CAPÍTULO 5

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Estávamos acelerando juntos

Pelas avenidas escuras

Mary On A Cross / Ghost

Andrew me olha como se um chifre tivesse nascido em minha cabeça quando me ouve falando

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Andrew me olha como se um chifre tivesse nascido em minha cabeça quando me ouve falando.

— Isso é sério? Você bebeu e bateu a cabeça?

Respiro fundo, soltando a fumaça do cigarro pelo nariz.

— Sim, é sério. Avisa todo mundo.

— Quem é ela?

— A presa da noite, como você a chamou.

Sorrio de lado, e entro no carro.

Ouço-o responder:

— Ok, você quem manda, chefe. Mas nunca pensei que gostasse de exclusividade.

Nunca gostei mesmo, tirando ela. É a única que eu quero para mim, mesmo que seja para destruir seu coração no final. Mas há algo nessa garota que me desperta uma certa curiosidade. Algo que nunca senti antes.

Eu sei que é loucura da minha cabeça, e talvez eu esteja apenas delirando.

Espero que isso passe depois de tudo o que preciso fazer.

Mesmo no trabalho, por algum motivo, não parava de pensar na garota, e na forma como suas bochechas ruborizaram tão facilmente quando ficou nervosa. A forma como gaguejava, a cada palavra que saia da sua boca. De alguma forma achei adorável? Não sei bem se é essa a palavra, mas…

Olho pelo retrovisor, e vejo ela me olhando ao lado de uma outra garota mais alta, e loira. Seus olhos não desviam dos meus, e eu sorrio, mesmo sabendo que ela pode ver, pois os vidros do carro possuem películas escuras.

Eu consigo ver tudo, mas ela… não tem como saber que estou cuidando de cada passo que dá. Meu plano começa a ser posto em prática hoje.

O som dos motores me tira do nosso contato, me fazendo concentrar no carro. Ligo os motores também, sentindo-o roncar embaixo de mim.

O cigarro continua queimando em minha mão, fazendo com que o carro fique todo esfumaçado.

Apago ele no cinzeiro, e o jogo por lá.

A morena que na última corrida sentou no meu pau, está posta na frente para dar o sinal da largada. Ela olha para mim, e sorri, como se quisesse repetir a dose. Desculpa gatinha, mas não é você que eu quero.

Ouço o som do disparo da arma, e piso no acelerador com tudo. Fazendo com que suba poeira atrás de mim. A adrenalina de estar à mercê da morte com qualquer erro que tenha em meu percurso, faz com que meu sangue corra mais rápido em minhas veias, e ouço um zumbido em meus ouvidos. Isso só faz com que eu me concentre ainda mais no caminho à minha frente.

Promete que vai voltar pra mim?”

O pedido da minha irmã ronda a minha cabeça a cada curva que eu faço. Eu prometi a ela que estaria em casa de volta, e vou fazer de tudo para cumprir com isso.

LOGAN (SERIE OS BABACAS LIVRO 1/ DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora