez naqueles 9 anos, não batalhou com a insônia nem paralisias.

Contínua

Eita como a satu tá inspirada, 2 caps num dia, é muito amor por vcs <3

Aí eu sei desculpa, tô fazendo muito suspense na danfic toda kkkkk mas essa é a graça n? Apenas aproveitem kkkk.

Obrigada pela leitura <3

  

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